Rio de Janeiro, 6 de setembro de 1964.
Amigos, a semana começou com a notícia estarrecedora: o ponta-direita
Amoroso deixaria o Fluminense. O técnico
Tim é mesmo muito exigente nos treinamentos, e chamou diversas vezes a atenção do extrema. O que ele não poderia prever era a reação furiosa do craque:
vou embora e não volto mais, porque comigo a história é outra. Tim não deixou por menos:
ou Amoroso se adapta, ou sai do time. Era a crise se desenhando em Álvaro Chaves. E logo na semana de um clássico contra o Botafogo, decisivo para a manutenção da liderança.
A sorte do Fluminense é que Amoroso deu ouvidos a seu tio. Foi ele que conseguiu convencer o ponta a permanecer em Laranjeiras. Agora que você é titular e artilheiro do Fluminense, não pode estragar sua carreira, menino! No domingo, temos o jogo no Maracanã, para sessenta mil pessoas. E Amoroso seria o grande nome.
O Fluminense já era o líder antes do clássico. Mas para a imprensa a liderança era um detalhe: o Tricolor continuava o timinho de sempre. O favorito do clássico? O Botafogo com todos os seus cobras, claro. Manga, Nilton Santos, Gérson, Garrincha, Didi, Jairzinho e companhia: que chance teria o Fluminense? Para os jornais, a liderança era apenas temporária. O Tricolor era apenas o líder por uma semana.
Mas no domingo temos o jogo, e o que acontece? O Fluminense exerce um domínio amplo, sólido, irrefutável. Cabe lembrar: o Botafogo não perdia um clássico vovô havia mais de quatro anos: eram doze jogos de invencibilidade. Mas a cidadela alvinegra cai logo no primeiro minuto, quando começou a brilhar a estrela de Amoroso. Obviamente, ele não quis chutar aquela bola, mas sim centrá-la. A curva enganou Manga: era o primeiro gol de Amoroso, o primeiro gol do Fluminense. Sorte? Sim, sorte. Nelson Rodrigues sempre disse que o sujeito precisa de sorte para tudo, até mesmo para tomar um sorvete ou atravessar a rua. Para vencer um clássico, é preciso ter sorte. Fluminense 1 a 0.
A briga entre Tim e Amoroso parecia potencializar os atletas do pó-de-arroz. Aos 34, Amoroso assinalou seu segundo gol, consolidando a vitória tricolor no clássico.
Quando, aos 10 do segundo tempo, Ubiraci foi expulso por agredir Paulistinha, parecia que o Fluminense sairia dos trilhos. Porém, mesmo atuando com dez, o Tricolor conseguiu conter o ímpeto do Botafogo. O clássico terminou mesmo dois a zero.
O Fluminense é o líder por mais uma semana.
PCFilho
(crônica escrita para o
Pavilhão Tricolor)
FICHA TÉCNICA
06/09/1964 - Fluminense 2 x 0 Botafogo.
Competição: Campeonato Carioca de 1964.
Local: Maracanã (Rio de Janeiro).
Árbitro: Frederico Lopes, auxiliado por Joaquim Barreira e Valter Soares.
Público: 58.569 pagantes.
Renda: Cr$ 33.169.750,00.
Fluminense: Castilho; Carlos Alberto, Procópio, Altair e Nonô; Denílson e Oldair; Amoroso, Evaldo, Ubiraci e Mateus. Técnico: Tim.
Botafogo: Manga; Joel, Paulistinha, Nilton Santos e Jailton; Élton e Gérson; Garrincha, Didi, Jairzinho e Quarentinha. Técnico: Zoulo Rabelo.
Gols: Amoroso, aos 45 segundos do primeiro tempo, e aos 34 minutos do primeiro tempo.
Expulsão: Ubiraci, aos 10' do segundo tempo, por agredir Paulistinha.
Tim é o jogador do supertime de 36-41, né? Ele devia ser um técnico e tanto pq esse time do Botafogo era bizarro...
ResponderExcluirRamón, é ele mesmo: Elba de Pádua Lima.
ResponderExcluirHá gente que afirma que ele é o melhor treinador da história.
que timaço do botafogo!
ResponderExcluirsantos desgraçado nos ferrou. Dava pra levar taça brasil e libertadores com esse time.
Comentários no Pavilhão Tricolor:
ResponderExcluir1 Domingo, 07 Março 2010 15:22 Eduardo Rodrigues
Leandro Euzebio nao!!!!!
Se o Cuca continuar com esse malandro, eh p mandar embora esse fracassado tecnico de futebol...
Para um Flu forte o FLU NECESSITA SER FORTE EM TODOS OS SETORES.
E convenhamos cuca n eh um tecnico forte!
2 Domingo, 07 Março 2010 17:29 Eduardo Rodrigues
Moro nos EUA e por isso infelizmente n posso acompanhar os jogos ao vivo.
Entao acompanho tudo pela a internet.
Estou cuidando da minha filha agora e vendo o jogo do Santos e Portugues, ate agora 1x0 pra lusinha.
Dois jogadores me chamaram a atencao, um que por acaso eh o autor do gol, Everton. N sei quem eh ele.
Depois o locutor disse que ele tem 66 partidas pela a Lusa e esse ano tem 8 gol. Bom, eh um meia armador que eh muito interessante, finaliza e esta em excelente fase.
De repente p um brasileiro seria uma boa e barat contratacao pro Flu.
E o outro eh o Athirson, por esse jogo parece que voltou a sua forma. Seria um bom banco p o Julio Cesra e tb pro meio, mais util que um marquinho.
Quem sabe mais sobre este jogador, o Everton por favor poste, que eu gostei dele
3 Domingo, 07 Março 2010 18:04 Eduardo Rodrigues
PS: gosto do Edmundo como comentarista....
Sabe tudo!!!
4 Domingo, 07 Março 2010 19:59 Eduardo Rodrigues
Sem comentr o lance bizonho do Fred, so essa implicancia com o Leandro Euzebio eh p demitir o cuca com justa causa....
PELO AMOR DE DEUS
5 Domingo, 07 Março 2010 23:25 João Alberto Ribeiro Britto
Há quem reclame do Mariano, mas para o futebol brasileiro ele é um excelente jogador. Afinal, quem no mercado atual joga melhor do que ele. Alguem "comprável", of course.
6 Segunda, 08 Março 2010 01:14 Ivo
Uma lembrança triste, mas que deve servir de exemplo para aqueles que votam no Fluminense. Este time do Fluminense foi rapidamente desmantelado por dirigentes, o presidente era Nelson Vaz Moreira. Após a conquista do campeonato de 64 ao invés de reforçar o time para obter a hegemonia estadual e alçar vôos nacionais seus melhores jogadores foram vendidos. Foram vendidos: Carlos Alberto Torres, Oldair, Evaldo e Procópio. Com esse dinheiro foi construído o atual parque aquático Jorge Frias de Paula. O esporte amador ao invés de gerar receitas, tirava do futebol em nome do benefício para o clube. Os herdeiros desta política podem voltar ... .
Texto corrigido:
ResponderExcluirRio de Janeiro, 6 de setembro de 1964.
Amigos, a semana começou com a notícia estarrecedora: o ponta-direita Amoroso deixaria o Fluminense. O técnico Tim é mesmo muito exigente nos treinamentos, e chamou diversas vezes a atenção do extrema. O que ele não poderia prever era a reação furiosa do craque: vou embora e não volto mais, porque comigo a história é outra. Tim não deixou por menos: ou Amoroso se adapta, ou sai do time. Era a crise se desenhando em Álvaro Chaves. E logo na semana de um clássico contra o Botafogo, decisivo para a manutenção da liderança.
A sorte do Fluminense é que Amoroso deu ouvidos a seu tio. Foi ele que conseguiu convencer o ponta a permanecer em Laranjeiras. Agora que você é titular e artilheiro do Fluminense, não pode estragar sua carreira, menino! No domingo, temos o jogo no Maracanã, para sessenta mil pessoas. E Amoroso seria o grande nome.
O Fluminense já era o líder antes do clássico. Mas para a imprensa a liderança era um detalhe: o Tricolor continuava o timinho de sempre. O favorito do clássico? O Botafogo com todos os seus cobras, claro. Manga, Nilton Santos, Gérson, Garrincha, Didi, Jairzinho e companhia: que chance teria o Fluminense? Para os jornais, a liderança era apenas temporária. O Tricolor era apenas o líder por uma semana.
Mas no domingo temos o jogo, e o que acontece? O Fluminense exerce um domínio amplo, sólido, irrefutável. Cabe lembrar: o Botafogo não perdia um clássico vovô havia mais de quatro anos: eram doze jogos de invencibilidade. Mas a cidadela alvinegra cai logo no primeiro minuto, quando começou a brilhar a estrela de Amoroso. Obviamente, ele não quis chutar aquela bola, mas sim centrá-la. A curva enganou Manga: era o primeiro gol de Amoroso, o primeiro gol do Fluminense. Sorte? Sim, sorte. Nelson Rodrigues sempre disse que o sujeito precisa de sorte para tudo, até mesmo para tomar um sorvete ou atravessar a rua. Para vencer um clássico, é preciso ter sorte. Fluminense 1 a 0.
A briga entre Tim e Amoroso parecia potencializar os atletas do pó-de-arroz. Aos 34, Amoroso assinalou seu segundo gol, consolidando a vitória tricolor no clássico.
Quando, aos 10 do segundo tempo, Ubiraci foi expulso por agredir Paulistinha, parecia que o Fluminense sairia dos trilhos. Porém, mesmo atuando com dez, o Tricolor conseguiu conter o ímpeto do Botafogo. O clássico terminou mesmo dois a zero.
O Fluminense é o líder por mais uma semana.
PCFilho
(crônica escrita para o Pavilhão Tricolor)
FICHA TÉCNICA
06/09/1964 - Fluminense 2 x 0 Botafogo.
Competição: Campeonato Carioca de 1964.
Local: Maracanã (Rio de Janeiro).
Árbitro: Frederico Lopes, auxiliado por Joaquim Barreira e Valter Soares.
Público: 58.569 pagantes.
Renda: Cr$ 33.169.750,00.
Fluminense: Castilho; Carlos Alberto, Procópio, Altair e Nonô; Denílson e Oldair; Amoroso, Evaldo, Ubiraci e Mateus. Técnico: Tim.
Botafogo: Manga; Joel, Paulistinha, Nilton Santos e Jailton; Élton e Gérson; Garrincha, Didi, Jairzinho e Quarentinha. Técnico: Zoulo Rabelo.
Gols: Amoroso, aos 45 segundos do primeiro tempo, e aos 34 minutos do primeiro tempo.
Expulsão: Ubiraci, aos 10 do segundo tempo, por agredir Paulistinha.