O capitão Thiago Silva levanta a taça no Maracanã! Foto: Vanderlei Almeida/AFP. |
Amigos, foi um show de bola da Seleção. Um show de bola!
Logo com um minutinho de jogo no Maracanã, Fred marcou um gol espantoso. Ele fez o gol deitado, amigos! Deitado! Existe forma mais acintosa de fazer um gol? Os espanhóis, que jogam esse futebol tão bonito, que dominam o mundo da bola há tanto tempo, que não perdiam há tantos jogos, de repente se viram de queixos caídos: como é que pode um jogador fazer um gol deitado? Tamanha afronta seria permitida pelas regras do jogo? Tal absurdo não seria irregular? Não, não, o gol deitado vale como todos os outros. Brasil 1 a 0.
E dali em diante, a Seleção Brasileira mandou totalmente no jogo. Foi uma autêntica aula de futebol do escrete canarinho. A Espanha, tão acostumada a dominar os seus adversários, teve o seu dia de Bonsucesso: não viu a cor da bola no Maracanã. No finalzinho do primeiro tempo, Neymar tabelou com Oscar e meteu o segundo gol. Xavi, Iniesta e companhia desceram para os vestiários atordoados, tontos, sabendo que tinham uma tarefa ingrata para a segunda etapa.
E na volta do intervalo, novamente com um minutinho de jogo, Fred encaçapou mais um: Brasil 3 a 0. Quanto faro de gol tem o camisa 9 da Seleção! Eu não tenho mais dúvidas: Fred é um dos cinco ou seis maiores centroavantes que já tivemos em todos os tempos. Ademir, Tostão, Romário e Ronaldo certamente o tratam como um semelhante, como um colega, como um igual.
Com menos de cinco minutos de segundo tempo, veio o golpe final: o badalado escrete espanhol, campeão mundial, bicampeão europeu, invicto há tanto tempo, foi submetido pela torcida do Rio de Janeiro a um olé inédito, surreal como as obras de Dalí. Era oficial: o até então invicto escrete espanhol desmoronava diante da Seleção Brasileira no Maracanã.
No Maracanã e em todos os cantos do Brasil, o povo festejou euforicamente o triunfo da Seleção na Copa das Confederações. Há muito eu não via os brasileiros comemorarem tanto uma conquista. Nossa imprensa é que deve estar dando cambalhotas retóricas para explicar o que aconteceu. Afinal, eles bradaram aos quatro ventos que "vivemos uma entressafra no futebol". Amigos, se viver uma entressafra é ter Thiago Silva, Paulinho, Neymar, Fred e companhia no time, quero viver sempre uma entressafra. É fato que esta geração é talentosíssima, ideia que sempre defendi, conforme podem testemunhar meus poucos leitores. A conquista da Copa das Confederações, com goleada e baile nos campeões espanhóis, é prova irrefutável do potencial desta Seleção. E pensar que alguns chegaram a dizer que não passaríamos da primeira fase...
Mesmo os coadjuvantes deste escrete são craques maravilhosos. Vejam o caso de Luiz Gustavo: quando começou a ser convocado, logo disseram que era uma invenção, uma fraude. Hoje, enfrentou Xavi e Iniesta e colocou os dois gênios espanhóis no bolso. Teve uma atuação tão perfeita, tão irretocável, que me sinto obrigado a dar-lhe a nota dez. Um sujeito que não comete um único e escasso erro durante noventa minutos de batalha só pode ganhar um dez.
Daqui a um ano, teremos a aguardada Copa do Mundo, novamente aqui, sessenta e quatro anos depois de 1950. Os espanhóis terão a chance para sua revanche, e não duvidemos de seu poder. Um time não ganha tudo que este escrete ganhou à toa. Daqui a um ano, provavelmente teremos outro Brasil x Espanha, e precisamos ser humildes. Mas repito o que já escrevi aqui outras vezes: esta Seleção talentosa, com o apoio deste povo maravilhoso, dificilmente será derrotada em casa. Hoje, os badalados espanhóis não foram páreo para nós. Se continuarmos jogando juntos, Seleção e povo, povo e Seleção, em 2014 novamente nenhum outro escrete conseguirá levar a taça daqui.
E então, em 13 de julho de 2014, como hoje, desceremos as rampas do Maracanã cobertos de glória, da cabeça aos pés.
PCFilho
Vídeo gravado da arquibancada: o Hino Nacional.