quinta-feira, 17 de abril de 2014

Gabriel García Márquez


Morreu hoje, na Cidade do México, aos 87 anos, o genial escritor colombiano Gabriel García Márquez, uma de minhas maiores inspirações para escrever, se não for a maior.

García Márquez foi tão craque com as palavras que, mesmo tendo pensamentos políticos bem diferentes dos meus, conseguiu ser meu escritor favorito. Escrevia em um espanhol tão claro, que foi em suas páginas que aprendi de fato a língua do país do meu avô, sem nem mesmo precisar consultar o dicionário.

Suas histórias são fantásticas, cheias de personagens irreais, mas baseadas na realidade, como ele fazia questão de ressaltar. E de fato, eu nunca encontrei um escritor que conseguisse mostrar tão bem as bizarrices de nossa América Latina.

Leiam Gabriel García Márquez. Leiam a obra-prima Cem Anos de Solidão, mas leiam também o menos famoso Do Amor e Outros Demônios. Leiam tudo que veio daquela mente brilhante. Vale muito a pena.

"Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde em que o seu pai o levou para conhecer o gelo." Assim começa Cem Anos de Solidão, meu romance preferido, que conta a saga da família Buendía em Macondo. Uma história que se desenrola de maneira apaixonante, e termina da forma mais espetacular possível (quem leu, sabe).

Como a vida real passa longe de ser tão espetacular quanto a obra de García Márquez, ele passou os últimos anos lutando contra problemas de memória e um câncer. Uma pena. A segunda parte de Viver para contar, nós nunca poderemos ler. Ele não pôde escrevê-la...

Obrigado por tudo, mestre. Obrigado por cada linha escrita. Você continuará vivo para sempre, através dos Aurelianos, dos Josés Arcadios, das Úrsulas, de Florentino, de Firmina, e de todos os seus eternos e fantásticos personagens...

“Lo único malo de la muerte es que es para siempre. Todo lo demás es manejable, pero la muerte…. ¡Esa sí que es la gran trampa!”

PCFilho

Gabriel García Márquez (direita) com seu amigo Álvaro Cepeda Samudio em Barranquilla.
(Foto: Álvaro Ojeda, 1971).

Gabriel García Márquez (direita) com o escritor brasileiro Jorge Amado.



4 comentários:

  1. "Cem Anos de Solidão" foi o primeiro livro fantástico que li na vida.

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  2. Gabriel García Márquez encontrará do outro lado da vida uma realidade mais fantástica do que a sua incrível criatividade pôde conceber, até porque ele a fez por merecer, bela e radiante!

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  3. "Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja. Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar.Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las.
    Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante.Quero grandes histórias e estórias; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crer que é para sempre quando eu digo convicto que nada é para sempre."


    - Gabo

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  4. "Lo único que me duele de morir es que no sea de amor."

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