Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2002.
Amigos, o Dia dos Pais não atrapalhou a festa tricolor no Maracanã. Mais de 68 mil pessoas se dirigiram ao Estádio Mário Filho: era a estréia do Fluminense Football Club no Campeonato Brasileiro, e mais que isso, era a estréia de Romário pelo Fluminense Football Club. O torcedor pó-de-arroz poderia ter ficado em casa, abanando seu pai com a revista d'O Globo. Mas não. Cada fluminense sentiu que deveria ir ao Maior do Mundo. Estava escrito há seis mil anos, diria Nelson Rodrigues: aquele seria um dia inesquecível para o clube de Laranjeiras.
Primeiro falemos sobre Romário de Souza Faria, o gigante de 1,68m. Às vezes, tenho a impressão de que o mundo conspira a favor do Baixinho. Mais: o universo conspira por Romário. É impressionante: ele conseguiu ser ídolo de Vasco e Flamengo! Não satisfeito, resolve que será ídolo do Fluminense também. E ele sabe, melhor que tudo e todos, o caminho para se eternizar nos corações de uma torcida: balançar as redes dos adversários.
Mas o clássico entre Fluminense e Cruzeiro não era só Romário. Havia também os outros 21 jogadores, o juiz e os bandeirinhas, os gandulas, os reservas, os técnicos. A estrela do Baixinho brilha tanto que às vezes nos esquecemos dos outros personagens do gramado. Mas eles também participam: tanto que, nos primeiros 25 minutos, o Cruzeiro domina o jogo, e só pára no goleiro Murilo, que defende com segurança os arcos tricolores.
Aos 28 minutos, ocorre o lance que mudaria toda a história do jogo: o atacante cruzeirense Joãozinho desonra o nome do pai, dando um carrinho criminoso em Marcão, o camisa 7 tricolor. O juiz Héber Roberto Lopes, corretamente, expulsa o jogador do Cruzeiro. Agora o Fluminense tinha a vantagem numérica. E aproveitou-se dela para lançar-se todo para o ataque.
Aos 30 minutos, vem o primeiro momento de êxtase no Maracanã. Marquinhos cruza, e Magno Alves mergulha de peixinho para marcar seu centésimo gol com a camisa do Fluminense. Uma façanha emblemática, afinal vivemos o ano do centenário tricolor. O Magnata merece homenagens em Álvaro Chaves: comeu o pão que o diabo amassou, foi criticado por tudo e todos, mas estava sempre lá metendo os seus golzinhos. Hoje, na festa de Romário, ele fez o número 100. Parabéns, Magno Alves! 1 a 0 Fluminense!
E o artilheiro dos 100 gols não parou por aí: achou Fernando Diniz na área, e este só escorou para o gol: 2 a 0 Fluminense, ainda no primeiro tempo, e Romário nem participou ainda! O programa de Dia dos Pais no Mário Filho definitivamente estava valendo a pena.
Héber Roberto Lopes parecia disposto a colaborar com Romário. Vander derruba Fernando Diniz fora da área, mas o juiz carequinha marca pênalti para o Flu. Pronto, Romário, está aí a sua chance de começar a escrever a parte verde, branca e grená de sua gloriosa história. A cobrança é perfeita, a comemoração é perfeita, a festa da torcida é perfeita. 3 a 0 Fluminense.
Começa o segundo tempo, a torcida tricolor quer mais, e é atendida. Beto, o outro estreante, chuta fraquinho, de canhota, e a bola entra de mansinho. Fluminense 4, Cruzeiro 0: magia no Maracanã. Quatro minutos depois, o mesmo Beto é expulso, por falta violenta em Batatais.
A igualdade numérica estava de volta, mas o Cruzeiro não se aproveitava disso. Com erros de passe inacreditáveis, a Raposa parecia implorar ao juiz que encerrasse o jogo. Já no finzinho, Fábio Júnior fez o gol de honra: 4 a 1. Parecia que o jogo inaugural do Campeonato Brasileiro havia acabado ali. Mas...
... Romário estava em campo. Ele inicia a jogada, triangula com dois companheiros, recebe na frente, e toca na bola de biquinho, vencendo o goleiro Jefferson. Um golaço com a assinatura de Romário: Fluminense 5 a 1.
Vasco, Seleção Brasileira, PSV Eindhoven, Barcelona, Flamengo... tantos já se apaixonaram pelo Baixinho! A torcida do Fluminense é a mais nova abençoada com o talento do maior centroavante que o mundo já viu.
PC
Jogo pra história! Show do baixinho!!!
ResponderExcluirAmanhã se a gente ganhar de meio a zero já tá de bom tamanho...
Eu tava lá...
ResponderExcluirteve promoção da UNIMED. Quem tinha convênio pagava 1 kg de alimento! Paguei um kilo de arroz pra ver um dos jogos mais legais que já vi!!! Foi muito maneiro!!! Bom relembrar, valeu!!!
Jogaço.
ResponderExcluirAmanhã se a gente ganhar de meio a zero já tá de bom tamanho...[2]
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ResponderExcluirRomário é Romário e vice-versa!
ResponderExcluirEu estava lá. Romário era, é e sempre será SINISTRO!
ResponderExcluirHá 9 anos, show de Romário na estreia pelo Tricolor...
ResponderExcluirO Baixinho foi o melhor que eu vi jogar.
Um de penalti e outro de biquinho, 100% Romário.
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