Faleceu nesta sexta-feira 9, no Rio de Janeiro, aos 95 anos, Emílio Ibrahim Silva, ex-jogador do Fluminense e engenheiro. Ele não resistiu a uma parada cardíaca. Enterrado na manhã deste sábado 10, no Cemitério São João Batista, Emílio deixa o filho Paulo Emílio e duas netas – seu outro filho, o ator Marcelo Ibrahim, já havia morrido, em 1986.
Nascido em 20 de outubro de 1925, em Mariana, Minas Gerais, Emílio era meia-atacante e integrou o elenco do Fluminense entre 1948 e 1949. Ele fez parte do time campeão do Torneio Municipal de 1948. Ao todo, marcou 10 gols em 26 jogos pelo Fluminense. Emílio era o mais velho ex-jogador do Fluminense ainda vivo.
No Fluminense, Emílio Ibrahim atuou ao lado de craques que se tornariam ídolos tricolores, como Castilho, Pinheiro, Didi, Bigode, Orlando Pingo de Ouro e Rodrigues Tatu. O seu treinador era o uruguaio Ondino Viera. Em 1949, Emílio marcou gols na vitória por 5 a 2 sobre o Flamengo em Fortaleza e na goleada de 8 a 3 sobre o Coritiba no Paraná.
Emílio chegou a se dividir entre o futebol e a engenharia, mas em 1949 decidiu abandonar os gramados. Três anos depois, formou-se engenheiro civil pela Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil, atual Escola Politécnica da UFRJ.
Emílio contribuiu para a realização de importantes obras no Rio de Janeiro. Foi um dos responsáveis pela construção da Perimetral (antigo elevado entre a Praça XV e o Gasômetro, implodido em 2014), dentre outros projetos. Enquanto presidente da Administração dos Estádios da Guanabara, dirigiu o acabamento do Maracanã. Como Secretário de Obras e Serviços Públicos do Estado do Rio, inaugurou a subadutora do Guandu, na Barra da Tijuca. Ele ainda presidiu a Companhia Brasileira de Trens Urbanos.
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Emílio Ibrahim e Carlos Lacerda, no Maracanã. |
Nos últimos anos, Emílio recebeu algumas homenagens do Fluminense e de torcedores. Eu tive o privilégio de conversar brevemente com ele em 2017, no Estádio de Laranjeiras. Apesar da idade avançada, estava em boa saúde e com ótima memória – recordou detalhes da conquista do Torneio Municipal e contou uma piada sobre nossa profissão em comum, quando revelei que também sou engenheiro formado pela UFRJ.
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Eu, Emílio Ibrahim e Alexandre Berwanger, em Laranjeiras (2017). |
Descanse em paz, Emílio Ibrahim. Obrigado por tudo!
PCFilho
Uma de minhas fotos mais feias, mas o brilho dos dois outros personagens disfarça isso!
ResponderExcluirQue nada, caro Alexandre. Nós três ficamos ótimos nesse registro memorável. :)
ExcluirMuito obrigado pela homenagem ao meu pai. Foi um excelente jogador é um grande homem!
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