A Copa Libertadores de 1966 teve um estreante especial: o River Plate, um dos gigantes da Argentina. E foi um daqueles estreantes incômodos: já em sua primeira participação, chegou à grande final, contra o Peñarol, do Uruguai. O primeiro jogo aconteceu em 14/05, no Estádio Centenário de Montevideo: Peñarol 2 a 0. O segundo jogo foi em 18/05, no campo do River, o Monumental de Núñez, em Buenos Aires: River Plate 3 a 2. O regulamento da época previa uma partida-desempate, que foi disputada no dia 20/05, no Estádio Nacional de Santiago. Daniel Onega e Jorge Solari fizeram 2 a 0 para o River Plate, ainda no primeiro tempo. Porém, na segunda etapa o Peñarol empatou, com gols de Spencer e Matosas (contra). Na prorrogação, prevaleceu a experiência uruguaia: com gols de Spencer e Pedro Rocha, o Peñarol sagrou-se tricampeão da América.
Dez anos mais tarde, em 1976, o River Plate voltou à decisão da Libertadores. O adversário da vez seria o Cruzeiro. A série começou com derrota por 4 a 1 em Belo Horizonte, na noite de 21 de julho. Na volta, dia 28 de julho, vitória por 2 a 1, forçando outra vez o jogo-desempate. Coincidência, novamente o palco da finalíssima seria o Estádio Nacional de Santiago. O Cruzeiro saiu na frente, gols de Nelinho e Ronaldo. Porém, Oscar Mas e Urquiza igualaram o marcador. Parecia que o River Plate finalmente levantaria a taça, mas aos 43 do segundo tempo Joãozinho fez o gol do título do Cruzeiro. Dez anos depois, o River Plate novamente batia na trave: mais uma vez era o vice-campeão da Libertadores.
Em 1978, o River Plate chegou às semifinais. Mas não era ano terminado em 6... a vaga na final e o título foram para o rival Boca Juniors.
O River Plate só voltaria à final da Libertadores em... 1986, claro. O adversário da vez seria o América de Cali, que havia sido o vice-campeão do ano anterior. A primeira partida foi realizada na noite de 22 de outubro, em Cali. Com gols de Juan Gilberto Funes e Norberto Alonso, o River Plate conseguiu uma grande vitória como visitante (2 a 1). Uma semana depois, em Buenos Aires, foi só confirmar o título, com nova vitória (1 a 0), mais um gol de Funes. Finalmente, a Copa Libertadores era do River Plate.
Em 1987, 1990 e 1995, o River Plate chegou às semifinais. Mas não eram anos terminados em 6...
Em 1996... claro, o River Plate voltou à final da Libertadores, e novamente contra o América de Cali (que conseguira a proeza de ser três vezes seguidas vice-campeão, em 1985, 1986 e 1987). Em 19 de junho, a primeira partida aconteceu, em Cali: América 1 a 0. Uma semana depois, a volta, no Monumental de Núñez: River Plate 2 a 0, com dois gols de Hernán Crespo. O clube argentino conquistava sua segunda Libertadores.
Em 1998, 1999, 2004 e 2005, o River Plate chegou às semifinais. E foi eliminado, em todas elas.
Em 2006, o River Plate entrou na pré-Libertadores, fase na qual eliminou facilmente o Oriente Petrolero, da Bolívia. Na fase de grupos, passou em segundo lugar, atrás do Libertad/PAR, e à frente de El Nacional/EQU e Paulista/BRA. Nas oitavas-de-final, o River Plate eliminou o Corinthians, com vitórias em Buenos Aires (3 a 2) e São Paulo (3 a 1). Porém, nas quartas-de-final o clube argentino foi eliminado pelo Libertad, após 2 a 2 em Buenos Aires e 3 a 1 em Asunción. Estava quebrada escrita do River Plate e dos anos terminados em 6.
A gente não acredita em coincidências. Mas que elas existem, existem...
PC
PS: na foto, está a melhor linha de ataque da história do River Plate, na temporada de 1941 (época em que a Copa Libertadores ainda não existia). Da esquerda para a direita: Juan Muñoz, José Moreno, Adolfo Pedernera, Angel Labruna e Félix Lousteau.
Lembro do time do River em 1996
ResponderExcluirOrtega, Crespo, Francescoli, Cruz, Salas, Sorin, enfim um timaço
Timaço, hein!
ResponderExcluirSensacional a história!
Mas a escrita só está rachada. Ela só se quebrará quando o River vencer a Libertadores em um ano não terminado em 6.