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Foto: Bruno de Lima/LANCE!Press. |
O Fluminense perdeu para o Vitória, no Maracanã, com um homem a mais durante quase todo o jogo. Com isso, chegou ao sétimo jogo seguido sem vitória no Campeonato Brasileiro. Eu poderia falar aqui da bagunça tática de Vanderlei Luxemburgo, da má fase de nossos zagueiros, da falta de pontaria de nossos atacantes. Mas prefiro atacar o que considero ser o principal motivo de o Fluminense, vez por outra, chegar a essa situação deprimente - o seu modelo de patrocínio.
Aliás, patrocínio não, né? Patrocínio é quando uma empresa transfere recursos financeiros para o clube, em troca da exposição de sua logomarca. A relação do Fluminense com a Unimed é, digamos, de outra natureza. O Fluminense terceirizou seu departamento de futebol inteiramente para a empresa de Celso Barros. É ela que decide tudo, quais serão os dirigentes, quais jogadores contratar, qual treinador contratar, quanto investir na temporada, tudo, absolutamente tudo.
Há anos como 2010 e 2012, quando a conjuntura é - por algum motivo - favorável, a Unimed abre as torneiras, o Fluminense acaba tendo o melhor time do país e, com alguma sorte, levantamos o Campeonato. E há anos como 2009 e 2013, quando a Unimed fecha as torneiras, o Fluminense capenga com um arremedo de time, e brigamos para não cair. Em suma, o desempenho do Tricolor é uma gangorra que varia de acordo com a disposição da Unimed.
O meu sonho para o Fluminense é outro. O Flu da minha utopia é independente, caminha com as próprias pernas, e está sempre disputando o título. Infelizmente, poucos tricolores compartilham comigo este ideal.
Sim, o Fluminense é assim porque quer ser assim. Em sua campanha de 2010, o então candidato Peter Siemsen deixou muito claro que desejava a continuidade deste modelo, mais até que o seu rival da ocasião. Sim, continuidade é a palavra, pois tudo isto foi criado nas gestões anteriores, de David Fischel e Roberto Horcades, e mantido nos mínimos detalhes por Peter Siemsen. E os sócios do Fluminense decidiram, com ampla maioria, pela manutenção do modelo. A escolha foi deles, dos sócios do Fluminense em 2010. E essa gangorra que vivemos, um ano disputando o título, outro ano brigando para não cair, é consequência direta da adoção deste modelo de submissão.
E não, ao contrário do que diz a propaganda da situação, o Fluminense não está melhorando, não está saindo do buraco financeiro em que se enfiou, muito pelo contrário. Apesar de vivermos um momento favorável, com aumento substancial das receitas de televisão e de vendas de atletas, a dívida total do clube segue crescendo (no fim de 2010, era de R$ 382 milhões; hoje, já ultrapassa R$ 440 milhões). Sim, o Fluminense continua cavando o poço, e a cada olhar que lançamos, percebemos que ele é mais fundo.
As conquistas de 2010 e 2012 foram lindas, maravilhosas, acachapantes. Mas eu temo que as belas taças envelheçam sem ganhar irmãs mais novas. O time forjado a sangue, suor e lágrimas em 2009, e melhorado nos anos seguintes, parece ter encerrado seu ciclo - até porque quase todas as suas peças já foram trocadas. O time atual é apenas mediano, ou fraco mesmo. O Fluminense não consegue se sustentar no topo, porque vive de migalhas. E eu não posso acreditar que este é o destino que merecemos.
Ainda é possível que o Fluminense escape do rebaixamento, embora seja difícil ter esperanças vendo o futebol apresentado em campo. Vamos torcer.
PCFilho
Notas do onze:
Diego Cavalieri - 5,0
Bruno - 2,0
Gum - 2,0
(Felipe) - 2,0
Leandro Euzébio - 2,0
Igor Julião - 2,0
(Ronan) - 2,0
Edinho - 2,0
Diguinho - 6,0
(Marcos Júnior) - 2,0
Jean - 2,0
Rafinha - 2,0
Biro Biro - 4,0
Rafael Sobis - 4,0
Vanderlei Luxemburgo - 2,0
Ontem foi vergonhoso, senti vergonha de ver a bagunça que é hoje o Fluminense em campo, sem padrão tático nenhum. Muitos defendem o Luxemburgo botando na conta dos desfalques, mas o time do Abel mesmo desfalcado tinha um padrão de jogo e sabia o que fazer com a bola. O Flu do Profexô não sabe, não tem padrão pois seu treinador quer ser a estrela e ganhar na tacada de mestre que não consegue mais. Ele conseguia no tempo que treinava craques no Palmeiras da Parmalat, mas o time só tinha craques.
ResponderExcluirO time do Fluminense inteiro é muito bom, mas o elenco está enfraquecido pois além de não evoluir perdeu peças de alto nível (Nem e Thiago Neves). Entretanto, este time que está ai não é para brigar para cair, é time para brigar no meio da tabela e com alguma sorte ter atingido a Libertadores.
Enfim, acho que vamos pagar a série b ano que vem...preparem os ouvidos pq seremos zuados.
É isso aí, Montanha.
ResponderExcluirEu não consigo ver esse time escapando. Olho pro nosso momento e pra tabela e não vejo como não sermos ultrapassados por alguém. Lembro do que pensei quando ganhamos do Goiás no Serra Dourada: "Temos uns 14 jogos pela frente. Se ganharmos 4, escapamos de vez". Desde então, foram 3 empates e 4 derrotas. Agora faltam 7 jogos...
Joguei a toalha!
É aquele ponto que vale mandar o treinador embora e subir colocar o maluco da base para treinar.
ResponderExcluirCom certeza vale!
ResponderExcluirPrefiro mil vezes um técnico que faça o feijão com arroz do que isso que o Luxemburgo tá apresentando. Pra mim foi o cúmulo, ultrapassou todos os limites da razoabilidade quando ele mandou o Leandro Euzébio pra fazer o centro-avante deixando o Rafinha todo enrolado na zaga...agora só falta botar o garoto no gol. Se eu fosse empresário dele, já faria um DVD intitulado "Joga nas onze" pra distribuir por aí.
Precisamos de alguém com humildade pra topar continuar pro (extremamente) provável desafio do ano que vem.