segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Até breve, Thiago



Assim que terminou a rodada, começaram a me cobrar: "escreva sobre o rebaixamento do Vasco! escreva sobre o vexame do Flamengo! escreva sobre o título são-paulino!". Não, não, e não. Amigos, só posso escrever sobre o fato mais importante de toda a rodada: o emocionante adeus de Thiago Silva no Maracanã. Dirão os idiotas da objetividade, "nem lerei o texto". Amigos, perdoemos essas criaturas: eles não sabem que futebol é paixão, é emoção, é amor.

Sabem qual foi o maior público da última rodada do Brasileirão? Sim, amigos, foi o do Maracanã! 51.172 tricolores compareceram ao Maior do Mundo, com um único objetivo em mente: homenagear o grande zagueiro que se despedia das três cores que traduzem tradição. Ídolo? Sim, ídolo. Aos 24 anos, esse rapaz conquistou o seu espaço no coração de todo tricolor. Vejam a prova cabal disso: o estádio mais cheio da última rodada foi o Maracanã, mesmo em um jogo que valia, teoricamente, bem menos que os outros. Tudo pela despedida do Monstro.

Antes de tudo, preciso dizer que vi grandes jogadores vestirem a camisa do Fluminense. Em vídeos antigos, eu vi Assis, Washington, Romerito, Rivellino, Castilho, Carlos Alberto Torres, Didi, e muitos outros. Ao vivo, eu vi Renato Gaúcho, Romário, Marcão. Também vi o brilhante time de 2008: Fernando Henrique, Luiz Alberto, Roger, Júnior César, Arouca, Conca, Thiago Neves, Dodô, Washington, Gabriel, Cícero. E Thiago Silva, é claro. Eu vi Thiago Silva.

Thiago Silva é um zagueiro extraordinário - é o tipo de jogador que eu gosto de ver com a camisa tricolor. Incorpora o espírito de lutador como poucos. Não me lembro de nenhum jogo em que ele não tenha jogado com garra! Sua maturidade, sua compenetração e seu senso de responsabilidade são impressionantes. Ele não gosta de aparecer, joga para o time, joga sério! A torcida tricolor te considera uma verdadeira muralha, Thiago!

Na volta do intervalo, o Monstro caminhou em direção à torcida, e não conteve as lágrimas. Nas arquibancadas, 50 mil fanáticos também choravam. Lembramos da sua história de luta contra a tuberculose, da sua força de vontade, da sua superação. Lembramos de quando Thiago erra uma jogada em campo, e corre atrás como um leão para recuperar a bola. Em campo, ele é um guerreiro incansável, que como poucos vestiu de forma tão esplendorosa a camisa tricolor. Obrigado por toda essa dedicação, Thiago Silva!

Nós tricolores sentimos muito carinho por cada um dos ídolos acima citados. Mas com Thiago Silva é diferente. Ontem, na arquibancada amarela do Maracanã, tive a sensação de que ele é maior que os outros. É impossível expressar com palavras o que sinto ao ver Thiago Silva em ação com a camisa tricolor. Acho que era o que meu pai, rubro-negro, sentia ao ver Zico em campo. Talvez seja o que meu tio botafoguense sentia ao ver Garrincha.

Certa vez, Thiago Silva disse que o jogador precisa fazer seu pé-de-meia, mas que quando vestia a camisa tricolor, ele jogava com amor. Nós tricolores sabemos disso, pois sentimos esse amor quando ele está em campo. É por isso que temos certeza: logo, ele vai voltar!

Com lágrimas nos olhos, despeço-me. Obrigado, Thiago Silva! E até breve...

7 comentários:

  1. Amigo,

    eu achei que não sentiria nada com a saída do Thiago Silva, mas ontem à noite quando cheguei em casa eu tive uma sensção de vazio que eu não sabia explicar. Lembrei que não poderia cantar mais "pqp é o melhor zagueiro do Brasil, Thiago Silva" e fiquei com o coração partido.

    Fico feliz por ter testemunhado um carinha tão jovem e ao mesmo tempo tão maduro, gostaria que ele continuasse até se aposentar, mas isso é egoísmo de torcedor. Quem não iria para a Itália se pudesse, né?

    Enfim, fica o nosso até breve, monstro e volte sempre, os corações tricolores sempre serão muito gratos por toda luta e dedicação.

    Não vou comentar sobre a mulambada e vascaiu para não estragar o momento!!!!

    Beijos,

    Bel.

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  2. Agora eu descobri que o PC é a encarnação da máxima "todo pai deseja um futuro melhor para seu filho".
    O TS leva várias vantagens sobre outros grandes jogadores que vi jogar desde 1970 (71 já no Maraca), mas uma se destaca, porém, erroneamente o relega a um plano inferior: ele é um zagueiro. Zagueiros dificilmente tem a notoriedade que um atacante recebe. Para mim ele é de longe o melhor jogador atuando no Brasil, mas não leva este prêmio pois não joga num time paulista e pq é zagueiro.
    Há braços

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  3. Boa PC!
    Os jornais de hoje ignoraram esta cena magnífica que você postou. Peguei o Globo, e nada. Nem nas imagens da rodada. Peguei o Lance, nada.
    Só agora vejo as fotos da cena que nos emocionou ontem. E logo no dia do seu aniversário...
    Mas não há de ser nada; afinal de contas, Thiago vai voltar.

    Abs, e parabéns pelo belo texto!
    ALan

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  4. Fica a saudade do melhor zagueiro do mundo...

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  5. Obrigado a todos pelos comentários. Vocês são poucos, mas são os melhores leitores que eu poderia ter!

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    A ESPN Brasil está de parabéns: foi a única emissora que citou o fato mais marcante da última rodada. Abaixo, +/- a transcrição do que ouvi.

    Juca Kfouri: "Alguém pode me explicar o fênomeno que é a torcida do Fluminense, que colocou 51 mil pessoas em um jogo que não valia tanta coisa?"

    Fernando Calazans: "A festa que a torcida do Fluminense fez na final da Libertadores foi uma das coisas mais lindas que eu já vi em minha vida."

    Mauro Cézar Pereira: "Enquanto o São Paulo botava 10 mil pessoas lutando lá em cima. o Fluminense botava 20-30 mil pessoas estando em décimo oitavo."

    Mauro Cézar de novo: "O legal da Torcida do Fluminense é que ela mudou o comportamento; existe uma torcida chamada Legião Tricolor que tem uma proposta muito boa e que hoje é maior do que a principal torcida organizada do Fluminense, que é a Young Flu."

    José Trajano: "E pensar que eu torci pro Fluminense até os 8 anos de idade."

    :-)

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  6. Kfouri ainda não entendeu...
    Trajano, ainda dá tempo de ser feliz!

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  7. Foi o melhor zagueiro do Brasil dos últimos 10 anos.

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