quinta-feira, 22 de julho de 2010

Recordar é viver - Palmeiras Campeão Mundial


Rio de Janeiro, 22 de julho de 1951.

Amigos, esta foi a grande noite da história do Palmeiras. Diante de cem mil testemunhas no Maracanã, os periquitos de Ventura Cambon foram gigantes diante dos italianos da Juventus. Como haviam vencido a primeira peleja por 1 a 0, bastava aos paulistas o empate. E foi exatamente o empate que o Palmeiras arrancou dos italianos. A Juventus fez 1 a 0, mas o Palmeiras correu atrás e empatou. A Juventus assinalou 2 a 1, e mais uma vez o Palmeiras empatou.

E pensar que, na primeira fase, os paulistas haviam levado um baile dos italianos: 4 a 0. Eis a verdade: foi ali, naquela goleada sofrida, que o Palmeiras começou a ser o campeão da Copa Rio. Ventura Cambon conseguiu enxergar os erros da equipe, expostos pelo massacre. E as alterações feitas foram fundamentais para o triunfo. Vejam o caso do goleiro Fábio Crippa: era o simples reserva de Oberdan, mas termina o Torneio Internacional de Campeões como grande herói da conquista. Apesar dos dois gols sofridos, Crippa foi uma verdadeira muralha na finalíssima.

O público carioca também tem sua parcela de responsabilidade pelo triunfo do Palmeiras: a equipe brasileira foi incessantemente apoiada pela multidão das arquibancadas. Os torcedores paulistas, que vieram em caravanas, apenas juntaram-se à grande festa.

A partida foi bastante disputada. O primeiro tempo terminou com vitória da Juventus, por 1 a 0, gol de Praest. Porém, logo no início da segunda etapa, Rodrigues empatou para o Palmeiras. Precisando da vitória, os italianos lançaram-se ao ataque. E, aos 18 minutos, conseguiram o gol, através de Boniperti. Mas, aos 32, o atacante Liminha marcou o santo gol do título. Nos minutos finais, a equipe paulista demonstrou muito ímpeto, e conseguiu segurar o empate.

Após o término da peleja, Mário Polo, presidente da Confederação Brasileira de Desportos, chamou João Carlos Vital, prefeito do Rio de Janeiro, para que este efetuasse a entrega da bela Copa Rio à equipe do Palmeiras. A cerimônia se deu ali mesmo, no gramado do Maracanã, como sempre deveria ser, sob os intensos aplausos da multidão nas arquibancadas. O Palmeiras é o melhor time do mundo em 1951.

PC

Ficha Técnica
22/07/1951 - Palmeiras 2 x 2 Juventus.
Decisão da Copa Rio de 1951 (partida de volta).
Local: Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro.
Público: 100.093 presentes (82.892 pagantes).
Renda: Cr$ 2.783.190,00.
Árbitro: Gabriel Tordjmann (França).
Auxiliares: Edward Graigh (Inglaterra) e Popovitch (Iugoslávia).
Gols: Praest (18'/1T, 0-1), Rodrigues Tatu (2'/2T, 1-1), Boniperti (18'/2T, 1-2) e Liminha (32'/2T, 2-2).
Palmeiras: Fábio Crippa; Salvador e Juvenal; Túlio, Luiz Villa e Dema; Lima, Ponce de León (Canhotinho), Liminha, Jair Rosa Pinto e Rodrigues Tatu. Técnico: Ventura Cambon.
Juventus: Viola; Bertuccelli e Manente; Mari, Parola e Bizzotto; Muccinelli, Karl Hansen, Boniperti, John Hansen e Praest. Técnico: Carver.

Fontes de pesquisa:
- Jornal do Brasil [edições de 21/07/1951 e 24/07/1951].

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