quinta-feira, 26 de junho de 2008

Seremos campeões - por Nelson Rodrigues

Tricolores do Céu e da Terra, anuncio-lhes a Boa Nova! Consegui conversar novamente com nosso sábio Nelson Rodrigues! Ele praticamente ditou para mim a crônica abaixo. Por favor, não atribuam a autoria dela a mim. O texto é 100% do nosso profeta!

"Se quereis saber o futuro do Fluminense, olhai para o seu passado. A história tricolor traduz a predestinação para a glória.

Paulinho, meu querido, a Liga teve a sua chance de ouro de conquistar a Libertadores, no segundo tempo em Quito. E a jogou no lixo, recuando covardemente. O Fluminense terá a sua oportunidade no Estádio Mário Filho, e não a desperdiçará. Nossos jogadores mostrarão uma garra, uma vontade e um ímpeto inexcedíveis, e o Pó-de-arroz será o campeão! Isso já está escrito há mais de dez mil anos!

Assisti à batalha de Quito ao lado de Castilho e Ximbica. Daqui de cima pudemos observar as artimanhas de Sobrenatural de Almeida! Ele esteve na nossa grande área, assombrando Fernando Henrique e nossos defensores, durante todo o longo primeiro tempo. O Sobrenatural não torce para nenhum time, você sabe. E ontem ele estava disposto a interromper nossa jornada rumo à glória. Porém, os deuses do futebol são sábios, meu caro. Não se brinca com o Pó-de-arroz, Sobrenatural! Não se brinca com esta instituição centenária! Os deuses espantaram Sobrenatural de Almeida, e ele sumiu no segundo tempo. E também não estará no Estádio Mário Filho, no dia dois de julho! O tricolor Gravatinha, esse sim, é presença garantida!

Quarta-feira, o Fluminense precisa de número. Acontecerá, pois, o suave milagre. Os tricolores vivos, doentes e mortos subirão as rampas. Os vivos sairão de suas casas, os doentes de suas camas, e os mortos de suas tumbas. Dizem os idiotas da objetividade que torcida não ganha jogo. Pois ganha. Cem mil fanáticos empurrarão o Pó-de-arroz para a glória! Seremos campeões!"

Arrepiante, não? Obrigado, sábio profeta! Saudações Tricolores!

PC

Eu acredito

Caros,

Escrevo após o primeiro jogo da final da Libertadores. O placar: LDU 4 x 2 Fluminense. O jogo chegou a estar 4 x 1 para os equatorianos. Ninguém, absolutamente ninguém, acreditava que isso poderia acontecer. Pois aconteceu. Os idiotas da objetividade perguntarão: o que aconteceu com a melhor defesa do campeonato? Há culpados pela derrota? Eu vos respondo: isso não importa!

Tricolores do Céu e da Terra: eu acredito! Você também acredita. Isso é o que importa! Nós seremos os campeões. Isso já está escrito há mais de 10 mil anos, segundo Nelson Rodrigues.

Em 1983, o cronômetro já invadia os acréscimos do segundo tempo quando Assis fez o gol do título estadual, contra o Flamengo. Em 1984, a história se repetiu.

Em 1995, vimos o título escorrer pelas mãos com dois gols rubro-negros no segundo tempo. Mas nada estava perdido. Há exatos 13 anos, Renato Gaúcho fez o gol do título, aos 42 minutos.

Em 2005, perdemos o primeiro jogo da final do Campeonato Estadual: Volta Redonda 4 x 3 Fluminense. Uma semana depois, vencemos por 3 a 1, com gol aos 47 do segundo tempo.

Nesta Libertadores, um gol do São Paulo aos 24 do segundo tempo, e tínhamos 20 minutos para fazer 2 gols. Dodô e Washington fizeram os gols. O segundo aos 46 minutos.

Também nesta Libertadores, já no segundo tempo, nos vimos em desvantagem contra o Boca Juniors. A virada aconteceu, e conquistamos novamente a vaga. É por essas e outras que o sábio escreveu:

"A verdade incontestável é que ninguém ganha da forma como nós ganhamos. As vitórias dos outros são simples, quase sem graça. Algumas beiram a banalidade, ao ridículo, as nossas não. As nossas são cardíacas. As dos outros são previsíveis, esquecidas ao apito do primeiro jogo do próximo campeonato, as nossas são inesquecíveis. Por todos, por nós, pelos adversários e até pelo mais indiferente leigo. As nossas vão da extrema falta de perspectiva, do máximo sofrimento, da crueldade, ao êxtase, ao épico, ao apoteótico. Tudo junto, quase sem fronteiras entre esses opostos."

Seremos Campeões!

PC

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Fluminense 3 x 1 Boca Juniors



Rio de Janeiro, madrugada de 4 para 5 de junho de 2008.

Acabo de chegar do Estádio Mário Filho, o mítico Maracanã, onde assisti à brilhante classificação do meu Fluminense contra o poderoso Boca Juniors!

Cabe relembrar algumas das frases ditas antes do primeiro jogo, 2 a 2 em Buenos Aires.

A primeira veio da "boca" (duplo sentido, por favor!) de muitos argentinos. "Não importa o resultado de Buenos Aires. O Boca vai vencer no Rio."

A próxima demonstra o menosprezo dos próprios jogadores xeneizes em relação ao Fluminense. O atacante Palermo disse, para quem quisesse ouvir: "O Boca ganhará os dois jogos."

Seu companheiro Riquelme não deixou por menos: "Palermo quer a artilharia. Ele fará uns cinco gols no Fluminense."

O camisa 10 do Boca ainda falou mais. Já estava pensando no confronto com seu compatriota Tevez, do Manchester United, contra quem o campeão da Libertadores provavelmente jogará no Japão.

As frases acima foram ditas por argentinos. Nada justifica falta de respeito. Mas eles ao menos tinham uma razão para proferi-las: apoiar o time do seu país. Algo que, infelizmente, a imprensa brasileira não fez pelo Fluminense.

Impossível citar aqui, neste curto espaço, todas as frases infelizes ditas pelos jornalistas brasileiros. Assim, citarei apenas o maior absurdo que ouvi: a frase, repetida à exaustão, pelos mais diversos veículos de comunicação: "O Fluminense não tem tradição." Peraí, volta a fita. Não tem tradição? O clube pioneiro do futebol de alto nível no Brasil não tem tradição? O maior campeão carioca não tem tradição? O detentor da Taça Olímpica de 1949 não tem tradição? O campeão mundial de 1952 não tem tradição? Um time com três conquistas nacionais (1970, 1984, 2007) não tem tradição? Então, tá...

Voltando às declarações argentinas... no início do ano, Riquelme foi sondado sobre a possibilidade de defender o Fluminense na Libertadores. Ele respondeu, seco: "Fluminense? Que Fluminense?".

Os jogadores do Boca não menosprezaram apenas o Fluminense. Menosprezaram também o Maracanã. Ganharam do Cruzeiro no Mineirão e do Atlas no Jalisco. Acharam que o Maracanã era só mais um estádio. Não acreditaram na força do Estádio Mário Filho.

Nesta quarta-feira, aconteceu o suave milagre. Os vivos saíram de suas casas, os doentes de suas camas, e os mortos de suas tumbas. Escorria gente pelas paredes do Maracanã. Todos ávidos por um milagre: a eliminação do Boca, façanha que, dentre todos os times brasileiros, apenas o Santos de Pelé havia realizado.

Começa o jogo. O jogo no primeiro tempo foi estudado. Leve domínio do Boca. Porém, as jogadas de perigo dos xeneizes eram paradas, uma a uma, pelas épicas atuações de Fernando Henrique e Thiago Silva.

Os tricolores sabem que com o Flu tudo é dramático. Evidentemente, no segundo tempo, aconteceu o que todos sabiam que aconteceria: gol dos argentinos. Palermo de cabeça. Seria apenas o primeiro dos cinco que ele achava que marcaria no confronto!

A música mais recente da torcida tricolor diz assim:
"O dale dale dale dale dale Fluminense!
O dale dale dale dale dale Tricolor!
Há tantos anos juntos na vitória e na derrota!
Mas a certeza é que eu nunca vou te abandonar!
Eu canto NENSE quando o time vai bem!
Eu canto NENSE quando o time vai mal!
Um gol sofrido não vai me abater!
NÃO VOU PARAR DE CANTAR!"

Começamos a entoá-la. O Fluminense precisava de nós. Precisou há 10 anos, e nós estávamos lá. Não seria diferente hoje. Nós estávamos lá!

Falta perigosa, sofrida por Dodô, nosso 12º titular, que acabara de entrar em campo. Dali, temos muitos cobradores de qualidade: Thiago Neves, Dodô, Thiago Silva, Washington... Joana, ao meu lado, disse: "O Dodô tem que bater essa falta!". Eu respondi: "Quem bater vai fazer o gol!". Eu tinha certeza. Só não sabia quem faria o gol. Só sabia que faria o gol! Washington executou a cobrança perfeita. Nenhuma chance para o goleiro xeneize. Bola na rede. 1 a 1! Explosão de alegria nas três cores que traduzem tradição!

O Boca novamente se via obrigado a tentar o gol. Com isso, cedia perigosos espaços. Num dos contra-ataques, Dodô achou Conca. O nosso argentino, humilde como não o são os outros aqui citados, partiu em velocidade pela esquerda. Invadiu a área e tocou para o meio. Ibarra desviou, e a bola iria para escanteio. Iria, porque houve um segundo desvio! Sobrenatural de Almeida foi o responsável por ele. Somente os tricolores viram o toque mortal do Sobrenatural naquela bola. Tudo calculado pelo Conca, como disse meu amigo Alan. E ele está certo. Bola na rede! 2 a 1 Flu! E o Boca não empataria mais! Nunca mais!


Isso porque Thiago Silva e Fernando Henrique continuavam com suas atuações épicas lá atrás. O melhor zagueiro do mundo tirou uma bola que já havia passado pelo nosso brilhante goleiro!

O golpe final teria que vir do homem que mudou o jogo, nosso 12º titular. Dodô jogou a última pá de cal no caixão do Boca, aos 47 do segundo tempo (nosso minuto favorito, né, Washington?). 3 a 1. Fim de jogo. Muitas "bocas" caladas na Argentina e no Brasil! Acho que agora o Boca e seu craque Riquelme conhecem o Fluminense. Respeitam o Fluminense. Agora respeitam o Maracanã, e a torcida do Fluminense.

Daqui a décadas, o continente dirá, mordido de nostalgia: "AQUELE Fluminense e Boca!".

Saudações Tricolores!
PC

Vídeo com os gols do Fluminense, na narração emocionante e arrepiante de Luiz Penido:

domingo, 1 de junho de 2008

Fluminense - Libertadores 2008

Nesses dias que antecedem a histórica partida de volta contra o Boca Juniors, pela semifinal da Libertadores, evidentemente não consigo pensar em outra coisa. Publico hoje as palavras que direcionei outro dia a Joana, uma amiga tricolor, fanática como todos os tricolores o são.

"Também acho que merecemos, Joana! Merecemos esse título, sim! E vamos conquistá-lo! Digo "vamos" na primeira pessoa do plural, porque NÓS vamos conquistar a Libertadores. Nós nove milhões de torcedores, vinte e poucos jogadores e comissão técnica deste clube fantástico! O Fluminense somos nós!

Há dez anos, sofríamos o inimaginável rebaixamento à terceira divisão, e não abandonamos este clube. Uma década se passou e estamos entre os 4 maiores clubes da América! Somente um gigante para ressurgir assim das cinzas! Nós somos um gigante! Nós somos o Fluminense! Somos Tricolores de Coração!

Estamos honrando o Fluminense de Nelson Rodrigues, Castilho, Rivellino, Gérson, Felix, Assis, Washington, Branco, Telê, Didi, Bacchi, Marcos Carneiro de Mendonça, Oscar Cox, Thiago Silva e tantos outros! Tenho certeza de que elevaremos o nome do FFC ao topo das Américas, local em que este nome sempre mereceu estar!

Na 4a-feira, os vivos saem de suas casas, os doentes de suas camas e os mortos de suas tumbas. Vamos vencer!"

Saudações Tricolores!
PC