Atleta: César Martins de Oliveira.
Nascimento: 13/04/1956, em São João da Barra/RJ.
Jogo: Grêmio 2 x 1 Peñarol (decisão da Taça Libertadores da América de 1983).
Local: Estádio Olímpico Monumental, Porto Alegre/RS.
Data: 28/07/1983.
Fantástica descrição do gol, por Eduardo Bueno, o Peninha:
"A coisa toda se passou em sete mágicos segundos: aos 31min53s, Renato está encurralado junto à linha lateral. Tem a bola e a bandeirinha de escanteio à sua frente e dois cães de caça vestidos de amarelo e preto rosnando em sua cola; aos 31min54s, o ponteiro encosta o bico da chuteira na bola e lembra de sua obstinação desde os tempos em que era padeiro em Bento Gonçalves; aos 31min55s, quase de costas para o campo e de frente para a torcida, Renato sente uma luz divina percorrendo suas pernas e levanta a bola para si mesmo, desafiando o espaço e a lei da gravidade; aos 31m56s, com a precisão geométrica de um arquiteto, ele consegue cruzar de puxeta uma bola impossível para a área do Penharol; aos 31min57s, Fernandez ainda não se deu conta do lance de gênio.
A quase quarenta metros dali, o centroavante César arranca leivas da grama e move seus músculos em direção ao nirvana; aos 31min58s, Fernandez percebe que a bola vem na direção da área. Pressente que é tarde para esboçar a defesa, mas tenta movimentar cada nervo de seu corpo. Em vão, pois, aos 31min59s, a bola já está a milímetros da cabeça de César. O atacante arregala os olhos, se joga no espaço como um astronauta, desafiando a física, a lógica, a métrica, a retórica, a gramática, e encontra a pelota à feição, impulsionando-a, de peixinho, para as redes. Ele nem vê ela entrar. Ao levantar-se da grama molhada, coração disparado, sorriso nos lábios, arrepio em toda a pele, já está escutando o estrondo do tamanho da América que toma conta do Olímpico. Ave, César!"
(trecho do livro "Grêmio: nada pode ser maior")
Na comemoração dos 25 anos da conquista, herói do título reclamou da torcida gremista, que supostamente o teria esquecido. "O Grêmio lembrou de mim, mas o torcedor tem memória curta. Jogador só é lembrado quando está em cima", declarou.
Anos antes disso, no dia 5 de abril de 1995, aconteceu um episódio curioso: o alto-falante do Olímpico anunciou a morte de César, e foi respeitado um minuto de silêncio no estádio. Ele estava em Belém/PA, vivíssimo, e começou a receber os telefonemas de amigos dando-lhe os irônicos pêsames.
César não possui dúvida quanto ao gol do título: "foi o melhor momento da minha carreira".
PC
Peninha é genial!
ResponderExcluir"César não é um nome, é um título"
"...aRRRanca leivasss de grama..."
Eu sinto um arrepio por todo o corpo quando ouço esse "GOOOL" e vejo o peixinho do César. Isso sem contar, é claro, na comemoração que ficou gravada pra sempre na mente de qqualquer gremista:
ResponderExcluir"Eu disse que acreditassem, eu pedi que acreditassem, eu NUNCA deixei de acreditar que o Grêmio seria Campeão da América; HOJE, ESTA NOITE, em Porto Alegre"
Arrepios e mais arrepios!