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O goleiro Luiz Felipe foi o grande herói da conquista do Tricolor da Serra.
Foto: Anderson Lima (AMS). |
Este sábado, dia 22 de outubro, foi um dia histórico para o Friburguense Atlético Clube. Após um dos jogos mais dramáticos da história do futebol fluminense, no Estádio Luso-Brasileiro, na Ilha do Governador, o Tricolor da Serra sagrou-se campeão da Copa Rio, pela primeira vez. No tempo regulamentar, a Portuguesa venceu o duelo por 4 a 3, de virada. Como a partida de ida havia terminado 3 a 2 para o Friburguense, a disputa da taça foi para a definição por pênaltis, na qual a equipe serrana saiu vencedora por 4 a 3.
A finalíssima foi um jogo cheio de reviravoltas, uma verdadeira montanha-russa de emoções. Apesar de precisar apenas do empate para levantar a taça, o Frizão partiu para cima, e logo conseguiu abrir 2 a 0 no marcador, graças a dois gols de pênalti de Lohan (o camisa 9 terminou como artilheiro da Copa Rio, com 11 gols). Com três gols de vantagem no placar agregado, a conquista do clube de Nova Friburgo já parecia certa. Porém, a Portuguesa jogava em casa, e não entregaria os pontos. Ainda no primeiro tempo, Victor Hugo diminuiu o placar, com um gol de cabeça
Na etapa complementar da decisão, a Portuguesa se aproveitou do relaxamento do time do Friburguense, e criou muitas chances de gol. Mesmo com Allan desperdiçando duas cobranças de pênalti (uma parou no travessão e a outra foi defendida pelo goleiro Luiz Felipe), a Lusa conseguiu virar o placar por 4 a 2, com gols de Romarinho, Rodrigo Almeida e Allan. Com uma reviravolta incrível, a Copa Rio parecia escapar das mãos do Friburguense: em vez de subir a serra, ficaria na Ilha do Governador.
Porém, o jogo só acaba quando termina, dizia a vovó. Nos acréscimos do segundo tempo, já no apagar das luzes, Luiz Felipe assumiu de vez o papel de herói do dia: o goleiro do Frizão cruzou o campo até a área adversária, e conseguiu marcar de cabeça, para levar a decisão do título para a definição por pênaltis.
Na disputa, Victor Hugo fez 1 a 0 para a Lusa, e Luiz Felipe empatou para o Frizão. Então, Fabinho parou em Luiz Felipe (que tarde heroica!). Na sequência, Vitinho bateu no meio do gol, e pôs o Tricolor da Serra em vantagem. Nas terceiras cobranças, Pessanha converteu para a Portuguesa, e Lucas fez para o Friburguense. A seguir, Diego Maia e João Victor também converteram suas cobranças. Precisando marcar o gol para manter os anfitriões vivos, o meia Maicon Assis chutou no travessão. Friburguense 4, Portuguesa 3: o Frizão é o grande campeão da Copa Rio, segunda competição mais importante do futebol fluminense. Luiz Felipe, o goleiro-herói, poderá contar para os filhos e netos que, numa decisão de competição, marcou dois gols, defendeu dois pênaltis e terminou campeão!
O curioso é que, há seis meses, o Friburguense havia sido rebaixado no Campeonato Carioca, após perder para a mesma Portuguesa, no mesmo Estádio Luso-Brasileiro. Quis o destino que, neste sábado 22, os dois clubes voltassem ao mesmo palco, e o Frizão derrotasse a Lusa para levantar a Copa Rio pela primeira vez em sua história.
Com o título da Copa Rio, o Frizão voltará a disputar uma competição nacional em 2017. O clube de Nova Friburgo poderá escolher entre a Série D do Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. Será a décima participação da história do Friburguense em competições nacionais (o clube já disputou 1 vez a Copa do Brasil, 1 vez a Série A do Brasileirão, 5 vezes a Série C do Brasileirão, e 2 vezes a Série D do Brasileirão).
PCFilho
Ficha Técnica
22/10/2016 - Portuguesa 4 x 3 Friburguense [PK 3 x 4] - Estádio Luso Brasileiro (Rio de Janeiro)
Motivo: Decisão da Copa Rio 2016, jogo de volta.
Início: 15:45 (horário de verão de Brasília).
Público: 610 presentes (445 pagantes).
Renda: R$ 5.970,00.
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (RJ).
Auxiliares: Wagner de Almeida Santos (RJ) e Jackson Lourenço Massarra dos Santos (RJ).
Portuguesa: Victor (Luciano, 48' do 2º tempo); Belarmino, Pessanha, Rodrigo Almeida e Diego Maia; Índio, Victor Hugo, Éberson (Bruno ,44' do 2º tempo) e Maicon Assis; Romarinho (Allan Miguel, 45' do 2º tempo) e Allan. Técnico: Nelson Rodrigues.
Friburguense: Luiz Felipe; Sérgio Gomes, Pierre, Bruno Leal e Ricardo; Rafael, Vitinho, Lucas e Gleison (Jeffinho, intervalo); Ziquinha (Jefferson, 11' do 2º tempo) e Lohan. Técnico: Merica.
Gols: Lohan, 11' do 1º tempo, de pênalti (0-1); Lohan, 23' do 1º tempo, de pênalti (0-2); Victor Hugo, 25' do 1º tempo (1-2); Romarinho, 10' do 2º tempo (2-2); Rodrigo Almeida, 21' do 2º tempo (3-2); Allan, 28' do 2º tempo (4-2); Luiz Felipe, 47' do 2º tempo (4-3).
Cartões amarelos: Índio, Maicon Assis, Rodrigo Almeida e Romarinho (Portuguesa); Bruno Leal, Luiz Felipe e Sérgio Gomes (Friburguense).
Cartão vermelho: Adriano, aos 45' do 1º tempo (banco de reservas da Portuguesa).
Definição por pênaltis:
Portuguesa (3): Victor Hugo (convertido), Fabinho (defendido por Luiz Felipe), Pessanha (convertido), Diego Maia (convertido) e Maicon Assis (no travessão).
Friburguense (4): Luiz Felipe (convertido), Vitinho (convertido), Lucas (convertido) e João Victor (convertido).
A campanha do título do Frizão:
17/08/2016 - Friburguense 5 x 0 Goytacaz - Eduardo Guinle (Nova Friburgo)
24/08/2016 - Resende 2 x 0 Friburguense - Estádio do Trabalhador (Resende)
07/09/2016 - Volta Redonda 1 x 1 Friburguense - Raulino de Oliveira (Volta Redonda)
14/09/2016 - Friburguense 1 x 0 Boavista - Eduardo Guinle (Nova Friburgo)
21/09/2016 - Rio São Paulo 0 x 5 Friburguense - Marrentão (Duque de Caxias)
28/09/2016 - Friburguense 1 x 0 America - Eduardo Guinle (Nova Friburgo)
05/10/2016 - Portuguesa 2 x 1 Friburguense - Luso-Brasileiro (Rio de Janeiro)
Classificado para a semifinal, em 2º lugar do Grupo A, com 13 pontos ganhos em 7 partidas disputadas: 4 vitórias, 1 empate e 2 derrotas, 14 gols-pró e 5 gols-contra.
08/10/2016 - Friburguense 1 x 1 Resende - Eduardo Guinle (Nova Friburgo)
12/10/2016 - Resende 1 x 4 Friburguense - Estádio do Trabalhador (Resende)
Classificado para a decisão.
16/10/2016 - Friburguense 3 x 2 Portuguesa - Eduardo Guinle (Nova Friburgo)
22/10/2016 - Portuguesa 4 x 3 Friburguense [PK 3 x 4] - Luso-Brasileiro (Rio de Janeiro)
CAMPEÃO!
Palmarés do Friburguense Atlético Clube:
- 2 Campeonatos Cariocas da Série B (1994 e 1997).
- 1 Copa Rio (2016).
- 1 Troféu João Ellis Filho (2009).
- 3 vice-Campeonatos Cariocas da Série B (1983, 1987 e 2011).
- 1 vice-campeonato da Copa Rio (2011).
- 1 vice-campeonato do Troféu Edílson Silva (2012).
- 1 vice-campeonato da Taça Rio (2014).
Participações do Friburguense em competições nacionais:
- Campeonato Brasileiro da Série A (2000, 80º lugar);
- Copa do Brasil (2005, 29° lugar);
- Campeonato Brasileiro da Série C (1998, 41º lugar; 2001, 39° lugar; 2003, 47° lugar; 2004, 44° lugar; 2007, 46° lugar).
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PC, o Friburguense perdeu esse titulo no tapetão? Pode me esclarecer? Obrigado
ResponderExcluirA Portuguesa solicitou uma punição ao Friburguense por uma suposta escalação irregular. Mas acho que não deu em nada, porque o Friburguense disputou a Copa do Brasil de 2017, o que só poderia acontecer em caso de título da Copa Rio...
ExcluirAcho que não é bem assim não PC rsrsrs, o campeão da Copa Rio escolhe disputar a Copa do Brasil ou a Série D. E o vice fica com a outra vaga! A Portuguesa disputará a série D, por isso fiquei intrigado com essa situação. Acho que o Friburguense, errou na escolha!
ResponderExcluirPesquisei a sequência dos acontecimentos, Bruno. Segue abaixo um resumo.
ExcluirNo dia 21 de outubro, véspera do segundo jogo da final, o Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD/RJ) deu liminar à Portuguesa, que denunciara irregularidade na inscrição do jogador Diego Guerra, do Friburguense, na primeira partida da final.
No dia 22 de outubro, a final aconteceu, conforme o relatado neste post, com o Friburguense conquistando o título na definição por pênaltis, e levando a taça para Nova Friburgo.
No dia 28 de outubro, o TJD decidiu, por unanimidade, punir o Friburguense em primeira instância, transferindo assim o título da Copa Rio à Portuguesa.
No dia 5 de novembro, o Friburguense impetrou recurso ao Pleno do TJD/RJ, questionando a decisão da primeira instância.
No dia 14 de dezembro, houve o julgamento no Pleno do TJD/RJ, e foram mantidas, por unanimidade, a punição ao Friburguense e o título da Portuguesa.
No dia 21 de janeiro, na Rua Bariri, a Portuguesa recebeu o troféu da Copa Rio de 2016, após a vitória sobre o Campos, pela fase preliminar do Campeonato Carioca. A Portuguesa escolheu a vaga na Série D, e assim o Friburguense teve que se contentar com a vaga na Copa do Brasil.
Em tese, o Friburguense ainda pode recorrer, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Não sei se o tricolor serrano tentará esse último recurso.