quarta-feira, 24 de junho de 2009

Recordar é viver - Cruzeiro 2, Grêmio 1



Belo Horizonte, 3 de junho de 1993.

Amigos, o Mineirão recebeu 70.723 pagantes para a finalíssima da Copa do Brasil. Na partida de ida, Grêmio e Cruzeiro haviam empatado em 0 a 0 no Estádio Olímpico de Porto Alegre. Portanto, o vencedor da batalha de Belo Horizonte seria o campeão, levando o importante troféu para casa.

O técnico Pinheiro (ele mesmo, o ídolo do Fluminense) não contava com dois jogadores importantes do plantel cruzeirense: Luizinho estava suspenso e Boiadeiro servia a Seleção. Pinheiro acabou escalando o júnior Róbson na zaga e o veterano Éder Aleixo no meio-campo. O time celeste entrou em campo com Paulo César Borges; Paulo Roberto, Célio Lúcio, Róbson e Nonato; Ademir, Rogério Lage, Éder Aleixo e Cleisson; Edenilson e Roberto Gaúcho.

Já o Grêmio, comandado por Sérgio Cosme, foi escalado assim: Eduardo Heuser; Jackson, Paulão, Luciano e Dida; Pingo, Jamir, Juninho, Dener e Carlos Miguel; Gílson.

Antes de contar a história dos noventa minutos, cabe um parágrafo sobre um personagem da decisão: Éder Aleixo. Em fim de carreira, a bomba que derrubou Dasaev* era reserva da equipe celeste. Porém, foi escalado para a decisão, por causa da convocação de Boiadeiro para o escrete. Observem a peça que o destino pregou ao antigo craque da Seleção Brasileira e do Atlético Mineiro: jogar uma temporada no Cruzeiro! Justo ele, tão identificado com o maior rival da Raposa! Vejam só: Éder, o Canhão de Vespasiano, sequer quis posar na foto com os companheiros de time, para não ficar eternizado com a camisa do Cruzeiro! Esta bizarrice é algo patético e, ao mesmo tempo, sublime!

Vamos ao jogo. O atacante Roberto Gaúcho, que jogou mesmo com febre alta, abriu o placar aos 12 minutos, com imensa colaboração do goleiro Eduardo Heuser, que engoliu um autêntico e colossal frangaço. Cruzeiro 1 a 0.

O Grêmio empatou com Pingo, de cabeça, após uma cobrança de escanteio da direita, aos 25 minutos. 1 a 1 que dava o título aos gaúchos, no bizarro critério de saldo qualificado.

Intervalo. O frio assolava a noite de Belo Horizonte. O clima de tensão tomava conta das arquibancadas do Mineirão. Os mais de 70 mil presentes morriam de tanta ansiedade.

O segundo tempo acabara de começar, e com 20 segundos de bola rolando saiu o gol do título: Paulo Roberto cruzou e Cleisson desferiu a cabeçada mortal! Gol do Cruzeiro. Raposa 2 a 1!

O restante da segunda etapa teve dois grandes personagens. O árbitro gaúcho Renato Marsiglia** prejudicou o Cruzeiro, ao deixar de marcar um pênalti claro. Além disso, o arqueiro gremista Eduardo Heuser, talvez se sentindo responsável pela derrota, fechava o gol, impedindo que o Cruzeiro aumentasse sua vantagem.

Aos 48, Marsiglia encerrou a partida. O Cruzeiro se sagrava, naquele instante, pela primeira vez, campeão da Copa do Brasil!

Examinemos toda a campanha celeste: 1 x 1 e 5 x 0 contra a Desportiva do Espírito Santo; 0 x 1 e 2 x 0 contra o Náutico de Pernambuco; 2 x 1 e 2 x 2 contra o São Paulo; 3 x 1 e 1 x 1 contra o Vasco da Gama; 0 x 0 e 2 x 1 contra o Grêmio. Com uma única derrota em toda a jornada, o Cruzeiro mereceu mesmo levantar a taça. Agora, o pensamento se volta para a Taça Libertadores da América de 1994.

PC

* Copa do Mundo de 1982, Brasil 2 x 1 URSS. Éder Aleixo fez um dos maiores golaços da história, mandando uma bomba de perna esquerda, de fora da área. O goleiro soviético, Rinat Dasaev, tido como o melhor do mundo na época, nem se mexeu.

** Nesta decisão, o mineiro Márcio Rezende de Freitas apitou o jogo no Rio Grande do Sul, enquanto o gaúcho Renato Marsiglia arbitrou a partida em Minas Gerais.

3 comentários:

  1. Relembrar um belo jogo, com vitòria e título do cruzeiro é tudo de bom!!!!!!
    Valeu

    bjs

    ResponderExcluir
  2. Cruzeiro é tetracampeão da copa do brasil...isso eu invejo

    ResponderExcluir

Regras para postar comentários:

I. Os comentários devem se ater ao assunto do post, preferencialmente. Pense duas vezes antes de publicar um comentário fora do contexto.

II. Os comentários devem ser relevantes, isto é, devem acrescentar informação útil ao post ou ao debate em questão.

III. Os comentários devem ser sempre respeitosos. É terminantemente proibido debochar, ofender, insultar e/ou caluniar quaisquer pessoas e instituições.

IV. Os nomes dos clubes devem ser escritos sempre da maneira correta. Não serão tolerados apelidos pejorativos para as instituições, sejam quais forem.

V. Não é permitido pedir ou publicar números de telefone/Whatsapp, e-mails, redes sociais, etc.

VI. Respeitem a nossa bela Língua Portuguesa, e evitem escrever em CAIXA ALTA.

Os comentários que não respeitem as regras acima poderão ser excluídos ou não, a critério dos moderadores do blog.