terça-feira, 8 de agosto de 2023

Fluminense 2, Argentinos Juniors 0


Amigos, já constatei outras vezes e volto a dizer: tenho pena de quem não é Fluminense. Como deve ser monótona, entediante, chata mesmo, a vida de um não-tricolor.

Obviamente, os torcedores de todos os clubes consideram suas próprias paixões especiais, únicas. Porém, os tricolores sabem que o Fluminense, de fato, é diferente.

O Fluminense é o único que visitou o último círculo do inferno, encarou o próprio capeta nos olhos e voltou de lá para o seu devido paraíso de glórias. E ele nunca caminhou sozinho: nós, tricolores, sempre estivemos ao seu lado, jamais o abandonamos. Nós, os torcedores do Fluminense, demos a maior prova de fidelidade da história do esporte no mundo.

A obsessão pela Copa Libertadores, essa taça que já deveria ter nosso nome gravado, levou mais de sessenta mil fanáticos ao Maracanã. E o estádio estava tão lindo, amigos, tão lindo, que até parecia o velho templo de outrora, cujo cimento testemunhou boa parte da nossa épica jornada até aqui.

E o torcedor pó-de-arroz cumpriu papel fundamental na vitória sobre os argentinos. Quando o onze  tricolor tropeçava no gramado, as vozes da arquibancada o levantavam, como Simão de Cirene e Verônica ajudando Jesus na Via Crúcis. Tamanha sintonia entre time e torcida não poderia ter outro resultado que não o triunfo.

E não haveria herói melhor do que Samuel Xavier para derrubar a cidadela argentina: nosso lateral-direito, que molha tanto a camisa, que mais parece um torcedor dentro de campo, marcou tanto em Buenos Aires como no Rio de Janeiro. E comemorou como uma criança de arquibancada, com a camisa tricolor e a bandeira ao vento.

Quando, já nos acréscimos, o menino John Kennedy guardou o segundo, decretou a classificação do Fluminense e iniciou de vez a festa da torcida tricolor no Maracanã: estávamos mesmo nas quartas-de-final da América do Sul.

A cinco noites da glória, o Profeta tem a visão da Copa Libertadores erguida aos céus do Rio de Janeiro, sob a Lua cheia de 4 de novembro. Fitando as faixas de velhos triunfos, penduradas nas úmidas paredes da distante caverna que habita, o velho homem coça sua longa barba branca e sorri. Ele sabe que quem espera sempre alcança.

PCFilho

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