
Amigos, não sei se vocês perceberam, mas um personagem importante do Fluminense não vinha mais aparecendo nas minhas crônicas. Melhor, ele vinha aparecendo sim, mas em segundo plano. Só que, para o tamanho de sua estrela, aparecer em segundo plano é muito pouco, é praticamente uma ausência. Este personagem é
Fred, o centroavante e artilheiro tricolor.
Há uma explicação: a meteórica ascensão de Wellington Silva ofuscou mesmo os outros atletas tricolores. Nas últimas duas semanas, o garoto ocupou todas as discussões das esquinas e dos botecos, e todas as manchetes de jornais e da internet. Já escrevi aqui, e repito, para que me cobrem posteriormente: o jovem é um craque de primeira grandeza. A Seleção Brasileira é uma certeza em sua carreira, se não já em 2010, pelo menos em 2014.
Mas voltemos a Fred, pois o mineiro de Teófilo Otoni merece mais espaço, mais manchetes. O segundo plano não é, nunca foi o destino do centroavante do Fluminense. Vejamos o que ele fez na partida contra o Confiança, pela Copa do Brasil. E nada de menosprezar o Confiança: a equipe sergipana mostrou grande valor, com duas atuações de igual para igual, contra o gigante da rua Álvaro Chaves. Com aplicação tática e bastante vontade, o Dragão de Aracaju demonstrou muita força.
Finalmente, Fred volta a ser o meu personagem principal. No domingo, contra o Botafogo, ele já havia feito um golaço extraordinário. Repito o que escrevi aqui: aquele voleio merecia um Oscar na cerimônia de Los Angeles. Ocorre que, mesmo com aquela pintura, Fred não havia sido mais decisivo que Wellington Silva. Ontem, contra o Confiança, ele foi.
Desta vez, Fred marcou os dois gols da vitória. A cobrança de falta, na bola rolada por Darío Conca, foi uma pedrada em direção aos arcos. Amigos, foi um gol que lembra os nostálgicos tentos de Rivellino. A patada atômica está de volta a Laranjeiras. Agora, é uma patada destra, não mais canhota. Mas, pelo visto, igualmente poderosa.
Já o segundo gol de Fred nos faz recordar Washington, o grande artilheiro da década de 80. No córner cobrado precisamente por Mariano, a cabeçada inapelável. Reparem que os zagueiros do Confiança se entreolharam em espanto. Certamente estavam se perguntando: "de onde surgiu o Fred, que ninguém viu?". Estavam se perguntando, e ainda estão.
Não posso encerrar a crônica sem citar mais uma vez o argentino Conca. Digo isso porque o baixinho aplicou, durante o segundo tempo, dois dribles desmoralizantes. Repito, não foram dribles normais, foram dribles desmoralizantes. Conca joga um futebol muito moleque, muito brasileiro. E, talvez por ser brasileiro demais, o argentino tem ficado de fora das convocações de don Diego. Alguém avise ao Maradona que ele pode levar atletas que atuam no Brasil. Pode e deve. Afirmo sem medo de errar: sem seus brasileños, a Argentina vai mais uma vez morrer na praia. Pelo menos dizem que as águas da Cidade do Cabo são quentinhas. Será uma morte confortável.
Mas foi Fred, mineiro de Teófilo Otoni, o meu personagem desta quarta-feira. E isso é tudo.
PC
Ah, PC, bons tempos aqueles, quando a 'patada atômica' estufava as redes dos adversários! O Fluminense ganhava muitos cariocas na época. Pelo menos o carioca!
ResponderExcluirAbraço,
Leandro
Não se pode menosprezar Fred. É craque e matador. Estavam querendo ridicularizá-lo após o episódio da paradinha mal-sucedida, mas a resposta foi imediata.
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