Belo Horizonte, 3 de junho de 1993.
Amigos, o Mineirão recebeu 70.723 pagantes para a finalíssima da Copa do Brasil. Na partida de ida, Grêmio e Cruzeiro haviam empatado em 0 a 0 no Estádio Olímpico de Porto Alegre. Portanto, o vencedor da batalha de Belo Horizonte seria o campeão, levando o importante troféu para casa.
O técnico Pinheiro (ele mesmo, o ídolo do Fluminense) não contava com dois jogadores importantes do plantel cruzeirense: Luizinho estava suspenso e Boiadeiro servia a Seleção. Pinheiro acabou escalando o júnior Róbson na zaga e o veterano Éder Aleixo no meio-campo. O time celeste entrou em campo com Paulo César Borges; Paulo Roberto, Célio Lúcio, Róbson e Nonato; Ademir, Rogério Lage, Éder Aleixo e Cleisson; Edenilson e Roberto Gaúcho.
Já o Grêmio, comandado por Sérgio Cosme, foi escalado assim: Eduardo Heuser; Jackson, Paulão, Luciano e Dida; Pingo, Jamir, Juninho, Dener e Carlos Miguel; Gílson.
Antes de contar a história dos noventa minutos, cabe um parágrafo sobre um personagem da decisão: Éder Aleixo. Em fim de carreira, a bomba que derrubou Dasaev* era reserva da equipe celeste. Porém, foi escalado para a decisão, por causa da convocação de Boiadeiro para o escrete. Observem a peça que o destino pregou ao antigo craque da Seleção Brasileira e do Atlético Mineiro: jogar uma temporada no Cruzeiro! Justo ele, tão identificado com o maior rival da Raposa! Vejam só: Éder, o Canhão de Vespasiano, sequer quis posar na foto com os companheiros de time, para não ficar eternizado com a camisa do Cruzeiro! Esta bizarrice é algo patético e, ao mesmo tempo, sublime!
Vamos ao jogo. O atacante Roberto Gaúcho, que jogou mesmo com febre alta, abriu o placar aos 12 minutos, com imensa colaboração do goleiro Eduardo Heuser, que engoliu um autêntico e colossal frangaço. Cruzeiro 1 a 0.
O Grêmio empatou com Pingo, de cabeça, após uma cobrança de escanteio da direita, aos 25 minutos. 1 a 1 que dava o título aos gaúchos, no bizarro critério de saldo qualificado.
Intervalo. O frio assolava a noite de Belo Horizonte. O clima de tensão tomava conta das arquibancadas do Mineirão. Os mais de 70 mil presentes morriam de tanta ansiedade.
O segundo tempo acabara de começar, e com 20 segundos de bola rolando saiu o gol do título: Paulo Roberto cruzou e Cleisson desferiu a cabeçada mortal! Gol do Cruzeiro. Raposa 2 a 1!
O restante da segunda etapa teve dois grandes personagens. O árbitro gaúcho Renato Marsiglia** prejudicou o Cruzeiro, ao deixar de marcar um pênalti claro. Além disso, o arqueiro gremista Eduardo Heuser, talvez se sentindo responsável pela derrota, fechava o gol, impedindo que o Cruzeiro aumentasse sua vantagem.
Aos 48, Marsiglia encerrou a partida. O Cruzeiro se sagrava, naquele instante, pela primeira vez, campeão da Copa do Brasil!
Examinemos toda a campanha celeste: 1 x 1 e 5 x 0 contra a Desportiva do Espírito Santo; 0 x 1 e 2 x 0 contra o Náutico de Pernambuco; 2 x 1 e 2 x 2 contra o São Paulo; 3 x 1 e 1 x 1 contra o Vasco da Gama; 0 x 0 e 2 x 1 contra o Grêmio. Com uma única derrota em toda a jornada, o Cruzeiro mereceu mesmo levantar a taça. Agora, o pensamento se volta para a Taça Libertadores da América de 1994.
PC
* Copa do Mundo de 1982, Brasil 2 x 1 URSS. Éder Aleixo fez um dos maiores golaços da história, mandando uma bomba de perna esquerda, de fora da área. O goleiro soviético, Rinat Dasaev, tido como o melhor do mundo na época, nem se mexeu.
** Nesta decisão, o mineiro Márcio Rezende de Freitas apitou o jogo no Rio Grande do Sul, enquanto o gaúcho Renato Marsiglia arbitrou a partida em Minas Gerais.
Relembrar um belo jogo, com vitòria e título do cruzeiro é tudo de bom!!!!!!
ResponderExcluirValeu
bjs
Carlos Miguel! huaihahuiahuhaiu
ResponderExcluirCruzeiro é tetracampeão da copa do brasil...isso eu invejo
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