segunda-feira, 22 de julho de 2013

Resenha: Tricolor 1 x 3 Vasco

Foto: Nelson Perez.

Amigos, a derrota do Fluminense para o Vasco neste domingo de retorno ao Maracanã doeu forte em mim, pó-de-arroz incorrigível que sou. O revés escancarou muitos problemas do Tricolor.

Até houve um breve período do jogo em que me animei. Perdíamos por 2 a 1, com um homem a menos em campo, e mesmo assim engolíamos o Vasco, a torcida jogando junto, o novo Maracanã mostrando-se um caldeirão tão bom quanto o velho, ou até melhor. O gol de empate parecia questão de tempo, apesar das condições adversas, e era até mesmo possível sonhar com a virada. O Maracanã pulsava, e parecia que viraria o clássico sozinho. Mas o sonho ruiu com a expulsão de Digão. Com nove contra onze, a reação parou e a esperança acabou.

Durante todo o restante do jogo, o Fluminense foi apenas sombra do verdadeiro Fluminense, aquele que tem levantado taça atrás de taça. Ou nem isso.

Fred, nosso veteraníssimo centroavante, sucumbiu às provocações dos zagueiros rivais, revidou uma agressão e foi infantilmente expulso, ainda nem tinha molhado a camisa. Quando até um homem experiente como Fred perde a cabeça, há algo muito errado. Eu achava que o camisa 9 da Seleção já havia superado essa fase de levar cartões vermelhos infantis, mas infelizmente ele provou o contrário contra o Vasco.

Nossos homens de defesa têm falhado grotescamente. Outro dia foi Diego Cavalieri, outro dia foi Digão. Neste domingo, foi Edinho que entregou dois gols. É difícil entender como os mesmos homens que ano passado faziam parte de uma muralha quase intransponível, uma fortaleza quase impenetrável, este ano entregam gols aos adversários em bandejas reluzentes.

Os problemas não se resumem ao campo: os dirigentes tricolores possuem culpa na queda de rendimento do time. Ano passado, toda a estratégia do onze tricolor dependia das arrancadas do jovem Wellington Nem, que foi vendido ao preço de uma mariola e duas jujubas, e sem a contratação de um substituto. Falha grave de planejamento, repetindo o que já acontecera em 2011, quando Darío Conca se foi de maneira parecida, e levou com ele nossas esperanças de um bicampeonato.

A fraqueza nos bastidores continua: vejam as escolhas dos árbitros dos nossos jogos. Só nestes sete meses deste ano, já fomos afrontados com escalações de Jose Hernando Buitrago, Paulo César de Oliveira e Marcelo de Lima Henrique, três senhores que deveriam ser proibidos de estar dentro de um raio de dez quilômetros de qualquer estádio com jogo do Fluminense em andamento.

A farra dos ingressos parece estar de volta com força total: 34 mil pagantes com 46 mil presentes? 12 mil foram ao Maracanã e não pagaram?* É isso mesmo? Aguardo ansiosamente o borderô da partida, que analisarei detalhadamente aqui. Se o Conselho Deliberativo do clube não cumpre seu papel de fiscalizar as coisas do Fluminense, cabe a nós, torcedores, fazê-lo. E eu não fugirei da luta.

Voltando ao campo: será que Abel é capaz de reinventar este time? Sim, a reinvenção é necessária, porque, com os jogadores disponíveis, só uma revolução (com tomada de bastilhas e tudo o mais) fará com que tenhamos uma classificação satisfatória em dezembro.

Já são cinco derrotas em oito jogos. Ano passado, foram cinco derrotas no Campeonato inteiro (duas delas quando a taça já estava garantida). Já passou a hora de acordar, Fluminense. Você tem 111 anos de glórias para defender.

PCFilho

* dados exatos de público e renda, divulgados no estádio durante o jogo: 34.634 pagantes, 46.860 presentes e renda R$ 1.554.510.

10 comentários:

  1. CB deve estar afim de sair.

    Pois se encheu do peter semsenso panaca, um "cartolina" oco, vazio...

    Está contabilizando com a ajuda do RC!

    ResponderExcluir
  2. PC,
    Sócio efetivo não conta como pagante. Ontem, pelo apelo do jogo, deve ter tido muitos.
    Não sei se só isso justifica, mas é uma hipòtese.
    Abcs
    Rafael

    ResponderExcluir
  3. PC,
    Sócio efetivo não conta como pagante. Ontem, pelo apelo do jogo, deve ter tido muitos.
    Não sei se só isso justifica, mas é uma hipòtese.
    Abcs
    Rafael

    ResponderExcluir
  4. Rafael Costa Matta,

    Não, não. Já tive essa discussão antes. Sócios contribuintes contam SIM como público pagante.

    E têm que contar mesmo. O sócio não vai de graça, ele paga a mensalidade, ou pagou em algum momento um título de "sócio vitalício". Ele é pagante, sim.

    E isso é em todo estádio do mundo. Senão clubes como Barcelona e Internacional teriam sempre público próximo de 0 pagantes. rsrs!

    ResponderExcluir
  5. Eu não gostei da provocação ao rival no mosaico do Fluminense, não precisava.

    Eu não gostei das provocações preferidas no sistema de som do Maracanã, também acho que jogo não é boate, não vou ao estádio me divertir, dançar e pegar mulher, vou para o estádio ver meu time jogar e ouvir gracinhas no auto-falante do estádio com seu time perdendo não é das coisas mais agradáveis.

    Ah...alguém tem que avisar os dirigentes do Flu que futebol também se ganha dentro de campo.

    Bjs.

    ResponderExcluir
  6. Os dois grandes momentos do jogo para o Vasco foram as expulsões. O vascaíno que não se iluda com o retorno do gayzinho da colina. O time é muito fraco, fortíssimo candidato a rebaixamento. A equipe foi engolida por um Fluminense sem padrão de jogo e com um jogador a menos (e justo o Fred!). Não fosse o tradicional um peso e duas medidas de MLH ao expulsar Digão, o Vasco sofreria mais uma humilhante derrota. Era proibido expulsar vascaínos ontem? Quem decretou a proibição? Cabral e Dudu? Até concordo com o segundo amarelo pro Digão, mas o mesmo critério não foi aplicado para Wendell e para o burrinho da colina (alguém precisa desenhar pro falso bom moço pra ele entender quem é que manda no Maraca agora).

    Falando agora do clube que não precisa repetir jogos ou mudar o local de partidas para ganhar 4 títulos brasileiros...
    Tenho minhas discordâncias com o Abel, implico bastante com várias atitudes e declarações dele, mas nosso momento atual é total responsabilidade da diretoria. Não se vende dois titulares impunemente. Não podemos mais contar com o nosso modo de jogar do ano passado: "espera o adversário e mete bola pra velocidade do Nem".

    Abel até tentou manter o esquema com Rhayner, mas a Libertadores mostrou que há um abismo entre este e Nem. Não bastasse a venda sem reposição, os atos da diretoria denunciam a total ausência de planejamento de elenco. O empréstimo de Martinuccio ao Cruzeiro encerrou-se recentemente. Se havia planejamento de se desfazer de jogadores, o que se esperaria de uma diretoria sensata? Obviamente, a volta de Martinuccio! Entretanto, a débil direção optou por renovar o empréstimo para o Cruzeiro.

    Esperar algo dessa gestão me parece perda de tempo. Já desisti de maiores pretensões. Ainda temos um bom elenco. Nos resta torcer para que o Abelão arrume um novo jeito de jogar pra equipe.

    ResponderExcluir
  7. O problema da provocação ao rival no mosaico é que poderíamos perder o jogo, e ouvir a provocação de volta. Exatamente o que aconteceu. rs!

    Quanto ao "entretenimento extra-jogo" antes do jogo e no intervalo, bom, acho que cedo ou tarde perceberão que o público de futebol não quer nem saber disso. O pré-jogo e o intervalo num estádio de futebol são para:
    - ir ao banheiro;
    - comer;
    - falar sobre o jogo com quem estiver ao lado.

    Tocar musiquinhas de Naldo, Anitta e similares num volume ensurdecedor, com um animador pedindo pras torcidas vibrarem? Uhm, eles ainda vão aprender que não é assim que a banda toca...

    ResponderExcluir
  8. foi uma derrota que doeu mesmo, mas se não existe derrota boa, pelo menos teve o lado bom, de mostrar que esse time é uma farsa:

    o setor defensivo do Fluminense é uma farsa, nenhum dos 2 zagueiros e o primeiro volante são confiáveis, são sim jogadores que não poderiam vestir a camisa tricolor
    o Carlinhos também não sabe marcar com inteligência, sorte nossa que essa falha não ficou clara no jogo de ontem, mas é um problema de anos que tá aí e o Abel não resolve (ontem o Carlinhos foi o único ligado no jogo, fez o gol, se apresentou bem, mais uma vez e tem crédito);

    Fred ainda é imaturo em algumas ocasiões, não sei o que acontece com ele, mas na parte provocativa é ainda o mesmo que em 2009 deixou a gente na mão na final da Sul-Americana, ele evoluiu muito e ganhou o status de ídolo atual do time, mas não dá pra jogar assim, foi expulso tão cedo que não deu pra fazer nada e vem punição de 3 jogos aí, a gente que se prepare...

    Meio-campo horrível, Vagner deveria esquentar banco e o Deco gostaria de tê-lo como titular porque é técnico, apesar de faltar com a parte física

    O Maracanã não existe mais, sejamos sinceros. Sou a favor da evolução, odeio a tradição quando ela prejudica a evolução (como o que vimos na última semana por causa do lado do estádio), mas também acabaram com o clima de estádio que o Maracanã vive, é tudo muito formal, ganhamos em estrutura, mas perdemos em emoção e interação público-equipe, acho que poderíamos aliar a boa estrutura a um espetáculo realmente emocionante (gostei da aproximação da arquibancada)

    Também não vejo problemas do intervalo ter músicas nem locutor, é uma forma de interagir e o torcedor que tem entender que essas coisas chamam plateia, principalmente quem não gosta de futebol, dando dinheiro pro clube; Só acho que ao invés de ficar tocando funk, poderiam colocar músicas da torcida ou hinos do clube, teria mais a ver com o jogo

    ResponderExcluir
  9. Eles poderia ter tocado "Domingo, eu vou ao Maracanã"

    Era óbvio, seria épico, as duas torcida cantariam a plenos pulmões e berrariam para vencer na hora de cantar o nome do time.

    Mas quem esta tocando a parada parece não entender nada de futebol.

    ResponderExcluir
  10. Trocar o Abel por Luxemburgo, Muriçoca ou Ney Franco... é melhor deixar como está.

    ResponderExcluir

Regras para postar comentários:

I. Os comentários devem se ater ao assunto do post, preferencialmente. Pense duas vezes antes de publicar um comentário fora do contexto.

II. Os comentários devem ser relevantes, isto é, devem acrescentar informação útil ao post ou ao debate em questão.

III. Os comentários devem ser sempre respeitosos. É terminantemente proibido debochar, ofender, insultar e/ou caluniar quaisquer pessoas e instituições.

IV. Os nomes dos clubes devem ser escritos sempre da maneira correta. Não serão tolerados apelidos pejorativos para as instituições, sejam quais forem.

V. Não é permitido pedir ou publicar números de telefone/Whatsapp, e-mails, redes sociais, etc.

VI. Respeitem a nossa bela Língua Portuguesa, e evitem escrever em CAIXA ALTA.

Os comentários que não respeitem as regras acima poderão ser excluídos ou não, a critério dos moderadores do blog.