Meu amigo Zito é uma grande figura, uma das pessoas mais atenciosas e gentis que jamais conhecerei. Assim como eu, Zito é um apaixonado por futebol. Porém, não torce para nenhum clube brasileiro. Aliás, minto: na infância, ele chegou a torcer pelo América. (Para os leitores mais novos, explico: era uma época gloriosa, um ano em que o Mequinha chegou à semifinal do Campeonato Brasileiro, eliminando o Corinthians. Era um tempo em que ainda era possível torcer pelo América.)
Decepcionado com os consecutivos reveses do Mequinha, o coração de Zito deixou de bater pelo América. E ele acabou não escolhendo um novo time no Rio de Janeiro ou no Brasil. Nada, entretanto, que abalasse a paixão de menino pelo futebol. Ao lado do pai, Zito vibrou no Maracanã com a Seleção Brasileira campeã da América em 1989. Na frente da TV, vibrou também com o tetra em 1994, com o Botafogo campeão brasileiro de 1995, com o Fluminense vice-campeão da América em 2008, com outros grandes times brasileiros.
Certa vez, entretanto, Zito confessou que nutria forte simpatia por um clube europeu. Os leitores pensaram em Barcelona, Real Madrid, Liverpool, Manchester United? Nada disso. O coração de Zito acelera quando ouve o nome do Lech Poznan, da Polônia. Azul e branco, o clube foi fundado em 1922, com o nome de Lutnia Poznan. O nome de hoje é uma homenagem a Lech, o lendário fundador da Polônia. (Poznan é o nome da cidade-sede do clube, localizada no centro-oeste do país.)
O Lech Poznan estreou na Primeira Divisão da Polônia em 1948, logo após a Segunda Grande Guerra (durante a qual Poznan foi ocupada pela Alemanha nazista - a Batalha de Poznan, em 1945, foi uma das últimas derrotas de Hitler para o Exército Vermelho). Na reconstrução da cidade em ruínas, o Lech Poznan cumpriu um papel social importante.
Mas as maiores glórias do Lech Poznan viriam nas décadas de 80 e 90: os seus primeiros cinco Campeonatos Poloneses (83, 84, 90, 92 e 93). Depois disso, porém, veio uma fase complicada, com 17 anos sem levantar o campeonato nacional.
Neste sábado, porém, o jejum acabou. O Lech Poznan venceu o Zaglebie Lubin por 2 a 0, em casa, mantendo a vantagem sobre o Wisla Cracóvia, segundo colocado. O último gol foi marcado por Robert Lewandowski, o goleador do Lech Poznan, artilheiro também do campeonato. E assim, o alviazul conquistou seu hexacampeonato polonês, para alegria de sua fanática torcida.
Talvez os poloneses do Lech Poznan não saibam disso, mas fizeram um doce sorriso se abrir na face do meu grande amigo Zito, na distante cidade do Rio de Janeiro.
PC
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ResponderExcluirmeu amigo PC,
ResponderExcluirGlorioso só existe um. Aquele da estrela solitária. Abraços
legal
ResponderExcluirShow de bola.
ResponderExcluirMas pq ele simpatiza com o time?
Pelo trabalho social na reconstrução?
Responde aí, Zito!
Essa é uma pergunta difícil de se responder.
ResponderExcluirPor que você simpatiza com o Fluminense? :P
Mas a minha simpatia pelo Flu é da infância. A dele muito provavelmente não. Logo ele deve ter motivação mais ponderada que a minha.
ResponderExcluirFelizmente escolhi bem, mesmo com a ponderação de uma criança.