Derrota em Floripa

Amigos, não se joga futebol para empatar. Em um campeonato por pontos corridos, o objetivo deve ser, sempre, a vitória. A vitória vale três pontos, e o empate apenas um. O empate é a semi-derrota dos dois clubes. Ambos ficam estacionados na tabela de classificação, enquanto os vencedores disparam na frente.

E o que fez o Fluminense hoje em Florianópolis, após os 40 minutos do segundo tempo, quando o jogo estava 2 a 2? Jogou para segurar o empate! Há quem argumente: "estávamos jogando fora de casa". Ao que eu respondo: o campeão será quem somar mais pontos. Não importa se a pontuação foi feita no Maracanã ou fora de casa. Há que se ganhar a maior quantidade possível de pontos, seja onde for.

Eu sei que, para tentar vencer, é necessário ousar, abrir espaços, e com isso eventualmente perde-se a partida. Mas acompanhem o meu raciocínio, que já explicitei aqui outra vez. Imaginemos que 9 dos 38 jogos cheguem empatados aos 30 do segundo tempo. Se a postura tricolor for a de segurar o empate, na melhor das hipóteses conseguiremos 9 empates e portanto 9 pontos. Se a postura for a que eu defendo - tentar a vitória a qualquer custo - certamente perderemos alguns jogos, para vencer outros. Se ganharmos 3 - só 3 - das 9 partidas, e perdermos as outras 6, ganharemos os mesmos 9 pontos. Porém, teremos 3 vitórias a mais - e o número de triunfos é o primeiro critério de desempate.

É por isso que eu repito: abomino o empate! Há ainda algo pior na tática de segurar o resultado igual: corre-se o risco de sofrer um gol e perder. Foi exatamente isso que aconteceu hoje. Não tentamos ganhar, e por isso perdemos. Recuamos, e sofremos um gol aos 48 minutos do segundo tempo. Quem recua chama o adversário para perto de sua própria meta. Convida-o a entrar, a penetrar a área, a chutar a gol. Só falta estender pateticamente um tapete vermelho de boas vindas.

De se exaltar na partida do Fluminense, o oportunismo de Fred, a raça de Conca, e só. Merece muitas críticas a desatenção da defesa, que sofreu dois gols em dois minutos no primeiro tempo, dificultando enormemente a partida.

Antes que eu me esqueça, o meu personagem do sábado é o volante Léo Gago, do Avaí. O seu gol me fez agonizar como um césar apunhalado. Mas foi uma pintura, um autêntico quadro de Goya. E, por isso, o seu autor merece ser elevado à ilustre condição de personagem da partida.

PC