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Ferenc Puskás, lenda húngara que atuou pela Espanha. |
Alguns atletas entraram para a história da Copa do Mundo de maneira peculiar: tendo atuado por duas seleções diferentes. Hoje, a FIFA tem regras estritas, que "quase proíbem" um atleta de mudar de seleção nacional durante a carreira. Mas nem sempre foi assim...
Em 1934, Attilio Demaría e Luis Monti foram convocados pela Itália para disputar a Copa do Mundo. Quatro anos antes, haviam defendido a Argentina vice-campeã mundial.
No Mundial de 1938, Josef Stroh, Franz Wagner, Willibald Schmaus e Rudolf Raftl, que haviam defendido a Áustria em 1934, estavam na seleção da Alemanha.
Em 1962, no Chile, aconteceram os três casos mais famosos. A Itália contava com José João Altafini, o Mazzola, que havia sido campeão pelo Brasil em 1958. Já a Espanha tinha em sua seleção dois "reforços estrangeiros": Ferenc Puskás (que defendera a Hungria em 1954) e José Santamaría (que atuara pelo Uruguai em 1954).
A partir do Mundial de 1966, as "transferências" foram proibidas, e os únicos casos que aconteceram foram devidos à desintegração da antiga Iugoslávia. Em 1990, os croatas Robert Prosinečki, Davor Šuker, Robert Jarni e Alen Bokšić defenderam a Seleção da Iugoslávia em sua última Copa do Mundo como nação unificada. Os quatro viriam a defender a Croácia posteriormente: Robert Prosinečki em 1998, Davor Šuker e Robert Jarni em 1998 e 2002, e Alen Bokšić em 2002.
Dos atletas acima, apenas cinco de fato entraram em campo pelas duas seleções em Mundiais: Luis Monti, Ferenc Puskás, José Santamaría, Mazzola e Robert Prosinečki.
Mazzola é o único dos "jogadores binacionais" a ter conquistado a Copa do Mundo (pelo Brasil, em 1958). Robert Prosinečki é o único a ter marcado gol por duas seleções diferentes em Copas do Mundo (em 1990, marcou pela Iugoslávia contra os Emirados Árabes Unidos; em 1998, marcou pela Croácia contra Jamaica e Holanda).
A seleção da Rússia é considerada pela FIFA como a continuação da União Soviética, assim como a Alemanha da Alemanha Ocidental, e a Sérvia da Iugoslávia. Assim, casos destes três países não foram considerados neste post.
PCFilho
Em 1938, pelo que sei, alguns jogadores da Áustria foram incorporados pela Alemanha Ocidental devido à anexação territorial da Áustria executada por Hitler.
ResponderExcluirIsso gera o primeiro e talvez único WO das Copas quando a Áustria não entra em campo pela primeira rodada de 38.
Aí vai a pergunta: Esses 4 relatados estavam na Áustria de 38 e foram incorporados ou já defendiam a Alemanha antes desse evento?
Boa pergunta, locemar.
ResponderExcluirDe fato, o jogo Suécia x Áustria estava programado para o dia 05/06/1938, no Stade Gerland, em Lyon, e não aconteceu por desistência da Áustria.
A anexação da Áustria pelo III Reich se deu em 12/03/1938, portanto menos de 3 meses antes do Mundial na França.
A Alemanha acabou perdendo na primeira fase mesmo, para a Suíça, e não utilizou nenhum dos 4 atletas austríacos.
Pelo que já vi em documentários, os jogadores foram realmente forçados a defender a seleção alemã.
ResponderExcluirÓtimo tema o post. E, sobre a Iugoslávia, embora a separação tenha sido positiva para os países no sentido de preservar as suas diferenças culturais, foi desastrosa para o futebol.
Imaginem o estrago que uma seleção com Stojkovic, Boksic, Prosinecki, Jarni, Boban, Suker, Savicevic, Mihajlovic, Stankovic, Mijatovic, entre outros teria feito na Copa de 94 ou 98.
Isso aí, Pedro. Se a Croácia sozinha já chegou à semifinal em 98... Imagine reforçada...
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