|
A cena mais comum do Campeonato Carioca: pênalti para o Vasco. |
Sob a administração do competentíssimo Rubens Lopes, aliado notório do dinossauro presidente do Vasco Eurico Miranda, o Campeonato Carioca naufraga na sua maior crise de credibilidade em mais de 100 anos de história.
Neste domingo 19, na semifinal entre Vasco e Flamengo, o árbitro
Rodrigo Nunes de Sá assinalou um pênalti inexistente para o Vasco, lance que decidiu o confronto, e levou o clube de Eurico à decisão do certame, contra o Botafogo (coincidentemente, o outro clube aliado à Federação do Rio de Janeiro,
também beneficiado na semifinal contra o Fluminense).
A marcação de pênaltis suspeitos para o Vasco no Campeonato Carioca virou rotina. Nos 17 jogos até aqui, o Vasco teve 8 penalidades marcadas a seu favor. Para efeito de comparação, o Fluminense teve 3, o Botafogo 2 e o Vasco 2. É isso mesmo: o Vasco teve mais pênaltis marcados a seu favor que Fluminense, Flamengo e Botafogo somados.
Nos 38 jogos da Série B do Brasileirão do ano passado, o Vasco teve os mesmos 8 pênaltis a seu favor. Isto é: com arbitragens isentas, precisou de 21 jogos a mais para ter o mesmo número de penalidades marcadas. Na Série A do Brasileirão 2014, os dois clubes que mais tiveram pênaltis a favor nas 38 rodadas foram Fluminense e São Paulo: tiveram os mesmos 8 pênaltis marcados. Novamente: com 21 jogos a mais que o Vasco no Carioca 2015.
Só contra o Friburguense, na minha Nova Friburgo, o Vasco teve três pênaltis marcados a seu favor, dois deles absolutamente inexistentes (o que aconteceu mesmo foi desperdiçado, no último minuto do jogo, resultando na heroica vitória do tricolor serrano por 5 a 4).
Um dos pênaltis para o Vasco foi assinalado no clássico contra o Fluminense, pelo árbitro
Luís Antônio Silva dos Santos: a penalidade foi mal marcada, e decidiu o jogo no apagar das luzes (
o Vasco venceu por 1 a 0). Vale lembrar que este Fluminense x Vasco foi tirado do Maracanã para o Engenhão, apesar de o mando de campo pertencer ao Fluminense e este desejar jogar no Maracanã. Na semifinal contra o Fluminense, o Botafogo pediu mudança de local do jogo com seu mando, e a Federação aceitou, a quatro dias da realização do jogo. Por que o tratamento diferente a dois clubes filiados? Será que foi por que o Botafogo é aliado e o Fluminense é inimigo?
Voltando aos pênaltis para o Vasco: a penalidade marcada contra Bonsucesso, aos 47 minutos do segundo tempo, também foi uma invenção da arbitragem. O Vasco converteu, e venceu por 1 a 0.
Contra o Boavista, também já nos acréscimos da etapa final, o menino vascaíno Thalles caiu na área. O lance foi no mínimo discutível, mas o árbitro, claro, não teve dúvida alguma: assinalou o pênalti, que o Vasco converteu. A partida terminou Vasco 2 x 1.
Em suma: dos oito pênaltis marcados para o Vasco, pelo menos seis foram duvidosos ou inexistentes (2 contra o Friburguense, 1 contra o Fluminense, 1 contra o Bonsucesso, 1 contra o Boavista e 1 contra o Flamengo). Exceto os contra o Friburguense, todos eles foram decisivos nas vitórias do Vasco.
O Campeonato em que o tricolor Fred foi ridiculamente suspenso por dar uma opinião, após ser expulso (injustamente) do Fla-Flu, não poderia terminar de maneira mais simbólica, com o confronto dos dois clubes aliados à Federação.
Se me permitem, dou uma sugestão: joguem as finais no medieval São Januário e no inacabado Engenhão. Ou, melhor ainda, a ida em Figueira de Melo e a volta em Moça Bonita. Seriam os palcos ideais para o suspiro final do Campeonato que já foi o mais importante do país, hoje tristemente reduzido a uma piada de necrotério.
Até o fim da redação deste post, não havia sido marcado nenhum outro pênalti para o Vasco.
PCFilho
Pelo menos desta vez a mulambada finalmente foi roubada, e como dizia o goleiro falastrão filipe: "roubado é mais gostoso".
ResponderExcluirJá nem acompanho o futebol brasileiro como acompanhava, tá uma merda só em qualquer lado.
O fraquíssimo futebol brasileiro de clubes reflete na seleção, que depende muito de Neymar jogar bem ou mal.
Com exceção do paulistão, onde ainda existe algo parecido com o futebol brasileiro que a gente tava acostumado, o resto tá uma titica só.
Alianças com a mulambada, ou outro qualquer, nunca deram certo, sou absolutamente contra, e o Fluminense tem que ter uma mentalidade de "contra tudo e contra todos", se quiser ganhar títulos.
Tem que entrar em campo sabendo ou tendo em mente que praticamente vai jogar contra 11, mas teoricamente vai jogar contra 11, contra a equipe de arbitragem, contra a federação, contra tudo e todos...se assim não fôr, vai ser sempre esta mesma merda...
É como a historinha do Pelé:
"Certa vez, num jogo entre Santos e Noroeste, o time da cidade de Bauru precisava da vitória e tratou de arranjar a partida com o árbitro.
Quando o jogo começou, o Noroeste abriu 1 a 0 em um gol em off-side, que o árbitro, claro, validou. Logo depois, o Santos empatou. O primeiro tempo não terminou enquanto o árbitro não desse um pênalti escandaloso a favor do Noroeste: 2 a 1.
No segundo tempo, o Santos empatou. Perto do final do jogo, corner para o Santos.
Pepe bateu e Pelé marcou de cabeça. O árbitro anula e manda voltar o escanteio, afirmando que ainda não havia autorizado a cobrança.
Pepe bate de novo e Pelé marca outra vez de cabeça. O árbitro anula dizendo que a bola estava fora do lugar na marca de corner.
Depois de muita confusão, Pepe coloca a bola outra vez na marca, espera o árbitro apitar e cobra. Pelé sobe e… Impressionante, marca de cabeça.
Aí, o árbitro virou-se em direção ao banco do Noroeste e abriu os braços como quem diz:
“Não tem jeito!”.