Rio de Janeiro, 1º de fevereiro de 2007.
Após um mês de entressafra, estou de volta! Espero sinceramente que nossos seis leitores não tenham desistido de esperar. Apesar do título sombrio do post de hoje, nosso blog não morreu!
No fim do ano passado, andei pensando sobre a morte, devido à perda de uma das minhas queridas cadelas. Prometi um texto sobre o assunto, e cá está. Quem nunca se pegou tendo pensamentos depressivos relacionados a esse tema assustador? Vou tentar ser o menos depressivo possível. Também evitarei abordagens religiosas, ou filosóficas. Contarei a história de um garoto de nove anos, que descobria num triste domingo que a morte não tinha volta...
Minhas primeiras lembranças relacionadas à morte vêm da infância. Meus avós faleceram antes que eu pudesse ter consciência do que significava um avô; muito menos do que significava a morte. Os primeiros falecimentos de que me recordo são de parentes relativamente distantes, e de personalidades queridas (como o saudoso Zacarias, dos Trapalhões!). Mas eu ainda não tinha consciência do que era a morte. Não até aquela manhã de domingo.
Primeiro de maio de 1994. O domingo começara como todos os outros. Família reunida em frente à televisão para assistir à corrida de Fórmula 1. Acho que era a rotina de quase todas as famílias brasileiras! No meio da corrida, meu pai precisou visitar um conhecido (marido de uma prima minha, hoje já falecida). Fui com ele, mas não imaginava que estaria vendo pela última vez meu ídolo na televisão. Quando chegamos ao nosso destino, o acidente já havia ocorrido. Ayrton Senna estava no hospital, com grandes riscos de morrer.
Na hora do almoço, veio a notícia, que escutei de um rádio: - anunciada a morte cerebral de Ayrton Senna da Silva. Ainda me lembro onde eu estava! Exatamente onde eu estava! Olhei para minha mãe e a vi chorar. Mas ainda não foi nesse momento que o garoto de nove anos descobriu o significado da morte (na verdade, o garoto, hoje com 22 anos, ainda não sabe!).
O impacto aconteceu na hora de ir dormir. Eu estava triste, e minha mãe percebeu (é incrível como ela sempre percebe! – às vezes até pelo telefone). Ela me disse, com essas exatas palavras (não consigo acreditar que ainda me lembro de cada detalhe desse longínquo dia): “é, Paulinho, nunca mais vamos ouvir o Tema da Vitória”. Caiu a ficha. O menino desabou em lágrimas.
Depois, ainda tive outras experiências traumáticas com a morte, a mais recente citada no início do texto. Perdi amigos jovens, parentes, conhecidos, cinco cães... Em algumas vezes, o avanço de uma doença me preparou aos poucos; em outras, sofri com o choque da notícia inesperada. É evidente que a perda de seres queridos nos traz tristeza. Porém, é necessário seguir em frente. Infelizmente, todos nós temos que passar por isso.
Prometo que meu próximo post será sobre assunto mais agradável. Afinal, não podemos nos dar ao luxo de espantar nossa meia dúzia de leitores! Arrivederci.
PC
Impactante!
ResponderExcluirLembrei exatamente desse dia...