Paris, 3 de junho de 2001.
Amigos, o jogo de hoje, na quadra central de Roland Garros, era para ter sido apenas mais um na caminhada de Gustavo Kuerten rumo ao tri. Afinal, o atual campeão enfrentou o desconhecido americano Michael Russell, por uma vaga nas quartas-de-final. Ninguém esperava muita resistência do tenista estadunidense, ninguém! E, no entanto, Russell provou que é um tenista monstruoso. Suou sangue, e foi um rival à altura do gênio Guga.
Gustavo Kuerten certamente lembrou-se de 1997. No ano de seu primeiro triunfo no saibro francês, era Kuerten o desconhecido. Hoje, ele enfrentou o desconhecido. Russell fez o papel do moleque Guga, contra o próprio Guga!
Logo no início, Russell partiu para cima, exibindo um tênis agressivo contra o número um do mundo. Kuerten tentava contra-atacar, mas não tinha sucesso: o primeiro set foi do americano, 6-3. No segundo set, o americano continuou com golpes firmes e devoluções precisas: 6-4, e dois sets a zero. Veio então o terceiro set: para Guga, era vencer ou voltar para o Brasil. Russell se aproveitou do nervosismo de Kuerten para quebrar-lhe o serviço. Após o oitavo game, o placar exibia: Russell 5, Kuerten 3. O saque era do americano, e Guga tinha que quebrá-lo. A obrigação de acertar torna as coisas muito mais difíceis para um atleta. Porém, após salvar um match point, Gustavo Kuerten conseguiu a quebra.
Vídeo do match point salvo por Gustavo Kuerten:
Depois disso, se deu a caminhada para a vitória. Com um jogo muito sólido, Guga venceu o terceiro set no tie-break: 7-6 (7-3). Empurrado pela torcida parisiense, que adotou Kuerten como se ele fosse um Napoleão Bonaparte, o brasileiro massacrou Russell nos dois sets seguintes, consumando a doce e santa virada: 6-3 e 6-1. Uma das maiores viradas da história do tênis profissional! Duzentos e quatro minutos: a batalha da quadra central durou exatamente três horas e vinte e quatro minutos. Foi o tempo de que Guga precisou para mostrar ao mundo que não desiste, demonstrando que tem uma força de superação inexcedível.
Após o fim da batalha, Gustavo Kuerten retribuiu o apoio da torcida francesa. Com a raquete, desenhou um coração no saibro da quadra. É mais que um simples caso de amor: trata-se de um caso de amor correspondido. A Russell, restaram os aplausos da massa, e as palavras do vencedor: "foi um rival à altura". Até nas palavras Guga foi perfeito.
Escuto que o espanhol Corretja vem bem. Mas não acredito nele. Depois de hoje, todo brasileiro tem ou deveria ter uma certeza profética: Gustavo Kuerten será tricampeão domingo. Nem Alex Corretja poderá evitar. Digo mais: nem mesmo os lendários Björn Borg e Ivan Lendl poderiam evitar. Será mais uma demonstração da força do homem brasileiro. Allez, Guga!
PC
Sites com descrições do jogaço:
ResponderExcluirhttp://guilhermefreitas.zip.net/arch2007-09-23_2007-09-29.html
http://esporte.uol.com.br/tenis/especiais/despedida_guga/grandes_jogos.jhtm
Esses adversários "fracos" podem ser perigosíssimos, vc não dá nada por eles, entra relaxado...eles entram na pilha, doidos pra aparecer, pra fazer a carreira decolar...é uma união de oportunismo e oportunidade.
ResponderExcluirTem que entrar ligado sempre!!!
/\
ResponderExcluir|| Nadal sabe mt bem