sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Resenha: Tricolor 1 x 1 Botafogo [PK 4x3]

(foto: Photocamera/Dhavid Normando)

Amigos, quando Fluminense e Botafogo entram em campo lado a lado, repetindo o ritual de mais de cem anos, todo o futebol brasileiro se curva, em homenagem aos seus maiores pioneiros. O Engenhão, inaugurado em 2007 pela velha dupla, foi o palco do Clássico Vovô número 341.

Aconteceu o seguinte: no primeiro tempo, um zero a zero nervoso, estudado, com leve domínio do Fluminense. Na etapa complementar, o Tricolor lançou-se de vez ao ataque, mas o goleiro alvinegro Jefferson começou a brilhar. Por exemplo, a cabeçada de Thiago Neves, que ele defendeu de mão trocada, foi um lance de cinema. Não tenho dúvidas: Jefferson foi o melhor jogador em campo. E isto já diz tudo: o Fluminense mereceu a vitória.

Já falei sobre a antológica intervenção de Jefferson, e agora falo da segunda jogada capital do clássico: o pênalti, claríssimo, de Márcio Azevedo em Wellington Nem. Mais uma vez, a anti-tricolor arbitragem carioca fingiu que não viu. Fico imaginando: se acontecesse um homicídio dentro da área, será que o juiz também mandaria o jogo seguir? Confesso, já estou me cansando de reclamar, mas não tenho outra escolha.

Pouco depois, Herrera partiu em velocidade e empurrou a bola para Elkeson fazer Botafogo 1 a 0. A derrota tricolor parecia então consumada. Mas Deco teve outro momento de gênio, efetuando um lançamento espetacular para Leandro Euzébio. Nem o gigante Jefferson conseguiu impedir o santo gol de empate.

A partir daí, o clássico passou a ser uma simples espera pela hedionda decisão por pênaltis. Que regulamento estúpido, que eleva a sorte acima da competência, acima do futebol. Paciência, regras são regras.

Fred chutou primeiro e fez 1 a 0, e Andrezinho empatou para o Botafogo. Jean chutou rasteiro e Jefferson defendeu (aqui, cabe dizer: o goleiro alvinegro se adiantou escandalosamente, e mais uma vez a arbitragem se fez de cega). Herrera fez Botafogo 2 a 1, Thiago Neves empatou. Lucas cobrou rasteiro e Diego Cavalieri defendeu: tudo empatado novamente. Rafael Moura e Renato converteram: 3 a 3. Anderson, revelado anos atrás pelo próprio Botafogo, cobrou seu tiro com perfeição: Fluminense 4 a 3.

Chegou então a hora derradeira: o uruguaio Loco Abreu ajeita a bola na marca de cal, Diego Cavalieri está parado no gol. Os olhares de todo o Rio de Janeiro estão vidrados no lance decisivo. Os botafoguenses sonhando com a continuação da disputa, os tricolores querendo que tudo se encerrasse ali. Era uma atmosfera de tensão irresistível: até os movimentos das placas tectônicas cessaram. Acontece o chute de Abreu, e vem a defesa monumental de Cavalieri. Contra tudo e contra todos, o Fluminense está na final da Taça Guanabara.

Nessas horas, a camisa tricolor se agiganta. Tem sido assim há cento e dez anos.

PC

6 comentários:

  1. Belíssimo texto!

    Bela também foi a atuação do Onze Tricolor. Nossa melhor no ano.

    Preferia que saíssemos nessa disputa de pênaltis. Seria o cenário ideal, a menor das desclassificações, uma trégua nas roubalheiras e foco na Libertadores.

    Agora é contra o Vasco com MLH no apito. Já vi esse filme mais de uma vez, fiquei revoltado em todas.

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  2. Aaaah, PC... impossivel não me emocionar lendo esse texto de tao longe, depois de ter ouvido o jogo via Skype junto com meu pai, mas sentindo essa emocao de quem estava la...
    So o que espero agora e que o proximo jogo seja justo, sem roubalheira de juizes safados...
    Excellent! Bjo Grande...

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  3. Aaaah, PC... impossivel não me emocionar lendo esse texto de tao longe, depois de ter ouvido o jogo via Skype junto com meu pai, mas sentindo essa emocao de quem estava la...
    So o que espero agora e que o proximo jogo seja justo, sem roubalheira de juizes safados...
    Excellent! Bjo Grande...

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  4. Só agora vejo alguém falar na escandalosa saída de gol do Jeferson na hora da batida do Jean.
    Parabéns PC, vc é o cara.

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  5. Vamos ver como o juizinho vai apitar a final!

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