(foto: Photocamera/Dhavid Normando)
Amigos, quando Fluminense e Botafogo entram em campo lado a lado, repetindo o ritual de mais de cem anos, todo o futebol brasileiro se curva, em homenagem aos seus maiores pioneiros. O Engenhão, inaugurado em 2007 pela velha dupla, foi o palco do Clássico Vovô número 341.
Aconteceu o seguinte: no primeiro tempo, um zero a zero nervoso, estudado, com leve domínio do Fluminense. Na etapa complementar, o Tricolor lançou-se de vez ao ataque, mas o goleiro alvinegro Jefferson começou a brilhar. Por exemplo, a cabeçada de Thiago Neves, que ele defendeu de mão trocada, foi um lance de cinema. Não tenho dúvidas: Jefferson foi o melhor jogador em campo. E isto já diz tudo: o Fluminense mereceu a vitória.
Já falei sobre a antológica intervenção de Jefferson, e agora falo da segunda jogada capital do clássico: o pênalti, claríssimo, de Márcio Azevedo em Wellington Nem. Mais uma vez, a anti-tricolor arbitragem carioca fingiu que não viu. Fico imaginando: se acontecesse um homicídio dentro da área, será que o juiz também mandaria o jogo seguir? Confesso, já estou me cansando de reclamar, mas não tenho outra escolha.
Pouco depois, Herrera partiu em velocidade e empurrou a bola para Elkeson fazer Botafogo 1 a 0. A derrota tricolor parecia então consumada. Mas Deco teve outro momento de gênio, efetuando um lançamento espetacular para Leandro Euzébio. Nem o gigante Jefferson conseguiu impedir o santo gol de empate.
A partir daí, o clássico passou a ser uma simples espera pela hedionda decisão por pênaltis. Que regulamento estúpido, que eleva a sorte acima da competência, acima do futebol. Paciência, regras são regras.
Fred chutou primeiro e fez 1 a 0, e Andrezinho empatou para o Botafogo. Jean chutou rasteiro e Jefferson defendeu (aqui, cabe dizer: o goleiro alvinegro se adiantou escandalosamente, e mais uma vez a arbitragem se fez de cega). Herrera fez Botafogo 2 a 1, Thiago Neves empatou. Lucas cobrou rasteiro e Diego Cavalieri defendeu: tudo empatado novamente. Rafael Moura e Renato converteram: 3 a 3. Anderson, revelado anos atrás pelo próprio Botafogo, cobrou seu tiro com perfeição: Fluminense 4 a 3.
Chegou então a hora derradeira: o uruguaio Loco Abreu ajeita a bola na marca de cal, Diego Cavalieri está parado no gol. Os olhares de todo o Rio de Janeiro estão vidrados no lance decisivo. Os botafoguenses sonhando com a continuação da disputa, os tricolores querendo que tudo se encerrasse ali. Era uma atmosfera de tensão irresistível: até os movimentos das placas tectônicas cessaram. Acontece o chute de Abreu, e vem a defesa monumental de Cavalieri. Contra tudo e contra todos, o Fluminense está na final da Taça Guanabara.
Nessas horas, a camisa tricolor se agiganta. Tem sido assim há cento e dez anos.
PC
Belíssimo texto!
ResponderExcluirBela também foi a atuação do Onze Tricolor. Nossa melhor no ano.
Preferia que saíssemos nessa disputa de pênaltis. Seria o cenário ideal, a menor das desclassificações, uma trégua nas roubalheiras e foco na Libertadores.
Agora é contra o Vasco com MLH no apito. Já vi esse filme mais de uma vez, fiquei revoltado em todas.
Aaaah, PC... impossivel não me emocionar lendo esse texto de tao longe, depois de ter ouvido o jogo via Skype junto com meu pai, mas sentindo essa emocao de quem estava la...
ResponderExcluirSo o que espero agora e que o proximo jogo seja justo, sem roubalheira de juizes safados...
Excellent! Bjo Grande...
Aaaah, PC... impossivel não me emocionar lendo esse texto de tao longe, depois de ter ouvido o jogo via Skype junto com meu pai, mas sentindo essa emocao de quem estava la...
ResponderExcluirSo o que espero agora e que o proximo jogo seja justo, sem roubalheira de juizes safados...
Excellent! Bjo Grande...
Loco who?
ResponderExcluirSó agora vejo alguém falar na escandalosa saída de gol do Jeferson na hora da batida do Jean.
ResponderExcluirParabéns PC, vc é o cara.
Vamos ver como o juizinho vai apitar a final!
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