segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Em 6 anos de Peter Siemsen, Fluminense teve 11 trocas de treinadores

Foto: Cezar Loureiro.

O advogado Peter Siemsen assumiu a presidência do Fluminense em dezembro de 2010, alguns dias após a histórica conquista do tricampeonato brasileiro. Recebeu, pois, o clube em seu melhor momento nos últimos tempos, com um elenco recheado de craques, sob o comando técnico do melhor treinador brasileiro na época, Muricy Ramalho. A conjuntura parecia apontar para o início de um período de estabilidade, quebrando a sequência que fazia do Fluminense o clube que mais trocava de treinadores no mundo.

Não foi o que aconteceu: durante os seis anos da gestão de Peter Siemsen, o Fluminense teve 12 treinadores no futebol profissional. Na média, o Tricolor teve um técnico a cada seis meses. Muricy Ramalho só durou até março de 2011, quando foi trocado por Enderson Moreira, que já chegou com prazo de validade, pois Abel Braga assumiria a partir de junho. Abel foi o único que gozou de certa estabilidade no cargo, graças às boas campanhas nos Campeonatos Brasileiros de 2011 (terceiro lugar) e 2012 (campeão).

Em julho de 2013, porém, Abel não resistiu à pressão de uma sequência de maus resultados, e foi substituído por Vanderlei Luxemburgo. Não adiantou muito: o Fluminense manteve uma campanha ruim no Brasileirão, e na tentativa de evitar o rebaixamento nas rodadas finais, trocou Luxa por Dorival Júnior. Apesar do bom desempenho, com 3 vitórias, 1 empate e 1 derrota em 5 jogos, cumprindo o objetivo de escapar do descenso, Dorival não teve seu contrato renovado, e o Fluminense iniciou 2014 com uma velha solução: Renato Gaúcho.

A sexta passagem de Renato no comando técnico tricolor não durou muito: em abril, ele foi dispensado, e então chegou Cristóvão Borges, que quase completou um ano como treinador do Fluminense. Não conseguiu porque, em março de 2015, foi trocado por Ricardo Drubscky, uma aposta inusitada da diretoria tricolor. Aposta que, adivinhem, não deu certo: após menos de dois meses e somente oito partidas, Drubscky assinou o distrato com o Fluminense.

Drubscky foi substituído por Enderson Moreira (o mesmo de 2011), que não completou quatro meses no cargo, sendo trocado pelo promissor Eduardo Baptista, que terminou a temporada de 2015 e iniciou 2016 no cargo. Só iniciou mesmo, porque foi demitido ainda em fevereiro. Em março, chegou Levir Culpi, que ganhou fôlego com a conquista da Primeira Liga, mas não resistiu à sequência de resultados ruins no Brasileirão, e foi demitido no domingo, 6 de novembro. Para as quatro rodadas derradeiras do Campeonato Brasileiro, Marcão assumirá o comando técnico, sendo assim o décimo-segundo e último treinador da gestão de Peter Siemsen.

Abaixo, a lista de treinadores do Fluminense durante a período de Peter Siemsen na presidência do clube, sem contar os interinos Leomir (junho de 2011) e Marcão (março de 2016):
- Muricy Ramalho (29/04/2010 até 13/03/2011)
- Enderson Moreira (23/03/2011 até 29/05/2011)
- Abel Braga (12/06/2011 até 28/07/2013)
- Vanderlei Luxemburgo (30/07/2013 até 11/11/2013)
- Dorival Júnior (14/11/2013 até 08/12/2013)
- Renato Gaúcho (01/01/2014 até 02/04/2014)
- Cristóvão Borges (10/04/2014 até 23/03/2015)
- Ricardo Drubscky (26/03/2015 até 17/05/2015)
- Enderson Moreira (21/05/2015 até 16/09/2015)
- Eduardo Baptista (18/09/2015 até 25/02/2016)
- Levir Culpi (10/03/2016 até 06/11/2016)
- Marcão (07/11/2016 até o fim do ano)

Se tirarmos da conta a exceção de Abel Braga, que, favorecido pelas boas circunstâncias, permaneceu mais de dois anos no cargo, o Fluminense teve onze treinadores em menos de quatro anos. Fazendo a conta: um treinador a cada quatro meses e dez dias.

Ao trocar de comando técnico com tão assustadora frequência, o Fluminense evidencia a absoluta falta de planejamento do seu futebol profissional. Não tem como dar certo.

PCFilho

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