quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Brasil 0 x 0 Bolívia

Quando dois times empatam, devemos reconhecer: ambos perderam. É uma derrota recíproca e humilhante. O próprio público sai enfurecido e com razão: pagou para ver alguém vencer e alguém perder. Em futebol, qualquer resultado é bom, menos o empate. O empate deprime e desmoraliza os jogadores, o juiz, os bandeirinhas e o público. Convenhamos: só pode ser trágico um sentimento assim universal de frustração. Por exemplo: o jogo desta quarta, no Engenhão, entre Brasil e Bolívia. Houve um empate, e o placar agrava a situação: 0 x 0! Quando a partida terminou, com o placar rigorosamente virgem, experimentei a seguinte sensação: a de que tudo ia começar de novo. De fato, uma peleja sem gol não existe, não chegou a existir. Eu julgaria procedente uma ação em que os espectadores exigissem seu dinheiro de volta. No futebol, o empate significa a derrota dos 22 jogadores. Considero nítida e insofismavelmente derrotados o Brasil e a Bolívia. Como explicar tamanho fracasso?

Desculpem-me a repetição quase idêntica do primeiro parágrafo da última crônica. Pedi desculpas, mas já me retifico: quem deve pedir desculpas são os jogadores do escrete e da Bolívia. As equipes repetiram os erros que Fluminense e Grêmio cometeram no sábado. Parece que não leram a minha crônica! Será?

Há quem diga que faltou sorte à seleção de Dunga. Estão certos, realmente faltou sorte. Sem sorte, um sujeito não consegue nem chupar um chicabon, sob pena de acabar engolindo o palito do picolé. Mas não faltou apenas sorte. Faltou competência.

Nossos vizinhos que me perdoem, mas o escrete não pode empatar, em pleno Rio de Janeiro, com a Bolívia. Qualquer combinado de onze jogadores nacionais é obrigado a derrotar qualquer combinado verde-amarelo-e-vermelho. Mesmo que eu esteja jogando. Em La Paz, há a desculpa da altitude, mas aqui no Rio, não. A vitória é obrigação. E não importa a vitória sobre o Chile (3 x 0 no domingo). A obrigação de vencer no Estádio Olímpico João Havelange não deixou de existir após o triunfo de Santiago.

Há um agravante no jogo de ontem. Não consigo imaginar a dor no coração de quem estava presente no Engenhão. Após assistir a um 0 x 0 - o pior dos resultados! o pior! -, após pagar por um ingresso inflacionado (havia setores a 200 reais!), tendo que voltar meia-noite para casa! O mínimo que os dirigentes da CBF deveriam fazer é devolver o valor do ingresso! O preço abusivo dos ingressos refletiu-se nas arquibancadas do estádio: vazias como nunca se viu em um jogo da seleção! E os botafoguenses são obrigados a ouvir a piada cruel: nem em jogos do escrete o seu estádio enche! Que maldição!

Até a próxima!
PC

4 comentários:

  1. A Fla-press está fazendo uma campanha anti-Engenhão. Culpam o estádio, o gramado, a localização e o caralho a quatro pelo mico do público.

    A questão é óbvia: ingresso a esse preço não tem demanda. Prova disso é que os setores menos caros lotaram.

    Só concordo com uma coisa que os nossos "craques" reclamaram: o gramado realmente está uma porcaria. É revoltante não ter cuidado com o principal componente do estádio.

    Eu nunca torço pela seleção. Ou melhor, eu sempre torço CONTRA a seleção. Assim, achei o resultado muito bom. Pena que dificilmente esse time vai ficar de fora da Copa...

    SA!

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  2. As pessoas ainda nao estao acostumadas a um estádio de primeiro mundo, PC. Por isso elas estranham o Engenhão.
    A verdadeira seleção joga lá toda semana, mas de preto e branco.

    abraços

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  3. Piadinhas maldosas da internet:

    - E o Fluminense, hein? Foi do ciel ao inferno...


    - Vejam a ironia do destino: ciel, inferno... E amanhã os caras jogam logo contra o... Santos.

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