Amigos, leiam o comentário do amigo
Lopezz, postado aqui neste blog ontem:
"Me deu pena quando uma família, com crianças pequenas, veio me perguntar onde estavam vendendo ingresso. Partiu meu coração dizer a eles que a FFERJ simplesmente decidiu não vender mais no dia, e eles não poderiam assistir ao jogo."
Para quem não sabe, as autoridades decidiram que não haverá venda de ingressos no Maracanã, no dia da realização do jogo. Somente outros pontos da cidade venderiam bilhetes (sedes de Fluminense, Flamengo, Vasco e São Cristóvão). Este escriba gostaria de saber a justificativa para a implantação desta medida em um jogo como o de ontem, com chances mínimas de ocorrência de tumultos.
Como sempre faço, comprei minha entrada com antecedência. Ontem, no meu trajeto para o Maracanã, passei por Laranjeiras. A venda na sede do Fluminense se encerraria às 15:00, e eu passei ali às 14:50. Logo percebi o tamanho da encrenca: a fila começava na rua Pinheiro Machado, contornava a esquina, e ia longe na rua Álvaro Chaves. Evidentemente, aquela fila não se dissiparia antes do começo do jogo, marcado para as 16:00. Detalhe importante: sendo bem rápido e sortudo, o cidadão ainda demoraria uns bons 20 minutos para chegar ao Maracanã a partir dali.
O resultado dessa medida irracional é óbvio: milhares de torcedores desistiram de ir ao estádio, e menos níqueis entraram nos já combalidos cofres do Fluminense. Outros milhares chegaram atrasados, perdendo parte do espetáculo, porque tiveram que encarar duas horas de uma fila desproporcional em Laranjeiras.
Fila, fila, fila. Sim, fila. Estamos no ano de 2010. Temos internet, telefone, e outras comodidades mil. Mas os dirigentes do nosso futebol acham que devem continuar vendendo ingressos como faziam na década de 60. Os clubes acham que os seus clientes devem permanecer duas horas em pé, sob sol causticante, na calçada.
O processo de venda ainda sofre com outros problemas graves. Até a manhã de terça-feira, clientes com Itaucard tinham o direito à meia-entrada, de acordo com um convênio entre o banco e o clube. Porém, a partir da tarde de terça, o Itaucard deixou de ser aceito como forma de pagamento. O torcedor que pedia explicações era ignorado.
E os "sócios-torcedores" do Fluminense? Para evitar filas, poderíamos utilizar o Passaporte Tricolor, correto? Apesar de o contrato
não ser benéfico para o Fluminense (
nem para o torcedor), a idéia do projeto é muito boa. Porém, o sócio-torcedor que ligou para o Fluminense nos últimos dias teve uma surpresa: seu Passaporte Tricolor não funcionaria para os primeiros jogos do ano, mesmo que o boleto estivesse pago. Inacreditável!
E os sócios do Fluminense? E nós que pagamos 90 reais mensais? Até o ano passado, tínhamos o direito de adquirir uma meia-entrada (isso mesmo, adquirir, comprar, pagando além da mensalidade do clube). O sócio também teve a sua surpresa: o direito à aquisição da meia-entrada de sócio também estava suspenso. Um sócio que quisesse assistir ao jogo do seu clube precisaria desembolsar 30 reais por uma cadeira, ou 40 reais por uma arquibancada. Se for levar a família, o programa passará a custar quase tão caro quanto uma viagem. É assim que o Fluminense trata seus clientes.
Citei os preços no último parágrafo, e vale repetir: 30 reais para as cadeiras, 40 reais para as arquibancadas (50 reais nas brancas). Verifica-se um aumento de mais de 30% em relação ao ano passado, aumento este muito acima da inflação. O jogo de ontem não era nenhuma semifinal continental, que atrairia multidões. O serviço do Maracanã continua o mesmo: precaríssimo. Poucas vagas no estacionamento, banheiros imundos, arquibancadas sujas, alimentos ruins e caros, a latinha de refrigerante custando 4 reais. Aliás, o serviço piorou, pois as filas aumentaram. O que justifica o aumento abusivo do preço do ingresso?
Por último, mas não menos importante: jogo às 4 da tarde, em janeiro? (Com o agravante do horário de verão, isto é, sol de 3 da tarde.) Isto é um grande desrespeito não só com os torcedores, mas também com os atletas.
Queremos mesmo sediar Copa do Mundo e Olimpíadas?
PC
Que honra aparecer num texto seu, PC! Só não foi maior a honra pq, infelizmente, meu comentário foi o retrato de uma situação muito triste e lamentável, causada por uma medida arbitrária e nem um pouco estudada. Mas enfim. Parece que agora os ingressos de jogos contra times pequenos poderão ser vendidos no dia novamente (saiu na rádio globo) mas ainda n é confirmado, acho. Muito bom o texto, como sempre! Vlw!
ResponderExcluirArrebentando como sempre PC, belo texto. Pegou no ponto. Ontem mesmo no Maracanã eu voltei pra casa com minha camisa branca suja. Sem contar a coca cola quente que comprei, por 4 reais! Isso é um absurdo. E a palhaçada da SUDERJ também... é lamentável o futebol do rio hoje em dia. VENCE O FLUMINENSE!
ResponderExcluirST
Vender ingresso seria algo bem tranqüilo, aqui perto de casa tem um clube e quanto tem shows grandes lá os ingressos são vendidos na bilheteria do clube e nas lojas South e Banco de Areia, como tem essas lojas em tudo que é lugar e os ingressos são vendidos com bastante antecedência ninguém enfrenta fila pra comprar, nem mesmo os que deixa pra cima da hora.
ResponderExcluirOu seja, uma solução simples, nem envolveu vendas pela internet.
Seguindo o mesmo raciocino, o Fluminense poderia fazer uma parceria com o Itau (ou outro banco que tenha muitas agências espalhadas pela cidade) e vender os ingresso também nas agências. É uma solução simples e que pode ser implementada.
Ainda bem que já voltaram atrás quanto à não venda dos ingressos no dia do jogo contra os pequenos.
ResponderExcluirQuanto à venda dos ingressos antecipados, deveríamos olhar o exemplo do co-irmão da estrela solitária. O Botafogo tem vários postos de venda espalhados pelo estado do Rio.
Pc,
ResponderExcluirBelo relato, mas o problema não é a proibição da venda nos dias dos jogos e sim todo o sistema de vendas.
Os clubes ficam se fazendo de vítima ao invés de oferecerem um serviço melhor ao torcedor.
Escrevi sobre isso no meu blog: www.estadiosearenas.com.br