sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Guerra, arte e o Fluminense na semifinal


Amigos, o futebol há de dar a quem merece o que merece. O Fluminense está na semifinal da Copa Libertadores da América de 2023. O Olimpia não foi páreo para o Carrossel Tricolor de Fernando Diniz e perdeu as duas partidas do duelo, no Rio e em Assunção. Os tricolores podem festejar, e de fato já vejo nas esquinas da cidade o sorriso jocundo dos classificados. A alegria que um pó-de-arroz emana pode ser sentida a centenas de metros, ou mesmo a quilômetros.

Amigos, essa tal de Copa Libertadores é uma selva. No Defensores del Chaco, na noite desta já épica quinta-feira, os homens do Fluminense eram caçados como autênticos javalis. Os paraguaios não davam trégua, distribuíam bordoadas a cada disputa, a cada bola dividida. O futebol tem mesmo um pouco de guerra, mas não pode ser só guerra.

Há que se ter também um pouco de arte, além da guerra. E é nisto que este Fluminense se destaca, nesta combinação de arte com guerra. Se temos em Nino, Felipe Melo e André três cavaleiros incansáveis na defesa da cidadela, temos também um Keno a desenhar no gramado um passe geometricamente perfeito para John Kennedy abrir o placar, temos um John Kennedy dando um drible desconcertante no zagueiro para abrir caminho para o primeiro gol de Germán Cano. Arte, arte, arte!

O menino John Kennedy só tem vinte e um anos, mas não abaixa a cabeça para ninguém. Teve, nesta quinta-feira, uma atuação de que até o rei Pelé se orgulharia. Fugiu das cacetadas dos paraguaios e promoveu a minuciosa destruição da defesa, com seus dribles, sua ginga e sua velocidade. A entrada de John Kennedy no time deu nova vida ao Fluminense: o Carrossel Tricolor está de volta, em sua melhor forma, em seu melhor esplendor.

E quem é Fábio, senão um versátil homem que faz guerra e também arte, ao executar verdadeiros milagres em forma de defesas? Em Assunção, o goleiro do Fluminense aprontou uma que espantou a todos, um lance de reflexo que mais pareceu uma monumental intervenção divina - e talvez tenha sido mesmo. São Castilho, rogai por nós, sempre.

Quando Germán Cano, um centroavante que tem fome e sede de gol, tal qual Welfare, tal qual Waldo, tal qual Flávio, tal qual Fred, colocou lá dentro o terceiro do Fluminense, começou de vez a festa da torcida tricolor: estávamos, definitivamente, na semifinal da América do Sul.

A três noites da glória, o Profeta tem a visão da Copa Libertadores erguida aos céus do Rio de Janeiro, sob a Lua cheia de 4 de novembro. Fitando as faixas de velhos triunfos, penduradas nas úmidas paredes da distante caverna que habita, o velho homem coça sua longa barba branca e sorri. Ele sabe que quem espera sempre alcança.

PCFilho

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