sexta-feira, 17 de julho de 2009

Contando ingressos

Nessa semana, foi ao ar a excelente entrevista de Caio Barbosa, Emiliano Tolivia e Marcel Lins com Carlos Henrique Corrêa, dirigente do Fluminense responsável pela controversa distribuição de ingressos da final da Libertadores de 2008.

No meio do blá-blá-blá das justificativas, começaram a surgir os números da distribuição das entradas. Segundo Corrêa, a carga de ingressos que o Fluminense podia vender era de 66.000. Houve então a seguinte divisão:
- sócios do clube: 18.000.
- patrocinadores da Conmebol: 1.917.
- torcida visitante: 1.000.
- Unimed (patrocinadora do Fluminense): 600.
- torcidas organizadas: 4.600 (!!!).
- departamento de futebol: 2.000 (!!!).
- conselhos diretor/fiscal/deliberativo: 5.200 (!!!).
- agências de viagem: 3.000 (!!!).
- SUB-TOTAL: 36.317 ingressos.

As exclamações ao lado de alguns dos valores denotam apenas o espanto deste escriba com os números, muito acima dos esperados por ele. A confusão da venda certamente teria sido amenizada se esses valores fossem mais modestos (ou até mesmo nulos).

Supondo que o número total de 66.000 entradas esteja correto, sobrariam então 29.683 ingressos para venda na bilheteria externa de Laranjeiras, e nos outros pontos de venda (Maracanã, Gávea e outros menores). Ainda na madrugada do dia da venda, eu mesmo percorri a quilométrica fila em Laranjeiras. Era evidente que 29.683 entradas não satisfariam toda aquela demanda (e ainda havia filas também nos outros postos de venda). Os dirigentes sabiam disso: o que se sucedeu era uma tragédia anunciada, e nada foi feito para impedi-la.

Além dessas supostas 66.000 entradas, havia os ingressos pré-pagos de 5.000 torcedores (no plano Passaporte Tricolor), sendo este blogueiro um deles. Assim, o Fluminense vendeu 71.000 ingressos para a final, certo?

Ainda não estou satisfeito com as explicações dadas. Explico: os números ainda não batem. O público pagante, de acordo com o borderô da Suderj, foi de 78.918 pessoas. Somando os acessos gratuitos do Maracanã (cortesias, camarotes, cadeiras perpétuas, e gratuidades definidas em lei), tivemos o público total de 86.027 pessoas. Portanto, essas gratuidades não podem ser usadas para justificar a discrepância que exponho a seguir.

Afinal de contas, quantos ingressos foram vendidos? 71.000 ou 78.918? Onde foram parar as 7.918 entradas de diferença entre esses dois números?

Me lembro de ter questionado essa diferença na época. Alguém me esclareceu, dizendo que certamente eram ingressos internos do Fluminense, vendidos a diretores, vice-presidentes, membros dos conselhos, ou até torcidas organizadas. Explicação convincente na época, mas não agora. Afinal, essas entradas internas estão dentro dos 66.000, de acordo com Carlos Henrique Corrêa.

Alguém consegue explicar? Ou, no Fluminense, somar um com um não resulta em dois?

PC

5 comentários:

  1. URLs curtas para esse post:
    http://bit.ly/NlUjw
    http://siga.st/1lep

    Na comunidade do Fluminense:
    http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=28077&tid=5359251357201601750&na=4

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  2. E já fomos o clube mais organizado do mundo,por mais incrivel que pareça.

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  3. Eu queria saber em que outro lugar do mundo isso acontece...

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  4. Tomemos graças a Deus pela Taça Olímpica não existir mais, caso contrário, ficaríamos em último na disputa.

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