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Foto: Adalberto Marques e Carlos Costa (Lance). |
Amigos, vocês sabem que eu não estou otimista para esta temporada do Fluminense. Não vejo, a princípio, condições para repetirmos os feitos de 2010 e 2012, com as limitações do plantel montado pelos dirigentes tricolores. No entanto, quando conseguimos vitórias como a deste domingo, no Serra Dourada, confesso que começo a pensar besteira.
Quando o jogo estava empatado em 1 a 1, um lance desastroso parecia ter colocado tudo a perder: Gum expulso, e pênalti para o Goiás. Ali, até o mais otimista dos tricolores sentou no meio-fio e chorou o revés iminente. Se o Goiás convertesse a cobrança em gol, seria a tragédia, seria o fim, seria a derrota irremediável.
O que é o pênalti, senão o momento mais extraordinário do futebol? Os torcedores dos dois times arregalam os olhos, os dos outros times também. Os movimentos das placas tectônicas cessam. Até mesmo a rotação e a translação da Terra param. Só existem, em toda a Via Láctea, em todo o universo, o cobrador, o goleiro e a bola. Geralmente, acontece o gol. Porém, vez por outra, o goleiro opera um milagre. Sim, defesas de pênalti são autênticos milagres, sem tirar nem pôr - tanto que até canonizam seus autores. Castilho pegou uma dúzia de pênaltis e a torcida tricolor passou a chamá-lo de São Castilho. Mais recentemente, Marcos fez o mesmo, e a torcida palmeirense passou a chamá-lo de São Marcos. Felipe Menezes cobrou e Diego Cavalieri defendeu. Ou melhor, São Diego Cavalieri defendeu. Com a monumental intervenção do goleiro do Fluminense, permanecia empatado o prélio em Goiânia.
Mesmo com um homem a menos, o Fluminense foi à frente e conseguiu um gol merecido, com Edson. Como corre este tal de Edson, amigos. Ele está em todas as jogadas, em todas as partes do campo, na defesa e no ataque. Abençoado é o time que tem um homem incansável como Edson em suas fileiras, pois nem sente a desvantagem numérica. No fim, Vinícius se machucou e o Fluminense ficou com nove. Mas com Edson no gramado, nove parecem onze. E o Fluminense conseguiu assegurar a vitória, com muita garra.
Na próxima rodada, o Fluminense receberá o Santos, na quinta-feira 2, às 21:00, no Maracanã. Pela entrega demonstrada em Goiânia, o onze merece o prestígio da torcida tricolor. Acredito que um bom público se fará presente, subindo as rampas do nosso templo para empurrar as três cores que traduzem tradição a mais uma vitória.
Como eu dizia no começo, vitórias como esta nos fazem começar a pensar besteira. São triunfos assim que transformam times bons em times campeões. Ver o Fluminense jogar com tanta garra, com tanta vontade, transbordando suor, anima qualquer pó-de-arroz. Até mesmo o cauteloso Profeta, na úmida e distante caverna que habita, começa a coçar sua longa barba branca, filosofando: "será que dá?".
PCFilho
NOTAS DO ONZE:
Diego Cavalieri: Defendeu um pênalti no momento crucial do jogo. DEZ
Wellington Silva: Muita raça, sempre dando opção para os companheiros. 7,0
Gum: Falhou no gol do Goiás. Depois, trocou um gol certo por sua expulsão. 5,0
Antônio Carlos: Ganhou a maioria das disputas, e mostrou muita vontade. 7,0
Giovanni: Falhou no lance que resultou no pênalti. 5,0
Edson: Incansável como sempre, marcou o gol da vitória. 9,5
Jean: Molhou a camisa, principalmente durante a desvantagem numérica. 7,0
Vinícius: Deu o chute que resultou no primeiro gol. 7,0
Wagner: Marcou o primeiro gol, com oportunismo. 7,0
(Pierre): Entrou no fim para fechar o time. 6,0
Gérson: Desligado do jogo. 5,0
(Lucas Gomes): Entrou muito bem, participando dos dois gols do Fluminense. 8,5
Magno Alves: Participou pouco. 5,0
(Henrique): Entrou bem, deu a assistência para o gol de Edson. 7,0
T. Enderson Moreira: Mesmo em desvantagem numérica, mandou o time ao ataque. 7,0
Árbitro Luiz Flávio de Oliveira: Boa atuação. Só falhou ao não aplicar um cartão amarelo para o Goiás, em jogada violenta. 6,0