Desde 1912, Flamengo e Fluminense cumprem o ritual, entram em campo, e batalham pela vitória dentro das quatro linhas. O espetáculo do Fla-Flu já se repetiu mais de 300 vezes, e dezenas dessas partidas foram disputadas sob chuva. Porém, nunca choveu tanto quanto em 22 de agosto de 1973.
Mais de setenta e quatro mil pessoas foram ao Estádio Mario Filho naquela noite de quarta-feira, para a decisão do Campeonato Carioca. Na final do ano anterior, o Flamengo vencera o Fluminense. Assim, os rubro-negros nutriam a esperança de conquistar um bicampeonato em cima do maior rival. O que eles não sabiam é que a intensa chuva já trazia em seu âmago a vitória do Fluminense.
Explorando o contra-ataque com bolas longas, tática ideal para o campo encharcado, o Tricolor chegou aos 2 a 0 ainda no primeiro tempo, com gols de Manfrini e Toninho. No intervalo, alguns já davam a partida como liquidada. Ledo engano: um Fla-Flu nunca está liquidado antes da hora. Se há uma característica que une o Flamengo e o Fluminense, é o fato de nunca desistirem da luta, por mais adversa que seja a situação.
Ocorreu então o seguinte na etapa complementar: aos 25, Dario fez o primeiro gol do Flamengo. Aos 33, Dario empatou, e estava consumada a reação rubro-negra. O Fla-Flu tem reviravoltas inexplicáveis, únicas, surreais. O jogo parecia uma vitória líquida do Fluminense, mas agora era o Flamengo que se aproximava do triunfo.
Dois minutos depois, porém, o trem tricolor voltou aos trilhos: Manfrini recebeu lançamento de Lula em velocidade, driblou o goleiro Renato, e tocou rasteiro para o gol vazio. Dois minutos depois, foi a vez de Dionísio driblar Renato e marcar o gol do título: Fluminense 4, Flamengo 2. O Tricolor era campeão carioca pela vigésima-primeira vez em sua história.
PC
Ficha Técnica: Fluminense 4 x 2 Flamengo.
Motivo: Decisão do Campeonato Carioca de 1973.
Data: 22/08/1973.
Local: Estádio do Maracanã (Rio de Janeiro).
Árbitro: José Favilli Neto (SP).
Renda: Cr$ 970.501,00.
Público: 74.073 pagantes.
FFC: Félix; Toninho, Bruñel, Assis e Marco Antônio; Carlos Alberto "Pintinho", Kléber e Marquinhos; Dionísio, Manfrini e Lula. Técnico: David Ferreira, o "Duque".
CRF: Renato; Moreira, Chiquinho Pastor, Fred e Rodrigues Neto; Liminha, Zico e Paulo Cézar; Vicentinho (Arílson), Dario e Sérgio. Técnico: Zagallo.
Gols: Manfrini aos 40', Toninho aos 45', Dario aos 70' e aos 78', Manfrini aos 80' e Dionísio aos 82'.
Vídeos dos gols do Fluminense:
Manfrini (1-0, 40'):
Toninho (2-0, 45'):
Manfrini (3-2, 80'):
Dionísio (4-2, 82'):
Outra foto de Manfrini na partida:
(crédito: JB)
Agradecimentos: Alexandre Magno Barreto Berwanger.
Manfrini poderia tranquilamente ter sido chamado - testado que fosse - por Zagallo na Copa da Alemanha, em 74. Foi uma injustiça, abração M
ResponderExcluirEsta partida é uma demonstração prática disso. :)
ExcluirCom certeza!
ResponderExcluirManfrini foi um baita jogador.
Tinha vaga na Seleção de 74.
O Rivelino considera o Manfrini um dos melhores companheiros que ele teve
ResponderExcluirO Bode atômico Dionísio nasceu em Corumbá MS, portanto somos conterrâneos.
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