150 vezes Conca

Amigos, o argentino chegou a Álvaro Chaves no início de 2008, vindo do Vasco. Darío Leonardo Conca é baixinho, avesso a entrevistas, tímido, e bom de bola. Sem vaidades, nunca exigiu a camisa dez, embora diversas vezes tenha demonstrado que merece vesti-la.

Dois anos e quatro meses após a estréia, Conca completará domingo, no Mineirão, 150 jogos com a camisa do Fluminense. Em alguns deles, teve excelentes atuações. Em outros, esteve apagado. Em todos, sua camisa terminou encharcada de suor, porque da luta ele nunca foge. Sua entrega em campo sempre é comovente.

Até hoje, Conca assinalou 28 gols pelo Tricolor. Alguns deles ainda estão impressos nas retinas tricolores pelo Brasil. Por exemplo, o gol da semifinal da Libertadores de 2008, contra o Boca Juniors, num Maracanã lotado. Um espetáculo de arrancada pelo flanco esquerdo, o chute cruzado, o desvio em Ibarra, e a bola balançando as sagradas redes do Estádio Mario Filho. Foi talvez o gol mais importante de toda aquela campanha maravilhosa. Na final da mesma Libertadores, em Quito, Conca voltaria a marcar um gol importante, em magnífica cobrança de falta.

Seu gol mais bonito, a meu ver, seria marcado no Brasileirão de 2008, contra o Flamengo. A bola rebatida pela defesa voou na direção do pé esquerdo do argentino. (Fato: a bola sempre procura o craque.) O chute, de primeira, teve uma execução impecável. Foi um canhonaço forte e preciso, no ângulo, para acordar a coruja. Golaço de antologia no Maracanã!

Em 2009, me recordo especialmente de dois gols, duas arrancadas que demonstram que Conca joga na vertical, qualidade rara nos dias atuais. O primeiro contra o Friburguense, na serra, o segundo contra o Corinthians, em São Paulo. Duas pinturas semelhantes às obras de arte de um outro futebolista argentino, que atende pelo nome de Maradona. (Ainda não entendo porque don Diego não convoca Conca para a albiceleste...)

O repertório de um bom meio-campista não se faz apenas de gols, mas também de assistências. E nesse capítulo Conca tem um vasto acervo de lindas jogadas. Amigos, vocês se lembram do passe cinematográfico, pelo alto, para o gol de Maicon contra o Atlético Paranaense, no ano passado? E do passe na medida para Rodriguinho no último Fla-Flu? São apenas dois exemplos, dentre dezenas de lances que eu poderia ter escolhido.

Conca tem ainda uma outra qualidade, que poucas vezes vejo ser exaltada: o argentino não se machuca. É impressionante, seus colegas sempre indo e vindo do Departamento Médico, e Conca sempre jogando, geralmente os noventa minutos. Não é à toa que já está completando 150 jogos pelo Fluminense.

150 ainda é um número baixo, uma marca pequena perto das de outros ídolos. Conca ainda está longe dos 700 jogos de Castilho, dos 550 jogos de Telê, dos 400 jogos de Waldo. Mas ainda é jovem, tem muitos anos de futebol pela frente. E, para nossa felicidade, não dá mostras de querer ir embora.

Que Conca complete 200, 250, 300 partidas com nossa camisa. E que conquiste os títulos que ainda faltam para completar seu currículo de ídolo em Álvaro Chaves.

Olê, olê, olê, olá, Conca, Conca...

PC