Amigos,
Publico hoje um pedacinho do excelente trabalho que vem sendo realizado pelo pessoal do Fluminense Eterno Amor (FEA). Antes de mais nada, convido o leitor a se cadastrar no site e conhecê-lo, porque vale a pena. Trata-se de um dos melhores fóruns tricolores na internet.
O FEA entrevistou, na sede do Fluminense, o pré-candidato à presidência do clube Rodrigo Nascimento.
Presentes pelo FEA os administradores do site, Eugênio Castro, Adriana Oliveira e Eduardo Más, além dos associados Alcides Bela Cruz de Barros e André Kolblinger White.
Rodrigo Nascimento (RN) veio acompanhado de um de seus assessores de campanha, Nestor Bessa.
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APRESENTAÇÃO DO PRÉ-CANDIDATO
Rodrigo José Nascimento, casado, dois filhos, empresário do ramo editorial, ex-diretor de futsal na gestão de Roberto Horcades (2005 e 2006) e sócio do Fluminense desde 1998.
FEA – Vamos direto a um ponto que é de extrema relevância na gestão do FFC. O que você acha do atual modelo de gestão do clube como um todo?
RN – Infelizmente hoje não há gestão. Pretendo fazer a separação, tanto física quanto administrativa, do clube social/olímpico do futebol. Essa separação já se iniciaria no primeiro dia de trabalho caso venha a ser eleito. As receitas e despesas devem ser separadas e geridas de forma independente, os departamentos se tornarão unidades de negócio.
FEA – Qual deve ser o perfil do futebol profissional do Fluminense?
RN – Defendo a existência de uma comissão técnica permanente, pois ela trará benefícios a médio e longo prazo. Independente da manutenção de técnicos, manter a estrutura de treinamento é fundamental. Veja o exemplo do São Paulo, o Muricy saiu, levou seu auxiliar, mas toda a comissão técnica permaneceu no São Paulo.
A função de observador técnico é de grande importância e este profissional fará parte da comissão técnica permanente. É fundamental que tenhamos um banco de dados com as características dos atletas que estão no mercado. Não podemos mais contratar jogadores e esperar, na sorte, para saber se darão certo ou não, isso não pode existir.
FEA – Outro ponto muito importante e delicado, atualmente no FFC é a relação com seu patrocinador. Como você a analisa atualmente e como pensa realizar esta relação CLUBE x PATROCINADOR, caso seja eleito?
RN – Entendo que o Fluminense não existe nessa relação, melhor dizendo, não é considerado nela. Isso ocorre porque o FFC abriu mão de sua soberania no momento que foi incapaz de conduzir, de forma eficiente e profissional, o departamento de futebol.
Penso que o patrocínio da Unimed é muito importante para a continuidade do trabalho, mas que esta relação precisa ser reconstruída. O FFC tem que estar à frente das decisões, mas para isso precisa ter profissionais capacitados e comprometidos com o processo de mudança.
Em minha opinião, os cargos de vice-presidente de futebol, que não é remunerado, e de coordenador de futebol, são vitais e hoje não temos pessoas competentes nessas posições. Temos um vice de futebol, amador por força do estatuto, que é uma figura meramente ilustrativa e além de não ser atuante, pouco conhece do assunto. A coordenação de futebol depois de um desacerto com a contratação do Alexandre Faria, retornamos com o Branco para a função, profissional que tenho muitas restrições quanto à condução de seu trabalho.
A meu ver é a figura do coordenador que dá credibilidade ao futebol de um clube e meu nome para esta função seria o Parreira, pois além de ter um vasto conhecimento é um profissional respeitado no cenário mundial. Acredito que ele poderia abrir muitas portas ao Fluminense, mas o clube o contratou para a função de técnico, não deu certo, e agora ele saiu, será que vai querer voltar? Vamos ver...
FEA – Todos sabem que as dívidas do clube alcançam um valor insuportável e estão principalmente nas áreas trabalhista e fiscal. Como reverter este quadro?
RN – Realmente o quadro é péssimo. É fundamental que desde o primeiro dia de trabalho já possamos contar com profissionais capacitados e comprometidos com o processo de mudança. Algumas pessoas já foram sondadas e outras já estão estudando a melhor forma de conviver e reduzir essa dívida em longo prazo. Vamos, em um primeiro momento, fazer todo o possível para que o clube possa tirar suas certidões negativas de débito, coisa que hoje não é possível. Parte da dívida fiscal está “equacionada” ao Timemania e para as dívidas trabalhistas seria fundamental retornarmos ao Ato Trabalhista. Acredito que seja viável tal retorno.
FEA – Vamos falar um pouco dos Esportes Olímpicos. Quantos esportes olímpicos você pretende manter no FFC?
RN – O Fluminense tem a característica singular de revelar grandes talentos em todas as modalidades, seria uma loucura acabar com determinadas modalidades, portanto pretendo tratá-las de maneira individual, cada qual gerando suas receitas e suprindo suas despesas. Aquelas modalidades que apresentarem rendimento acima da média, despontando atletas em maior número, com possibilidades reais de participar bem de competições teriam, por parte do clube, um tratamento diferenciado na busca, inclusive, de outros patrocínios. Inclusive, algumas modalidades olímpicas apresentaram, recentemente, projetos ao Ministério do Esporte e foram contempladas com os benefícios da lei de incentivo ao esporte. Por falta das certidões, que abordamos anteriormente, o clube não consegue lançar mão dos recursos que já foram obtidos. Esses recursos, além de beneficiar a modalidade em questão, desonerariam significativamente o clube de valores que ele estaria repassando para tal modalidade.
FEA – Como você avalia o trabalho até então realizado pelo setor de marketing do Fluminense?
RN – Hoje não há um trabalho de marketing que deva ser considerado. Nossas ações de marketing são bisonhas. Nossa torcida é enorme e apaixonada. Temos que explorar este grande potencial. Só para termos uma noção, hoje o Fluminense está abaixo do Santos no patamar de valores a serem pagos a título de cotas de TV aberta. Isso é um absurdo! Nossa torcida está concentrada nas classes A, B e C, somos consumidores em potencial e é isso que o anunciante quer. Expor o produto e ter retorno da publicidade feita.
FEA – Falando sobre o CT para o futebol, qual seria o local adequado para o FFC montar sua estrutura?
RN – Não temos muitas opções, principalmente pela falta de recursos. Acredito que com algum investimento possamos adequar Xerém as nossas necessidades. Lá há um hotel que pode ser remodelado e espaço suficiente para construirmos tudo o que o futebol profissional precisa. Sabemos que alguns jogadores não querem treinar em Xerém devido à distância, mas isso não deve ser levado em conta, pois os jogadores do São Paulo, por exemplo, deixam seu carro no Morumbi e pegam um ônibus do clube e vão treinar na Barra Funda. Isso quem decide é a Coordenação de Futebol, não os jogadores.
FEA – Quais seus planos para o modelo de gerir as divisões de base?
RN – Uma das idéias é a criação de uma fundação na qual o Fluminense teria 49% de participação e os sócios do clube (pessoa física), poderiam investir com pequenas cotas, criando assim um fundo. Esse fundo teria a função de administrar a carreira do atleta e dando, na medida do possível, respaldo para a família. Essa fundação passaria a ter a função empresarial do atleta e seria gerida dentro dos interesses do clube. Hoje, os empresários dos atletas, na hora da renovação, pedem porcentagem do passe do jogador para renovar ou fazer o primeiro contrato. No nosso modelo, somente quando o atleta fosse negociado, dentro do interesse do clube, parte do que foi obtido seria para remunerar o investimento feito pelo clube e pelos associados. Isso renderia um bom caixa para suprir todas as necessidades para formação de um atleta e faria do sócio um investidor, que teria seu investimento de volta de maneira proporcional, na ocasião da venda do jogador. Cada sócio teria uma cota máxima de investimento, evitando assim que o clube deixe de ser o detentor da maioria das cotas. Essa proposta, a meu ver, diminuiria a ação dos empresários.
FEA – Sempre vimos questionamentos de tricolores a respeito do fato de o sócio-torcedor não ter direito de votar. Tem como modificar isso?
RN – Não há como alterar o formato do sócio-torcedor sem passar por uma mudança no Estatuto do clube. Podemos pensar em algumas vantagens, como preferência e desconto na compra de ingressos, mas direito a voto, no momento, é impossível.
FEA – Você pretende criar o museu do Fluminense?
RN – É claro, uma parte da história do clube hoje está ali naquela sala úmida (sala de troféus), muita coisa encaixotada, não há respeito a nossa história. Pretendo transformar o prédio principal, essa sala de leitura, rol de entrada do prédio, restaurante, enfim boa parte desse prédio em um grande museu do FFC, inclusive nossa idéia é dar vida ao projeto desenvolvido pelo amigo Gustavo Marins e que vale frisar, foi oferecido para a atual administração. O Flumemória tem que ser preservado. Hoje dispomos de um acervo espetacular de fotos, vídeos, matérias de jornal e diversas outras informações que estão se perdendo, aos poucos, pelo péssimo estado de preservação.
FEA – Há várias discussões sobre o que se fazer com o campo de futebol das Laranjeiras, arquibancadas, enfim, qual seu projeto nesse sentido?
RN – Temos sim algumas coisas em mente, mas qualquer medida deve passar por um plebiscito entre os associados do clube.
FEA – Existe a possibilidade de uma aliança sua com Peter Siemsen?
RN – Olha, eu e Peter temos conversado, mas por enquanto ainda não decidimos nada. Entre os atuais pré-candidatos, é o único a quem me aliaria.
Rodrigo Nascimento finalizou o bate-papo, agradecendo a oportunidade, se colocou a disposição para outros encontros e prometeu se eleito, muito comprometimento com sua missão, trazendo pessoas competentes e experientes para os cargos do clube, objetivando recuperar o clube e a auto-estima da torcida tricolor.
não entendo bulhufas de administração/politica,as idéias parecem boas,mas no discurso é tudo tão bonito,quero ver na hora de por a mão na massa,tenho um pé atrás com todos os candidatos
ResponderExcluirobs:farei o possivel pra convencer minha mãe e me botar de sócio,torçam por mim ^^
Minha única resalva é o ponto em que ele se esquiva sobre o voto do sócio torcedor. Mas isso pode se justificar pelo poder que seria dado a torcida longe do ambiente político do clube. Atualmente é impossível tal mudança mas mudar um estatuto "de dentro" não é nenhum bicho de sete cabeças.
ResponderExcluirA questão é que este tipo de coisa (voto de torcedor) demanda uma mudança no estatuto, o que só pode ser feito por maioria do conselho deliberativo ( não tenho certeza se maioria simples ou 2/3). Sendoque metade do conselho ( 150 de 300) é formada por membros natos.....Temos muito trabalho pela frente.
ResponderExcluirRepercussão no orkut: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=28077&tid=5372126380664820950
ResponderExcluirAndré, eu concordo com você sobre o trabalho político longo. A questão é dizer que é impossível no momento. Por momento eu entendo no momento em que ele assumir a presidência, caso eleito. Quanto ao número de votos necessários para a mudança o próprio estatuto deve versar a respeito disso.
ResponderExcluirGostei principalmente da ação anti-empresários nas divisões de base. Essa corja tem que ficar longe de nossos talentos.
ResponderExcluirO mais importante é que o Rodrigo Nascimento e o Peter são sérios e , provavelmente, vão estar juntos nas eleições.
ResponderExcluirE agradeço a vc, PC, pela divulgação da entrevista.
ST
Não precisa agradecer, Eugenio. :)
ResponderExcluirRepercussão do post no fórum do Torcida Tricolor: http://www.torcidatricolor.com.br/phorum/read.php?2,6076