quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Jamaica 40 graus*


Nas duas últimas semanas, a Cidade Maravilhosa foi o palco dos Jogos Pan-americanos. Não tive muitas oportunidades de fazer parte desta festa devido à voraz fome de ingressos por parte do público (e principalmente dos cambistas), mas pude ir a dois jogos. Um foi a fácil vitória da Seleção Brasileira de Vôlei Masculino sobre o fraco time mexicano. Sobre esse jogo, nada de especial há de se comentar, apenas a atuação segura do time “reserva” brasileiro (entre aspas, porque time reserva naquele nível não é para qualquer um!) e a festa da torcida que não compareceu em massa, pois esse jogo realmente não tinha atrativos extras. Por isso consegui ingressos. Aliás, que os conseguiu foi o meu nobre colega jornalheiro Paulo Cezar.

A segunda partida que acompanhei, essa sim merece vários comentários. Final do torneio de futebol masculino. Palco: Estádio Mário Filho, o Maracanã. Valendo o ouro! Jamaica e Equador se enfrentavam em busca do sonho dourado e... Opa, Equador? E Jamaica???

Pois é, Jamaica e Equador (que eliminou o Brasil nas quartas) faziam a final, precedidos pela disputa do ouro entre México (ok, México é bom, sempre ganha do Brasil, mas não está na final??) e Bolívia (sem comentários). Os jogos tinham tudo para ser um saco. E foram. Mas o pensamento (meu e da grande maioria) foi estampado em um dos cartazes da galera: “Comprei o ingresso e me dei mal, o Brasil não está na final”. Como estava difícil assistir aos jogos pela falta de ingresso, lá fui eu. Afinal, é Maraca, não é mesmo?

Foi um dos dias mais incomuns da história do Maior do Mundo (que não é mais o maior, mas que se dane). Dia de final e o estádio estava vazio (nem todos pensaram como eu). Isso e mais o fato de a segurança no Pan ter sido exemplar fizeram com que as máquinas digitais estivessem nas mãos de quase todos, fotografando o estádio mais importante do mundo, e também a espetacular pira Pan-americana. O orkut de todos deve ter sido renovado nesse dia.

Mas e os jogos? Ah, sim, os jogos! Bom, México e Bolívia eu não vi, entrei atrasado, fiquei tirando fotos, mas acho que o México venceu por 1 a 0, apesar de a maioria estar torcendo pelos bolivianos. Aliás, a torcida foi um show à parte. Foi muito divertido ver torcedores dos quatro grandes brincando todos juntos, cada um gritando pelo seu time, mas só na brincadeira mesmo, sem violência, na paz. Aliás, outra coisa estranha: a maior parte da torcida estava nas cadeiras (eu inclusive) e não na arquibancada, e foi nelas que a festa foi mais animada, principalmente devido à proximidade do animador que ficava (desculpem) enchendo o saco nos intervalos.

Mas e a grande decisão?? Putz, quase me esqueci dela. 99,9% da torcida era pelos Reagge Boyz. E eles abrem o placar logo no início do jogo, levando a “massa” ao delírio. E depois, mais nada de útil até os 30 do segundo tempo. Nesse intervalo que durou o jogo quase todo, a torcida deu um show de criatividade, adaptando os tradicionais gritos de guerra dos clubes cariocas à Seleção da Jamaica. Extremamente engraçado. “Domingo eu vou ao Maracanã” virou Sexta-feira e o time do coração virou a Jamaica. Tentem imaginar. Ja-mai-ca! Ja-mai-ca! Quando o Bob canta, a galera se levanta... E só dá Jamaica, ... E por aí vai, todos os “hinos” foram “remixados”. Muito bom. Só isso já teria valido pagar cinco pratas pela meia-entrada nas cadeiras para ver esse clássico às avessas. Sem contar as “olas”. Mas não parou por aí.

Completamente esquecido, o jogo se desenrolava num marasmo de dar dó, quando um jogador, que não me lembro nem de qual dos dois times era, chutou a bola para a lateral e ela veio parar nas cadeiras. O garoto que a pegou, ao invés de jogar de volta para os gandulas no campo, resolveu iniciar a brincadeira que fez mesmo valer a pena ter ido ao Maraca naquela tarde cinzenta de sexta-feira. Jogou a bola para trás, pro meio da torcida, e um foi jogando para o outro, e este para o outro, e assim foi até chegar do outro lado da torcida que basicamente só ocupava metade do anel das cadeiras do Maracanã. E quando chegou lá, do lado de cá se iniciou o grito de “Volta! Volta!”, que se costuma fazer com a ola. A brincadeira foi duradoura, o tempo até passou mais depressa, mas enfim chegou um estraga-prazeres politicamente correto e devolveu a bola ao campo de jogo.

Enquanto isso, o jogo estava rolando, e nada aconteceu nesse período. Até que mais uma bola foi isolada, desta vez nas arquibancadas brancas (do outro lado de onde eu estava) e bem perto da pira! A brincadeira de jogar a bola foi repetida, enquanto do lado de cá nós gritávamos: “Joga na pira!”. Sinceramente, não temos nada na cabeça... Até que alguém naquele lado parecia compartilhar do nosso vazio cerebral e aparentemente tentou jogar a bola nas chamas pan-americanas. Sem sucesso.

O jogo se encaminhava para o final, quando lá pelos 30 um equatoriano empatou a partida. Sob a perspectiva de ver uma decisão por pênaltis, mas sem jamais deixar de apoiar os jamaicanos, a torcida voltou a ter interesse no jogo. Torceu-se como se torceria numa final entre América (segundo time de todo carioca) e qualquer outro time que não fosse um dos quatro grandes do Rio.

Mas, assim como na partida anterior, o time mais favorecido pela torcida não saiu vencedor. Penalidade Máxima para o Equador literalmente aos 44 do segundo tempo. Gol, fim de jogo, Equador campeão.

Mas valeu, valeu muito, pela festa, pelas fotos, pela paz e segurança, pela diversão. Nos outros jogos que fui ao Maracanã, fui para torcer pelo Mengão, e sempre era algo meio tenso. A diversão só vinha no final, se o Flamengo ganhasse.

Ah, mais uma coisa que estava me esquecendo. No fim dos dois jogos, a torcida corria em direção aos bancos dos dois times para pedir as camisas dos jogadores (inclusive este que vos escreve). O engraçado é que os “craques” nunca entendiam o que queríamos, e quando conseguiam compreender, jogavam tudo: chuteiras, caneleiras, até as garrafas de Gatorade (cheias!!). Mas camisa mesmo, nada!

Espero ter saciado a vossa vontade de leitura, já que havia muito eu não contribuía para esse brilhante site. Abraços a todos.

* para quem não captou: tentei fazer um trocadilho entre o engraçadíssimo filme “Jamaica abaixo de zero” e a expressão “Rio 40 graus”.

rafs

terça-feira, 22 de maio de 2007

1000




Depois de um longo período sem escrever (longo mesmo), convivendo com o fantasma da “folha em branco”, eis que, finalmente, veio a inspiração! Novamente recorro ao mundo esportivo, dessa vez numa homenagem ao jogador mais importante que eu vi jogar: Romário. Antes de mais nada, só gostaria de dizer que quando comecei a acompanhar o futebol, o Maradona já estava começando a trocar a pelota pelas drogas, e portanto o Romário é o melhor jogador que eu vi em atividade. Não o mais habilidoso, mas o mais decisivo.



Sou um dos que pregam o lema de que o Baixinho ganhou a Copa de 94 praticamente sozinho. Não vivi os 24 anos de espera, nem o desastre da Copa de 90, mas lembro-me perfeitamente da emoção de ver o Brasil conquistar o Tetra nos EUA. Tudo por “culpa” daquele cara marrento, a quem chamam de “baixinho”, mas que é um gigante dentro da grande área (gigante mesmo, vide o gol que ele fez contra a Suécia!!!).



Depois dessa conquista magnífica, ele não precisaria ter feito mais nada na carreira para ser lembrado eternamente entre os gênios do futebol. Mas fez muito mais. Com raro oportunismo e com a língua afiada, ganhou desafetos, mas sempre deixou sua marca. Em gols e frases. Destaco aqui as melhores, na minha opinião:



“O Pelé de boca fechada é um poeta” – sobre uma declaração do Rei do Futebol sobre o Baixinho.


“Agora toda a corte está feliz: o rei, o príncipe e o bobo” – rebatendo uma frase do Edmundo na qual o rei (Eurico) favorecia o Romário (príncipe) em detrimento do Animal (bobo).


“Rei existem vários, qualquer um pode ser rei. Mas Deus, só tem um: eu sou Deus” – sobre o fato de Renato Gaúcho ter sido chamado de “rei do Rio” no Carioca do ano anterior.



Alfinetadas a parte, Romário pode não ser unanimidade, mas foi (e ainda é) um jogador muito importante para a História do futebol mundial. Torci muito para que ele fizesse o milésimo gol (só não queria que fosse contra o Mengão). Preferia que fosse no Maraca, o palco sagrado do esporte, mas o que importa é que ele fez o tão esperado gol 1000. Não importa se os gols foram ou não marcados como profissional. O que importa é que foram gols. E foram 1000! Acho que isso aumenta a paixão que temos pelo esporte (esporte no sentido amplo, não apenas o futebol).



Mais do que ver o milésimo gol do Romário, todos fomos espectadores de um momento histórico, que será lembrado por gerações, e reforçado quando alguém chegar perto da marca outra vez, como aconteceu com o Pelé.



Torci muito para que ele fizesse o milésimo, assim como torci para que o Michael Schumacher fosse heptacampeão vencendo todas as suas corridas há umas três temporadas atrás (quando ele venceu as cinco primeiras e a Ferrari era imbatível); assim como torci para ver o Mão-Santa Oscar jogar no Flamengo ao invés de encerrar a carreira; assim como torci para que Michael Jordan voltasse ao basquete, mesmo que fosse jogando pelo modesto Washington Wizards, com todo o peso dos anos em seus ombros. Torci, para que eu pudesse um dia contar aos meus filhos e netos que vi homens estupendos realizarem feitos gloriosos (como me era contado pelo meu pai). Como fazer o milésimo gol da carreira.



Parabéns Romário! E muito obrigado!!!


by rafs

terça-feira, 8 de maio de 2007

Futebol - A verdade sobre 1996

Meu propósito aqui é esclarecer o que aconteceu no futebol brasileiro em 1996. Onze anos depois, o ano é lembrado por todos como o ano em que o Fluminense “virou a mesa”, isto é, recorreu aos tribunais para não cair para a Segunda Divisão. Mas será que o Flu é mesmo o grande vilão da história?
Antes de mais nada, vou deixar bem claro: o time tricolor em 1996 era ridículo. Muito ruim, mesmo. Merecia o rebaixamento, por mais que nós, seus sofridos torcedores, não merecêssemos. Não estou defendendo aquele time deprimente, nem aquela diretoria mais deprimente ainda.
Relembrando os fatos: com os resultados em campo, o Fluminense terminou em 23º lugar, entre os 24 times participantes. Junto com o Bragantino (último lugar), seria rebaixado à Segunda Divisão em 1997. Porém, nesse ano estourou um escândalo no futebol brasileiro, o caso Ivens Mendes. Foi algo similar ao que aconteceu em 2006 na Itália: manipulação de resultados. Lá na Europa, coisas assim são punidas; nem mesmo os poderosos escapam. A Juventus e o Milan, os 2 maiores clubes italianos, foram severamente punidos; a Juventus foi até rebaixada.
Em 1996, escutas telefônicas comprovaram que o sr. Ivens Mendes, então presidente da Conaf (Comissão Nacional de Arbitragem de Futebol), combinou resultados com os dirigentes de Corinthians e Atlético Paranaense. Isto é, o campeonato daquele ano estava comprometido. Evidentemente, Fluminense e Bragantino - os maiores prejudicados do campeonato - entraram na Justiça pedindo a anulação do mesmo. Em um país sério, Corinthians e Atlético Paranaense teriam sido rebaixados (no mínimo), e seus dirigentes banidos do esporte. (FYI, o sr. Celso Petraglia - então presidente do Atlético Paranaense - permanece no quadro diretor do clube até hoje).
Em resumo, o que deveria ter acontecido: Corinthians e Atlético-PR rebaixados por manipulação de resultados; Fluminense e Bragantino mantidos na Primeira Divisão, apesar de suas pífias campanhas. O que aconteceu? Corinthians e Atlético-PR não foram punidos...* mais um caso de impunidade em nosso país. O campeonato do ano seguinte inchou para 26 clubes, e ficou tudo por isso mesmo.
Portanto, houve sim “virada de mesa”. Mas o Fluminense não foi o vilão da história. A mesa foi virada por Corinthians e Atlético Paranaense. A mesa caiu em cima do torcedor, como quase sempre acontece no Brasil. Quem levou a culpa foi um inocente, como quase sempre acontece no Brasil. Os criminosos continuaram impunes, como quase sempre acontece no Brasil.
A Itália deve servir de exemplo. Às vésperas da Copa de 1982, um escândalo de manipulação de resultados foi severamente punido. A Copa foi vencida pela Itália. Coincidentemente, outro escândalo parecido estourou às vésperas da Copa de 2006, e também foi punido com rigor. Novamente, a Itália sagrou-se campeã. Esse tipo de punição só beneficia o esporte!
Escrevi especificamente sobre o futebol, mas vale para todas as áreas. A impunidade é a mãe dos crimes. Os criminosos se sentem incentivados a continuar agindo, se sabem que não serão punidos. É por causa da impunidade que nossos juízes e policiais são corrompidos, que nossos políticos nos roubam, que nossos bandidos estão cada vez mais ousados, que nossos presídios se transformaram em centrais de tele-marketing do golpe do seqüestro...
Acabei desviando do futebol, assunto inicial do texto. Desculpem meu desabafo!

* Na verdade, o Atlético-PR recebeu uma punição branda: perdeu 5 pontos no Campeonato de 1997.

Uma observação: mesmo brigando contra o rebaixamento, o Fluminense se recusou a ir ao tribunal para ganhar os pontos da partida perdida para o Santos, que escalara o colombiano Usuriaga de maneira irregular [caso citado aqui]. Mas isso os detratores preferem não lembrar...

sábado, 28 de abril de 2007

O Show do Evanescence

22 de abril de 2007. Riocentro. 20:40. Já há alguns minutos, olhávamos todos ansiosos para aquela gigantesca cortina alvinegra que cobria o palco. A apresentação que eu aguardava havia seis longos anos estava prestes a começar! Parecia um sonho...

Um segundo antes da abertura da cortina, escutamos aquela magnífica voz entoar: “It’s true...”! Delírio!!! O show não poderia ter começado melhor: “é verdade”, diz o primeiro verso de “Sweet Sacrifice”! Não era um sonho! Era verdade! Dessa música, adoro o verso “Fear is only in our minds, taking over all the time...”!

O show seguiu com “Weight of the World”: “Free fall, free fall, all through life...”! Jamais vou esquecer os oitenta minutos desse espetáculo! A voz de Amy Lee é de arrepiar!!!

Quando ouvimos essa voz cantar “Now I will tell you what I’ve done for you... Fifty thousand tears I’ve cried...”, tivemos o primeiro grande momento do concerto: “Going Under” é uma das canções mais famosas do Evanescence, e a platéia cantou junto com a vocalista, até o final. Emocionante!!!

A seguir, veio “The Only One”: “all our lives, we’ve been waiting... for someone to call our leader...”! Eu gosto de todas as músicas do grupo… :-).

A quinta música foi o sucesso do momento: “Lithium”: “wonder what’s wrong with me...”! Amy Lee ria à frente do piano. Seus belos olhos mostravam que ela estava feliz com o entusiasmo do público.

Nossa musa seguiu no piano, em “Good Enough”, outra belíssima canção! “Under your spell again, I can’t say no to you...”! Após, vieram “Haunted” e “Tourniquet”, dois sucessos do álbum “Fallen” (o meu preferido). Que espetáculo!!!

Em “Call Me When You’re Sober”, tivemos mais uma demonstração do fascinante poder da voz de nossa deusa! “So, don’t cry to me, if you loved me, you would be here with me!”. Seguimos com “Imaginary”, magnificamente executada pela banda!

Em “Bring Me To Life”, novamente intensa participação do público! “How can you see into my eyes like open doors?”. No final, Amy Lee nos elogiou: “I’ve never seen an audience like this before!”. :-)

O concerto seguiu com “Whisper”, outro musicaço (sou suspeito pra falar, eu sei...). “Don’t turn away, don’t try to hide, don’t close your eyes, don’t turn out the light!”.

Nos aproximamos do final com “All That I’m Living For”“lock the last open door, my ghosts are gaining on me...”.

Após a execução de “Lacrymosa” (“Blame it on me, set your guilt free!”), a banda saiu do palco. Dois minutos ininterruptos de aplausos depois, voltaram triunfantes para as duas últimas músicas, ambas com Amy Lee sentada ao piano: “My Immortal” e “Your Star”. Destaque para o momento de “My Immortal” em que a vocalista pára de cantar e tocar o piano, e a música segue inteiramente conduzida por nós! O telão exibiu o sorriso de Amy Lee, os olhos quase lacrimejando! Só esse momento já valeria o ingresso!

Termino esse longo texto com um agradecimento aos integrantes do Evanescence! Amy Lee, John LeCompt, Terry Balsamo, Tim McCord e Rocky Gray, obrigado por me proporcionarem a melhor noite de minha vida!

Basquete, Pátria e etc...


Muito tempo se passou desde a última vez que escrevi para esse blog. A maldita folha em branco me assombrou por um tempo, mas finalmente consegui um tema sobre o qual posso dissertar. Esporte, claro; aliás, foi escrevendo sobre esportes que esse blog foi concebido.

Há algum tempo o Fantástico (programa que só vejo para ver os gols da rodada de domingo) vem exibindo uma espécie de documentário sobre as participações de Brasileiros notáveis em Pan-Americanos. Pois bem, um belo dia (noite, para ser mais preciso) um desses quadros foi exibido logo após os gols da rodada, e falava sobre a estupenda medalha de ouro conquistada pela nossa saudosa (sim, saudosa, porque a seleção de hoje é uma desgraça...) Seleção Brasileira, liderada pelo Mão Santa, Oscar Schmidt. O Brasil venceu a poderosíssima seleção norte-americana, e conquistou o título nessa modalidade nos Jogos de Indianápolis em 1987. Feito inédito, pois nenhuma seleção jamais havia vencido o Dream Team. Só para constar, outro grande nome do time Brazuca foi o Marcel. A cena mais marcante foi quando o Oscar, com a redinha da cesta no pescoço, chorava de emoção. Esse é um dos momentos que me arrepiam e enchem de emoção.

Após uma seqüência de exibições de gala, Oscar recebeu inúmeros convites para jogar na NBA, o que poderia torná-lo, com toda justiça, o primeiro jogador Brasileiro a jogar na mais importante liga de Basquete do mundo.

Porém, o nosso maior ídolo nesse esporte, e um dos maiores ídolos no esporte em geral, recusou todos esses convites, por um simples motivo: se fosse jogar na NBA, não poderia defender a Seleção Brasileira. Patriotismo puro!

Hoje vemos alguns jogadores brasileiros jogando na NBA, com destaque para Nenê Hilário, que foi o pioneiro, jogando pelo Denver Nuggets, e Leandrinho Barbosa, que vem se destacando pelo Phoenix Suns. Hoje em dia, não existe mais o impedimento de que os jogadores não possam defender a seleção de seu país. Mas mesmo assim, eles preferem abrir mão desse direito (dever, na verdade!) para não prejudicarem seu desempenho na liga norte-americana. Se não estou enganado, alguns até jogam pela seleção, mas seu desempenho não chega aos pés do que fazem na NBA.

Acho isso, antes de mais nada, um desrespeito com a pátria na qual nasceram. Imaginem se o Oscar tivesse largado isso e tivesse ido jogar nos EUA. O basquete no Brasil não seria nada! Não sei se a Hortência e a Magic Paula (falar de Basquete Nacional sem falar delas duas não dá, né?) conseguiriam levantar essa bandeira sozinhas.

Escrevo, portanto, para demonstrar minha indignação com o descaso que a Seleção Brasileira de Basquete vem sofrendo por parte dos atletas Brasileiros que jogam no exterior. Espero que os outros esportes não sigam por esse caminho, pois cada vez mais nossos craques abandonam as terras Tupiniquins para ganhar a vida em outras nações.

Que a grande final da Superliga Feminina de Vôlei sirva de exemplo: a grande maioria das jogadoras que disputaram a final entre Rio e Osasco formam a Seleção Brasileira, uma das melhores do mundo!


by rafs

domingo, 22 de abril de 2007

Probabilidades

A área mais fascinante da matemática para mim é a das probabilidades. Nela, é preciso muito raciocínio, em detrimento de “fórmulas mágicas”. Como veremos aqui, nem sempre nossa intuição está certa em problemas probabilísticos...

Começo com um problema simples e intrigante. Você tem uma amiga com dois filhos, e sabe que uma das crianças é menina. Qual é a probabilidade de a outra criança ser menina? A intuição nos diz: 1/2, obviamente! Mas nossa intuição está errada! A resposta certa é 1/3! Um casal com dois filhos tem quatro possíveis combinações: menino-menino, menino-menina, menina-menino e menina-menina – todas essas combinações igualmente prováveis. Se você sabe que uma das crianças é menina, a primeira combinação é eliminada. Assim, restam apenas três combinações: menino-menina, menina-menino e menina-menina. Apenas na última a outra criança é menina! Logo, a probabilidade é de 1/3. Estranho, não? Imagine agora que você viu sua amiga com uma menina, que ela confirmou ser sua filha. Pense bem, e você perceberá que, nesse caso, a probabilidade é 1/2!

Outro probleminha: Alberto, Bernardo e Carlos estão presos. O carcereiro sabe qual deles está condenado à morte, e quais os dois que serão libertados. Alberto, que tem uma chance de 1/3 de ir para a forca, escreve uma carta para a mãe, e quer que ela seja entregue por Bernardo ou Carlos. Então, ele pergunta ao carcereiro se deve entregar a carta a Bernardo ou Carlos. O carcereiro se vê em um dilema: ele acha que, se revelar a Alberto o nome do homem que será libertado, então Alberto terá uma chance de 1/2 de ser condenado à morte, já que Alberto ou o homem não-indicado será executado. Se ele ocultar a informação, as chances de Alberto seguem em 1/3. Alberto já sabe que pelo menos um dos seus colegas será libertado. Como suas chances de ser executado podem ser afetadas pelo simples fato de ele saber o nome do homem que ganhará a liberdade? A resposta: as chances de Alberto não mudam! A preocupação do carcereiro é equivocada. Mesmo sabendo o nome do companheiro a ser libertado, a chance de Alberto continua sendo de 1/3. O companheiro não-indicado agora tem uma probabilidade de 2/3 de morrer! Isso contradiz nossa intuição!

Há quatro cenários nesse caso:

1. Alberto é o condenado, e o carcereiro diz que Bernardo está livre. Probabilidade: 1/6.

2. Alberto é o condenado, e o carcereiro diz que Carlos está livre. Probabilidade: 1/6.

3. Bernardo é o condenado, e o carcereiro diz que Carlos está livre. Probabilidade: 1/3.

4. Carlos é o condenado, e o carcereiro diz que Bernardo está livre. Probabilidade: 1/3.

Se o carcereiro disser que Bernardo está livre (cenário 1 ou 4), Carlos tem uma chance 2 vezes maior de ser o condenado que Alberto (2/3 contra 1/3). Se o carcereiro disser que Carlos está livre (cenário 2 ou 3), Bernardo tem uma chance 2 vezes maior de morrer que Alberto (2/3 contra 1/3). Esse é o clássico problema da escolha restrita: nos cenários em que Alberto não é condenado, o carcereiro não tem escolha. Isso é assunto para um outro texto, talvez até um livro.

Encerro por aqui, para evitar que meus caros leitores fiquem com um nó no cérebro. Espero não ter escrito nenhuma besteira. A matemática é a ciência exata, e por isso é muito perigoso escrever sobre ela. Arrivederci!

terça-feira, 3 de abril de 2007

SE2007


Meu romance preferido começa assim: "Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde em que o seu pai o levou para conhecer o gelo." Ontem, li os belos depoimentos de alguns de vocês sobre a SE2007. Resolvi escrever o meu, também, apesar de saber que meu texto não chegará aos pés dos seus.
Começo agradecendo aos "verdinhos". Vocês foram parte essencial para o sucesso do evento. Obrigado também a Letícia, Isabel e Romulo, que se juntaram à equipe nas últimas semanas e também foram muito importantes. Deixo meu agradecimento também a três veteranos: Celso, por ter fundado o Gecom e por continuar a contribuir com a gente; Danilo, por continuar nos socorrendo com paciência infinita; e Jesus, por ser o amigo e o conselheiro tão especial.
É tanta gente para agradecer! Meus amigos de turma Allan, PV, Marcos e Diego, com os quais sempre aprendo valiosas lições! E que tanto ajudaram nesses últimos dias! Amaro, talvez o melhor amigo que eu já tive e jamais terei: você é o cara!
Por fim, direciono minhas palavras às cinco meninas que fizeram tudo acontecer: Amandinha, Ju, Dadá, Camila e Aninha. Vocês foram demais! Não me arrependo de ter matado alguns dias de estágio, nem de ter me atrasado em vários outros dias: a companhia de vocês valeu a pena! Acompanhei de perto a caminhada de vocês, vi o amadurecimento pessoal, profissional (e ortográfico!!!) de cada uma, e fico muito feliz de saber que fiz parte dele.
Obrigado, Amanda, pela sua dedicação, pela sua cumplicidade, pelo seu carinho. Sabemos que você teve que superar muitas dificuldades nesses meses. Você foi dez!
Obrigado, Ju! Nas duas últimas semanas, passei um bom tempo com você. Presenciei seu espírito de equipe, sua dedicação. Foi tempo suficiente para saber que você é uma pessoa e tanto! Sequer te conhecia antes daquele dia em que a Amanda te levou para a reunião. Hoje tenho uma grande amiga!
Obrigado, Dadá! Suas caronas musicais para o Jardim Botânico foram talvez os melhores momentos que eu vivi nos últimos anos! Sua liderança foi fundamental para o nosso sucesso.
Obrigado, Camila! Você superou todos os obstáculos que tivemos em nossa caminhada, e também está de parabéns!
Obrigado, Aninha! Voz e aparência de uma menininha, inteligência e atitudes tão maduras! Sua grade de palestras foi muito elogiada! Um dos pontos altos do evento!
Os momentos que passei com vocês são como aquela tarde remota em que o pai de Aureliano o levou para conhecer o gelo: inesquecíveis! Eu amo vocês!

domingo, 1 de abril de 2007

SE2007



Nos dias 28, 29 e 30 de Março desse ano foi realizada na UFRJ a 4ª edição da Semana de Eletrônica e Computação, a SE2007. Muita coisa mudou em relação à edição do ano passado. Stands, Mini-Curso de Áudio e Trilhas do Sucesso foram algumas das inovações para esse ano. Meu objetivo aqui não é falar sobre o evento jornalisticamente, até porque eu quase não assisti nenhuma palestra. Gostaria de falar de outras mudanças que ocorreram nessa edição. A principal delas estava por trás das cortinas. A Comissão Organizadora era predominantemente feminina, o que, indiscutivelmente deu um toque de qualidade mais elevado ao evento.

Não que as edições anteriores tenham sido ruins, longe disso (como organizador da edição anterior, nem passaria pela minha cabeça dizer uma coisa dessas). Mas esse ano foi especial, parece que foi mais atraente em todos os detalhes. Detalhes, aliás, que eram todos percebidos pelos aguçados olhos de nossas bravas guerreiras.

Guerreiras mesmo, pois só quem acompanhou de perto, como eu tive o privilégio de acompanhar, sabe o quanto elas batalharam para fazer esse evento acontecer. A sala do professor Rhomberg nunca foi tão bem freqüentada (e ele realmente deve ter ficado muuuito satisfeito com isso), mas o nível de estresse era cada dia mais alto. A burocracia para realizar algo como a SE é impressionante.

No ano passado, quando fui Coordenador de Eventos, passei os três dias completamente estressado, não ficava tranqüilo em momento algum, e tive medo que as meninas não conseguissem segurar a barra (tentava conversar com elas todos os dias para saber como estavam, mas nem sempre conseguia fazê-lo)... Mas essa história de sexo frágil é puro machismo de nossa sociedade. Elas se saíram muitíssimo bem, e apesar de um ou outro excesso de hormônios aflorando, todas mantiveram a cabeça no chão (como diz um sábio chefe de um nobre colega escritor desse mesmo blog).

Orgulho-me muito de ter acompanhado essas meninas ao longo dessa árdua caminhada, que foi encerrada com chave de ouro. Desde o ano passado estivemos dividindo o nosso tempo entre a organização da SE e todo o resto... Agora, fica aquela sensação de vazio... Está certo que logo os nossos professores vão se encarregar de ocupar esse espaço com provas e trabalhos, mas é que foi tão bom passar as férias inteiras indo à Ilha do Fundão... :S

Gostaria de agradecer profundamente a todos da organização, principalmente a cinco belas damas (que todos os outros envolvidos me desculpem, mas estas aqui merecem destaque especial) que deram bem mais que o seu tempo em prol da SE, e que se tornaram grandes amigas: Camila, Adriana, Amanda, Júlia e Aninha. Espero que todo o trabalho que tiveram comece a render bons frutos logo.

rafs

segunda-feira, 26 de março de 2007

O dia em que o Rock morreu


Há pouco mais de um ano atrás, recebi uma das piores notícias que já recebi em toda a minha vida. A Rádio Cidade ia sair do ar!

Lembro exatamente do dia em que recebi essa bomba... foi no último dia do ano de 2005. Estava me preparando para sair e curtir com a galera, mas fiquei extremamente chocado, pois a única coisa que eu ouvia era a Rádio Cidade!!! Nem CD’s eu escutava, pois as músicas que eu gostava estavam sempre tocando.

Depois de muito procurar por informações, finalmente admiti a derrota... a Rádio Cidade ia mesmo acabar, e daria lugar à oi fm. A primeira coisa era saber se essa nova rádio era boa. Já existiam outras filiais dessa maldita rádio em outros estados, e a programação me deixou ainda mais infeliz... era mais uma Jovem Pan, mais uma Transamérica, que ia ao ar.

Para a sorte de todos os fãs da Rádio Rock, o fatídico dia em que ela sairia do ar foi modificado, mais de uma vez, e pudemos desfrutar de um bônus, por mais algum tempo.

Nunca vou me esquecer do discurso emocionado do Demy Morales, que nos últimos instantes agradeceu a todos pelos longos anos de companhia. E também da modificação que ele fez na grade, mudando a última música da História da Rádio Rock, que seria uma do The Clash, mas no fim das contas foi All Those Years Ago, do George Harrison. É difícil não me emocionar relembrando esse momento, dos mais tristes que já passei. Foi como se um ente querido falecesse.

Após esse dia, ainda passamos por momentos de dureza, tendo que ouvir um “Rock Bola” na fm o dia, que jamais tocou Rock nos intervalos, apenas sambe axé e pagode (!!!). Pelo menos estão de volta ao 102,9.

Muitos programas não mais existem, mas pelo menos nos foi deixada uma herança, o Cidade Web Rock. Programas que eu gostava muito, e que eu ouvia, sempre que possível, como a Hora dos Perdidos e o Do Balacobaco, se perderam... (a Hora dos Perdidos está no Web Rock, mas o Do Balacobaco, acho que não). Mas não é a mesma coisa, pois não podemos sintonizá-lo no carro, no meio de um engarrafamento, ou enquanto andamos pela rua...

Hoje em dia, já não sei mais o que está acontecendo no cenário Rock’n Roll mundial, quais bandas estão surgindo... parei no tempo, exatamente nesse dia triste.

O dia em que o Rock morreu, 05/03/2006 deve ser lembrado por todos, pois jamais podemos nos esquecer da maior Rádio que essa Cidade já conheceu, a única que tocava música de verdade!!!

Termino com uma das mais clássicas vinhetas da Cidade: UM-ZERO-DOIS-NOVE!!

RÁDIO CIDADE FOREVER!!!!!

RAFS

Marchinhas e Provocações

Após um longo tempo sem contribuir com esse blog (o texto recém postado já havia sido escrito há tempos, mas não postei por pura exclusão digital) volto a escrever, mais para guardar na lembrança do que por outra coisa. Esse texto tem muitos parêntesis, mas a maioria é útil para explicar a estória.

Esse ano, como nos dois anteriores, passei o carnaval na magnífica cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, e como sempre, o carnaval rende estórias para o ano todo. A que vou contar agora é bastante engraçada (pelo menos parecia na hora em que aconteceu, mas sabe como é carnaval, né?), menos para os paulistas e para os mineiros que porventura venham a ler essas linhas. Aliás, desde já me desculpo com eles, pois realmente o pessoal pegou pesado. Mas é importante frisar que foram eles que começaram!

Para quem não conhece, o carnaval em OP funciona da seguinte maneira: primeiro você compra o abadá de um bloco (escolha um dos blocos que sairá nesse dia), e a seguir, vai para a concentração (ambiente fechado ou não, onde a cerva rola solta até acabar). Quando acaba o álcool, o bloco sai. Aí é que começou tudo.

O bloco da Vila dos Tigres (muito bom, teve show da Banda Viva a Noite, do Pânico) subia uma das (muitas) ladeiras de Ouro Preto (aliás, em OP existem três coisas: ladeiras, igrejas e repúblicas... tem muito disso lá, é impressionante!) quando eu e maus amigos começamos a ouvir uma música cantada por paulistas e mineiros que nos deixou bastante irritados – “P**a que pariu! O carioca é a vergonha do Brasil” –, e vimos que todos os cariocas ali presentes (maioria, diga-se de passagem) também estavam ficando nervosos. Mas como é carnaval, resolvemos levar na esportiva, e por sermos (os cariocas) um povo bastante criativo, logo começamos a dar o troco, na mesma moeda: “P**a que pariu! Foram os paulistas que elegeram o Clodovil!”. E como somos realmente criativos, não paramos por aí... uma “marchinha” após a outra, paulistas e mineiros começaram a ser motivo de chacota: “Trabalha paulista, trabalha mineiro, enquanto o carioca vai à praia o ano inteiro!”; “Paulista tem carrão, mineiro tem motoca... f**a é o carioca”. “Ê-ê-ê-ê-ê-ê-ê-ê, bota pra f**ê”; “A-e-i-o-u, a praia de paulista é a banheira do Gugu!”; “Êêêê, a praia de paulista é o rio Tietê!”. Até eu contribuí, homenageando o Pan do Rio: “Se f**e paulista, se f**e mineiro, o Pan-Americano é no Rio de Janeiro!”. Enfim, acho que posso dizer que vencemos a guerra das palavras, mas o mais importante é frisar que em momento algum as pessoas que estavam participando desse “duelo” partiram para a violência, nem física nem verbal... afinal de contas (com o perdão da rima) é carnaval!

Só pra finalizar, todos ficam brincando que baiano é um sujeito lento, preguiçoso, mas imagina só ter cinqüenta carnavais ao longo do ano... todo dia é Quarta-Feira de Cinzas! Eles têm mais é que descansar mesmo, para poderem agüentar o ritmo.

rafs

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Cinema

Hoje vou falar de filmes! No fim do ano, prometi aqui que iria mais vezes ao cinema em 2007. E estou cumprindo a promessa! Quinta passada, ao ver "A Rainha", completei a marca de vinte filmes assistidos na telona. Análises de filmes geralmente são horríveis, porque cada um tem um gosto bem específico em relação a esse assunto. Mesmo assim, escreverei um pouco sobre os filmes a que assisti.

Começarei pelas minhas decepções. Duas películas (só escrevi esse termo para não ficar repetindo "filmes"!) realmente não me agradaram: o chinês "Dias Selvagens" e a super-produção "Babel". Especialmente desse último, eu esperava muito mais. Tem vencido os prêmios do cinema, mas eu não gostei mesmo.

Os outros dezoito filmes me agradaram. "Mais estranho que a ficção" conta a história de Harold Crick, um sujeito que começa a ouvir a narração da sua vida, e descobre que a autora pretende matá-lo. Dustin Hoffman dá um show, apesar de ser coadjuvante. Ele também participa de "Perfume", um filme dramático que prende a atenção do início ao fim, baseado no livro de Patrick Süskind.

"Uma Noite no Museu" também é ótimo, me fez rir um bocado. Um filme com Robin Williams nunca é ruim! Em geral, também gosto bastante das atuações do Ben Stiller e da Kim Raver (a fantástica Audrey Raines de "24 Horas"). Continuando, "O Segredo de Beethoven" é um excelente filme de música, com uma interpretação magistral de Ed Harris. "O Amor Não Tira Férias", comédia romântica, me agradou também (não tenho vergonha de assumir que adoro esse tipo de filme!). "A Rainha" é o máximo que um filme sobre a rainha poderia ser (:-D).

"Fonte da Vida" é um filme bem doido; confesso que não entendi algumas partes, mas gostei mesmo assim. "Déjà Vu" é o filme policial-futurista típico. Minha irmã definiu bem: "o tipo que a Globo adora passar". É mesmo, e eu gosto desses filmes! Destaco as atuações de Denzel Washington e Jim Caviezel (que fez Edmond Dantes em "O Conde de Monte Cristo" e Jesus no filme dirigido pelo Mel Gibson). Falando nele, "Apocalypto" é excelente!

O representante brasileiro da lista é "A Grande Família!". O melhor programa de televisão do país ganhou um representante à altura na telona! Adoro ver a bandeirinha do Fluminense na mesa do grande Lineu! Também gostei de "A Conquista da Honra", embora eu esperasse mais do filme. O diretor Clint Eastwood arrebentou mesmo em "Cartas de Iwo Jima": que filmaço! Ainda bem que consegui pegar o último ingresso da pré-estréia gratuita promovida aqui no Rio pelo Consulado do Japão. Como vocês podem ver, às vezes aquele Murphy está de folga! Outro filme japonês que eu vi (e gostei) graças a essa iniciativa do consulado foi "A Espada Oculta".

"Rocky Balboa" é legal; gosto de filmes sobre esporte. "O Último Rei da Escócia" também é excelente: um verdadeiro show de Forest Whitaker! O filme ensina valiosas lições sobre poder e preconceito.

Os últimos três filmes do meu texto, caros leitores, são os meus destaques: "Pequena Miss Sunshine", "À Procura da Felicidade" e "Diamante de Sangue". Não consigo justificar o que me faz gostar tanto de certos filmes. Simplesmente saio da sala com a sensação de ter visto uma obra-prima. Foi o que aconteceu nessas sessões. Garanto: essas três películas (!) valem o ingresso. Ao lado de "Cartas de Iwo Jima" (também vale o ingresso, né, Murphy?), são minhas torcidas para o Oscar!

O texto ficou grande, e deve ter ficado confuso. Me perdoem os nossos seis leitores, mas escrever sobre 20 histórias em alguns parágrafos não é fácil. Espero continuar assistindo a muitos filmes esse ano ("Pecados Íntimos", "Borat", "Vênus" e "Volver" estão na minha lista imediata). Agradeço ao IMDB (http://www.imdb.com/) por informações que me ajudaram a compor essas mal traçadas linhas. Agradeço também ao U2, que foi a minha trilha sonora durante a redação. Por fim, meu "obrigado" para vocês que leram o texto (e evidentemente me mandarão suas sugestões de filmes!).
Arrivederci.
PC

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Educação

Estava conversando outro dia com um de nossos seis leitores, enquanto esperávamos o começo do filme “Cartas de Iwo Jima”, que vimos numa pré-estréia aqui no Rio. Aliás, recomendo que assistam; é melhor que “A Conquista da Honra”, também dirigido pelo Clint Eastwood (o primeiro conta o lado japonês, e o último o lado americano de uma das batalhas da II Guerra). Nossas conversas são muito produtivas para mim. Um dos assuntos que discutimos foi educação.

Falávamos do bom resultado obtido no último ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio – por escolas consideradas tradicionais, que priorizam um ensino “humano”. Elas obtiveram resultados melhores que as escolas ditas modernas, as quais incentivam a competição entre os alunos.

O cursinho que tem obtido os melhores resultados nos vestibulares do Rio nos últimos anos adota essa segunda filosofia de ensino. A competição é incentivada o tempo todo. Ano passado, tomei conhecimento de uma prática desse curso que eu considero absurda, imoral, inaceitável! Lá pela metade do ano, a turma é dividida em duas, de acordo com o resultado de uma prova. Dali em diante, os “melhores” receberão mais atenção; são os que têm mais chance de passar e dar fama ao curso. Os “piores” receberão menos atenção; provavelmente serão aconselhados a tentar um vestibular mais fácil, ou a pagar mais um ano de curso. Como se uma prova pudesse distinguir os “melhores” dos “piores”! Como se alguns fossem mesmo “melhores” que outros! É melhor eu nem começar a citar os possíveis efeitos psicológicos sobre os ditos “piores” alunos...

O relativo sucesso recente desse tipo de educação é preocupante. Os bons resultados obtidos no vestibular têm incentivado pais a matricular seus filhos em escolas que estão ensinando a seus filhos valores incorretos. “Seus colegas não são mais seus amigos; são seus concorrentes!”.

Considero importantíssimo discutir sobre educação; afinal, as deficiências na educação brasileira são as principais responsáveis por nossas mazelas. Enquanto nossos governantes não considerarem a educação como prioridade absoluta, veremos a desigualdade social e a violência aumentarem. Infelizmente, o menino João Hélio foi apenas mais uma vítima da falta de visão, caráter e comprometimento de gerações de políticos brasileiros. Eles ganham um salário astronômico, e só trabalham de terça a quinta. Claro! O Brasil é um país perfeito! Quase não há problemas para resolver!

PC

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Até a violência tem limite

A semana que passou foi marcada por uma atrocidade: o assassinato de um menino de 6 anos, chamado João Hélio. Mas não foi “apenas” um assassinato (como se algum assassinato pudesse ser precedido de um “apenas”). Foi um crime brutal, hediondo! O garoto ficou preso pelo cinto de segurança do carro de seus pais, que estava sendo roubado, e foi arrastado pelas ruas da cidade do Rio por 7 km!!! Os criminosos se recusaram a deixar a mãe soltar a criança, e também não pararam, simplesmente arrastaram o pobre João, que, esperamos, tenha partido no primeiro choque.

Hoje vi duas coisas relacionadas a esse fato que me chamaram muita atenção: primeiro, foi a entrevista concedida pela mãe... me deixou profundamente entristecido... mais do que isso, me deixou indignado! Indignado com a frieza daqueles imbecis que praticaram esse crime; com a possibilidade de a justiça não ser feita; e principalmente com a perda daquela família. Ninguém merece passar pelo que eles estão passando, ainda mais da maneira com isso aconteceu.

O segundo fato foi o coro das torcidas de Flamengo e Botafogo no Maracanã, e as homenagens prestadas pelos dois clubes, o que fizeram com o que o futebol fosse apenas um motivo para que mais de 30 mil pessoas, juntas, pudessem mostrar às autoridades, toda a sua revolta com o acontecido, e à família do João, toda a sua solidariedade.

Essa morte chocou a todos pela brutalidade com a qual aconteceu. Não poderia haver uma definição mais perfeita para um “crime hediondo”. Até mesmo a violência tem seus limites, e a violência praticada por esses bandidos na semana passada, extrapolou todas as barreiras do inconcebível.

Escrevo esse texto para manifestar a minha indignação com o que aconteceu, e engrosso o coro entoado no Maracá e em todos os corações bons dos cidadãos de bem.

João! João! João!


RAFS

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

À Crase

Estou há um tempo sem produzir textos para esse fenômeno de audiência que é esse maravilhoso blog, principalmente pela falta de criatividade, estimulada mais ainda pela falta de tempo (apesar de eu estar de férias, sem nem mesmo saber o que são férias!).
Mas eis que hoje, ao olhar uma daquelas propagandas coladas no vidro de trás de um ônibus, surgiu a inspiração. A frase “Promoção válida de segunda à sábado” serviu para acender a chama que há muito estava apagada. Resolvi, portanto, escrever sobre um dos sinais mais violentados da Língua Portuguesa: a Crase.
Raramente eu vejo por aí alguma frase na qual a Crase seja empregada corretamente. Quando ela não é necessária, está sempre lá, manchando a propaganda com a nódoa da incorreção ortográfica; quando ela deve ser empregada, é inexplicavelmente substituída pelo seu primo, o Acento Agudo. É incrível como maltratam essa pobre coitada, que só existe para facilitar a nossa vida...
A função da Crase é evitar que escrevamos “vou aa casa de Fulano”; simplesmente, devemos escrever “vou à casa de Fulano”. Se ao invés de “casa”, estivéssemos utilizando um substantivo masculino, com “apartamento”, escreveríamos “vamos ao apartamento de Fulano”. Note que nesse caso, não há escapatória, temos que colocar a preposição e o artigo ali, juntos e visíveis aos olhos de todos.
Certa vez, durante um evento que estava ocorrendo no meu colégio, a diretora mandou fazer uma placa anunciando que ele seria realizado de 12 à 23 de junho (!!!). A professora de Português, ao ver essa barbárie, foi falar com a diretora, para que esse grave erro fosse corrigido. Obviamente que para a maioria das pessoas desse mundo, acostumadas a fazer a Crase de gato e sapato, pouco importava se estava errado ou não. Mas como pode uma escola ostentar um cartaz em sua fachada com um erro grosseiro desses? Essa foi a primeira vez que prestei atenção a esse tipo de coisa, e a partir daí, nunca mais errei questões relacionadas à Crase (sem trocadilho) nas provas de Português. Em compensação, fui amaldiçoado com o poder de enxergar essas humilhações praticadas sobre a nossa pobre Crase que, repito, só existe para facilitar nossas vidas.
Para colocar fim a quaisquer dúvidas, aqui vão algumas dicas:
1) Se a palavra que vem a seguir da candidata à crase for de gênero masculino, NÃO use a Crase;
2) Se for feminino, substitua esta por uma palavra masculina e veja se você diria “a” ou “ao”. No primeiro caso, não há Crase, mas no segundo, sim.
Espero que de alguma forma tenha contribuído para o engrandecimento cultural de nossos seis leitores. Abraços a todos (todos, masculino, sem Crase no “a”).
RAFS

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Morte

Rio de Janeiro, 1º de fevereiro de 2007.

Após um mês de entressafra, estou de volta! Espero sinceramente que nossos seis leitores não tenham desistido de esperar. Apesar do título sombrio do post de hoje, nosso blog não morreu!

No fim do ano passado, andei pensando sobre a morte, devido à perda de uma das minhas queridas cadelas. Prometi um texto sobre o assunto, e cá está. Quem nunca se pegou tendo pensamentos depressivos relacionados a esse tema assustador? Vou tentar ser o menos depressivo possível. Também evitarei abordagens religiosas, ou filosóficas. Contarei a história de um garoto de nove anos, que descobria num triste domingo que a morte não tinha volta...

Minhas primeiras lembranças relacionadas à morte vêm da infância. Meus avós faleceram antes que eu pudesse ter consciência do que significava um avô; muito menos do que significava a morte. Os primeiros falecimentos de que me recordo são de parentes relativamente distantes, e de personalidades queridas (como o saudoso Zacarias, dos Trapalhões!). Mas eu ainda não tinha consciência do que era a morte. Não até aquela manhã de domingo.

Primeiro de maio de 1994. O domingo começara como todos os outros. Família reunida em frente à televisão para assistir à corrida de Fórmula 1. Acho que era a rotina de quase todas as famílias brasileiras! No meio da corrida, meu pai precisou visitar um conhecido (marido de uma prima minha, hoje já falecida). Fui com ele, mas não imaginava que estaria vendo pela última vez meu ídolo na televisão. Quando chegamos ao nosso destino, o acidente já havia ocorrido. Ayrton Senna estava no hospital, com grandes riscos de morrer.

Na hora do almoço, veio a notícia, que escutei de um rádio: - anunciada a morte cerebral de Ayrton Senna da Silva. Ainda me lembro onde eu estava! Exatamente onde eu estava! Olhei para minha mãe e a vi chorar. Mas ainda não foi nesse momento que o garoto de nove anos descobriu o significado da morte (na verdade, o garoto, hoje com 22 anos, ainda não sabe!).

O impacto aconteceu na hora de ir dormir. Eu estava triste, e minha mãe percebeu (é incrível como ela sempre percebe! – às vezes até pelo telefone). Ela me disse, com essas exatas palavras (não consigo acreditar que ainda me lembro de cada detalhe desse longínquo dia): “é, Paulinho, nunca mais vamos ouvir o Tema da Vitória”. Caiu a ficha. O menino desabou em lágrimas.

Depois, ainda tive outras experiências traumáticas com a morte, a mais recente citada no início do texto. Perdi amigos jovens, parentes, conhecidos, cinco cães... Em algumas vezes, o avanço de uma doença me preparou aos poucos; em outras, sofri com o choque da notícia inesperada. É evidente que a perda de seres queridos nos traz tristeza. Porém, é necessário seguir em frente. Infelizmente, todos nós temos que passar por isso.

Prometo que meu próximo post será sobre assunto mais agradável. Afinal, não podemos nos dar ao luxo de espantar nossa meia dúzia de leitores! Arrivederci.

PC

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Engenheiro

A Engenharia é uma profissão na qual o infeliz que resolveu segui-la não tem o menor reconhecimento. Se não for Engenheiro Civil, então, pior ainda (pois geralmente as pessoas associam o Engenheiro às grandes construções).

O Engenheiro é aquele pobre diabo que tem q lutar com os números para fazer alguma coisa funcionar, ou colocar alguma coisa de pé. E nunca é lembrado pelo seu feito, por mais magnífico que tenha sido. Tomemos como exemplo o Museu de Arte Contemporânea, que fica em Niterói. Uma obra muito interessante, idealizada pelo genial Oscar Niemayer. Comecemos logo por aqui, pelo arquiteto, que teve o enorme trabalho de... fazer alguns desenhos. Alguém sabe o nome do infeliz que colocou aquele prédio de pé? Conversando com um amigo meu, que recentemente se formou Enegenheiro Civil, fiquei sabendo que por baixo do solo, existe uma estrutura igual à que vemos do lado de fora, para poder dar sustentação àquele disco esquisito preso numa vareta.

Bom, é difícil admitir, mas nem eu sabia o nome do cara, mas após uma busca não tão rápida no Google, achei o nome dele: Eng. Bruno Contarini; Esse é um cara que merecia ser conhecido por todos. Mas essa é a triste sina de todos os que optaram por receber um registro no CREA: o anonimato.

Talvez seja por fatos como esse que surgem as piadinhas contra os arquitetos, do tipo: "o arquiteto é aquele sujeito que não é macho o suficiente para fazer Engenharia e nem bicha o suficiente para fazer decoração".

Voltando ao assunto, uma boa maneira de um Engenheiro ficar famoso (se ele não for um grande gênio da ciência - masaí seria conhecido como Cientista, ou até mesmo "Inventor"), é fazer uma grande M. Aliás, acho que nem assim. Agora chegamos no ponto que me motivou a escrever esse texto.

Estava justamente procurando saber quem era o engenheiro (com letra minúscula mesmo) "responsável" pela obra do metrô de São Paulo - Fábio Gandolfo - e resolvi escrever sobre o que é ser Engenheiro. Ser Engenheiro é ser responsável por milhares de vidas, assim como médicos, bombeiros, motoristas, e qualquer outro profissional. Um Engenheiro deve ser preciso nos seus cálculos, para não derrubar um prédio, quebrar um motor, parar um marca-passo,...

Mas o que diferencia o Engenheiro dos outros profissionais? Depois de muito pensar, cheguei à conclusão de como eu inciaria o meu texto. O que o diferencia é que ele não é reconhecido pelo que faz!

by RAFS

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Feliz Aniversário!

Hoje eu ia escrever sobre economia; umas contas aleatórias que eu andei fazendo, na sonhadora tentativa de obter 1 milhão de reais com um investimento realista de médio prazo.

Porém, hoje é dia 5 de janeiro, aniversário do Rafael! Parabéns, amigo jornalheiro! Meu companheiro do lado (rubro)negro da Força completa 23 anos! Traduzindo o título de meu texto para o bom italiano, buon compleanno!

Assim, vou deixar a economia para o próximo texto. Que pode demorar a sair, pois estou sem computador em casa. Meu fim de semana será horrível; descobri que não consigo mais viver sem essa tal de internet... e pensar que passarei as próximas 60 horas sem acessá-la!

Voltando ao assunto proposto, já parabenizei o RAFS por SMS, e-mail, ao vivo, e agora o faço pelo blog! Um flamenguista não merece tantos parabéns! :-P

Algumas pessoas acham que a comemoração do aniversário é uma bobeira, que esse é um dia tão insignificante quanto todos os outros; eu mesmo já estive pensando assim. Mas não é verdade; de todos os 365 dias do ano, 1 é seu! Um dia que você não escolheu, mas que o acompanha durante toda a sua vida, desde a certidão de nascimento até a lápide do caixão. Tem mais é que comemorar mesmo!

Escapando mais uma vez do tema, amanhã corre a Megasena, com um prêmio de 40.000.000 de reais! Não custa nada fazer uma fezinha, né? Quer dizer, na verdade custa, R$1,50. :-D

Para encerrar: RAFS, muita felicidade pra você, hoje e nos outros 360 dias desse ano que começa! Alles Gute zum Geburtstag, como diria meu amigo alemão. :-)

PC