terça-feira, 13 de maio de 2014

História do pó-de-arroz completa 100 anos


Meu amigo Alexandre Berwanger acaba de me lembrar, por e-mail, que há exatos 100 anos, no dia 13 de maio de 1914, começava a história do pó-de-arroz.

Fluminense e America jogavam no campo do Tricolor, pelo Campeonato Carioca daquele ano. E o clima entre as torcidas não era lá muito amistoso. Afinal, alguns atletas haviam se transferido do America para o Fluminense, e os torcedores do clube tijucano naturalmente estavam chateados com a situação.

Um dos transferidos do America para o Fluminense foi o meia-atacante Carlos Alberto, um jogador mulato que jogaria pela primeira vez contra seu ex-clube. (Nota: percebam que - ainda em 1914, e até antes disso - o Fluminense já escalava atletas mulatos em seu time. O Vasco da Gama, famoso pelo suposto pioneirismo na escalação de mulatos e negros, só começou a jogar futebol no ano seguinte...)

Carlos Alberto.

Desde os tempos de America, Carlos Alberto passava um talco no rosto, provavelmente como um tipo de loção pós-barba, como explica Marcos Carneiro de Mendonça, amigo e companheiro de Carlos Alberto tanto no America quanto no Fluminense. A torcida tijucana, sabendo do costume do rapaz, passou a provocá-lo naquela tarde, gritando "pó-de-arroz".

Como costuma acontecer com as provocações das arquibancadas, o grito foi copiado pelas outras torcidas rivais, e o apelido de "pó-de-arroz" acabou passando de Carlos Alberto para o Fluminense como um todo.

Algum tempo depois, a inteligente torcida tricolor deixou de se irritar com o apelido pejorativo, e adotou o pó-de-arroz como um de seus símbolos. As espetaculares festas de pó-de-arroz no Maracanã são um show à parte, encantando tricolores e até mesmo os torcedores rivais.



Apesar das insistentes tentativas de associar o costume tricolor do pó-de-arroz a racismo (exemplo), nunca houve comprovação desta teoria. Trata-se de uma comparação sem cabimento, já que nem mesmo a suposta "origem racista" do termo tem fundamento real, e a celebração do pó-de-arroz sempre foi festejada por todos os tricolores - brancos, pretos, mulatos, índios, amarelos, laranjas, verdes e grenás - nada tendo de racista ou preconceituosa.

Time de aspirantes do Fluminense em 1910, com o negro Alfredo Guimarães.
O Tricolor era mesmo racista?

A festa do pó-de-arroz ainda não aconteceu no Novo Maracanã, mas já existem conversas a respeito. Provavelmente no segundo semestre, voltaremos a fazer o belo espetáculo. Quem sabe se para comemorar mais um Campeonato Brasileiro? :-)

PCFilho
(colaborações de Alexandre Magno Barreto Berwanger e João Claudio Boltshauser)

4 comentários:

  1. A dor de cotovelo, e a insistencia dos medíocres em fazer do Fluminense que nasceu aristocrático, um clube apenas elitista é somente para tentar desviar atenções das próprias mediocridades:-)

    É certo que o Flu tinha o glamour de Hollywood. A nata da sociedade se reunia em 2 locais:ou no Copacabana Palace ou no Fluminense, mas daí a dizer que o clube era racista vai uma distância infinita.

    Muitas vezes fui no Marca onde o saudoso Careca distribuía saquinhos de talco a todos na arquibancada, e quando o Flu entrava em campo, a gente ...não via:-)

    É dor de cotovelo, mais nada...

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  2. Me lembro de ter lido esse artigo, acho que foi por aqui mesmo kkkkk. Tive que reler pq tava conversando com alguns colegas quando tocaram no assunto "pó-de-arroz". Na verdade quando associam o Flu com o racismo no mínimo, é uma tentativa de assassinato de reputação (vale ressaltar que utilizam até aquela questão da ida do Flu pra série A sem ter jogado a série B que tbm é uma outra tentativa de assassinato de reputação). Eu li em outras fontes que o pó-de-arroz servia pra mascarar mau odor. As pessoas utilizavam o pó nas axilas, esconder imperfeições no rosto como marcas de acne, cravos e espinhas etc. Ou seja, o pó não era somente associado à maquiagem como muitos imbecis às vezes utilizam isso pra ridicularizar os torcedores do Flu. Eles se orgulham da própria ignorância!

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  3. absurdo outras fontes falarem que a diretoria do flu obrigava carlos alberto a usar pó de arroz isso é maldade com o fluminense e se ele ja usava no americao problema então não era do flu era dele carlos alberto

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