Fluminense garfado

Amigos, não foi por falta de aviso. A arbitragem de Marcelo de Lima Henrique foi, mais uma vez, desastrosa. Eu queria falar, ou melhor, escrever sobre futebol. Mas, infelizmente, não posso. Diante de mais de 80 mil testemunhas, o juiz-ladrão agiu, desde o primeiro segundo de jogo, para beneficiar o Flamengo e prejudicar o Fluminense.

Já nos primeiros dez minutos da etapa inicial, os jogadores rubro-negros desciam o sarrafo. Pareciam até os peruanos do Alianza Atlético, que o Fluminense enfrentou na quinta-feira. A diferença é que a arbitragem de quinta-feira era isenta, e o Alianza Atlético saiu com três expulsos. Já Marcelo de Lima Henrique só faltava vestir preto e vermelho. Aconteciam inversões frequentes de faltas, sempre favoráveis ao Flamengo. A aplicação de cartões era com dois pesos e duas medidas: os tricolores recebiam cartões amarelos em faltas bobas, os flamenguistas batiam sem punição.

Mesmo assim, o primeiro tempo foi tricolor. O Fluminense teve as melhores chances. Alan, em bola disputada, quase consegue encobrir Bruno. Adeílson também levava perigo, mas se atrapalhava na hora da finalização. Os ataques do Flamengo eram sempre parados por Digão, em grande tarde.

Mas veio o segundo tempo, e junto com ele a última pá de cal nas minhas esperanças de ver uma arbitragem isenta. O arqueiro rubro-negro Bruno sai mal do gol e derruba Digão, em um dos pênaltis mais escandalosos da história do Maracanã. O juiz-ladrão inverteu a falta, ou deu tiro de meta. Ali, tive a certeza da vitória rubro-negra. Os gols do Flamengo aconteceriam mais cedo ou mais tarde.

Não muito depois, Fabinho falhou, Zé Roberto roubou a bola, e achou Adriano, que fuzilou para o gol: Flamengo 1 a 0. Depois, após outra falha de Fabinho, Leonardo Moura lançou Adriano, que fez 2 a 0.

Outra medida da parcialidade do juiz-ladrão pode ser tirada pelos acréscimos dados: cinco minutos. Somente o lance da lesão de Alan interrompeu a partida por mais de seis minutos. Enfim, o público recorde do campeonato assistiu a (bem) menos tempo de futebol que deveria.

O que eu sinto nesse momento? Raiva? Não. Sinto pena. Pena do Flamengo, instituição centenária e gloriosa, que está se acostumando a vencer dessa forma. Pena dos rubro-negros que, cegos de paixão, não enxergam que seu clube é repetidamente beneficiado, especialmente por juízes cariocas. O Flamengo, que já foi tão grande, tão glorioso, tão espetacular, tão flamante, hoje se apequena, definha, e ilude sua massa.

Já prevejo alguns comentários de rubro-negros, do tipo "olha o chororô". Nada posso fazer quanto aos seus autores. Apenas mostro argumentos. Por exemplo, a lista de jogos do Flamengo apitados por Marcelo de Lima Henrique, com 7 vitórias, 1 empate e 1 derrota:

17/02/2007 - Flamengo 1 x 4 Madureira (Taça Guanabara)*

07/03/2007 - Flamengo 4 x 1 Madureira (final da Taça Guanabara)

16/09/2007 - Flamengo 1 x 1 Vasco (Campeonato Brasileiro)

24/02/2008 - Flamengo 2 x 1 Botafogo (final da Taça Guanabara)

19/10/2008 - Flamengo 1 x 0 Vasco (Campeonato Brasileiro)

09/11/2008 - Flamengo 1 x 0 Botafogo (Campeonato Brasileiro)

07/03/2009 - Flamengo 3 x 1 Cabofriense (Taça Rio)

12/04/2009 - Flamengo 1 x 0 Fluminense (semifinal da Taça Rio)

04/10/2009 - Flamengo 2 x 0 Fluminense (Campeonato Brasileiro)

* na única derrota da lista, o Flamengo jogou sob o calor de 40 graus em Moça Bonita, três dias depois de encarar a altitude de Potosí (Bolívia), em partida da Libertadores. O atacante Marcelo, inspirado, marcou os 4 gols do tricolor suburbano nesse jogo.

Aos tricolores: não desistam. Se vencermos o Corinthians na quarta-feira, voltaremos à briga. Vejo vocês no Estádio Mário Filho.

PC

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EDIÇÃO: resumo das atuações de Marcelo de Lima Henrique nos jogos do Flamengo:

17/02/2007 – Flamengo 1 x 4 Madureira (Taça Guanabara)

O Flamengo jogou sob um calor de mais de 40 graus em Moça Bonita, três dias depois de ter jogado na altitude em Potosí, na Bolívia. Nessa partida, dois jogadores receberam cartão amarelo, coincidentemente os dois do Madureira.

07/03/2007 – Flamengo 4 x 1 Madureira (decisão da Taça Guanabara)

Sete cartões amarelos (quatro para o Madureira), mais um pênalti a favor do Flamengo.

16/09/2007 - Flamengo 1 x 1 Vasco (Campeonato Brasileiro)

Sete cartões amarelos (cinco para o Vasco).

24/02/2008 – Flamengo 2 x 1 Botafogo (decisão da Taça Guanabara)

Nove cartões amarelos (quatro para o Botafogo), três vermelhos (dois para o Botafogo), mais um pênalti a favor do Flamengo.

19/10/2008 – Flamengo 1 x 0 Vasco (Campeonato Brasileiro)

Cinco cartões amarelos (três para o Vasco), um vermelho para o Flamengo e um pênalti não marcado a favor do Vasco aos 42 minutos do segundo tempo.

09/11/2008 – Flamengo 1 x 0 Botafogo (Campeonato Brasileiro)

Seis cartões amarelos (quatro para o Botafogo) e um vermelho para o Flamengo. O gol foi feito de pênalti discutível aos 38 minutos do segundo tempo. No primeiro tempo, não marcou pênalti claro do goleiro rubro-negro Bruno no atacante Jorge Henrique.

07/03/2009 – Flamengo 3 x 1 Cabofriense (Taça Rio)

Quatro cartões amarelos para cada time.

12/04/2009 – Flamengo 1 x 0 Fluminense (semifinal da Taça Rio)

Nove cartões amarelos (sete, isso mesmo, sete para o Flu).

04/10/2009 – Flamengo 2 x 0 Fluminense (Campeonato Brasileiro)

Três cartões amarelos (um para o Flu, dois para o Fla). No início da segunda etapa, deixou de marcar um pênalti claro do goleiro Bruno no zagueiro Digão, quando o jogo ainda estava 0×0.

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EDIÇÃO: citações a esse post:

- Falhas fatais (Flusócio - comentários).

- Nós já tínhamos alertado (Flusócio - texto).

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PERGUNTA FINAL: você acha o retrospecto do Flamengo com Marcelo de Lima Henrique normal?