Esboço de sorriso

Amigos, foi um Fla-Flu eletrizante, dramático, cardíaco, épico, sensacional, e internacional. Em suma: o Fla-Flu foi Fla-Flu. Diria mais: poucas vezes um Fla-Flu foi tão Fla-Flu.

Uma pena que o público tenha sido tão decepcionante, dos dois lados. No total, havia apenas 12.278 presentes: isso não é público de Fla-Flu. Uma pena que a imprensa esportiva carioca não mais promova o Fla-Flu, como fazia antigamente. Uma pena que não haja mais Nelson's e Mário's, mas apenas Renato's e Fernando's. Uma pena, uma pena!

Antes de começar, abro um parêntese para elogiar a impecável arbitragem do chileno Carlos Chandía. Acertou no lance do pênalti, acertou nas expulsões dos rubro-negros, acertou na anulação do gol do Fluminense, e acertou também ao dar seis minutos de acréscimo no segundo tempo, punindo assim a cera do Fluminense. Nota dez para ele, e fecha o parêntese.

Abro outro parêntese, dessa vez para criticar o regulamento do saldo qualificado. Já é injusto quando os jogos são em locais diferentes; quando as batalhas são no mesmo estádio, aí mesmo é que não faz sentido algum. Fecha o segundo parêntese.

Vamos falar do jogo, que é o importante. O Fluminense escolheu jogar nos contra-ataques, já que o regulamento lhe beneficiava com o direito do empate. Ao Flamengo, restava atacar. As chances apareciam dos dois lados, mas os goleiros Rafael e Bruno davam conta do recado.

No instante derradeiro do primeiro tempo, Kieza é derrubado por Ronaldo Angelim dentro da área. Pênalti convertido por Roni, o camisa dez tricolor. E fomos para o intervalo com Fluminense 1 a 0.

O Flamengo voltou do intervalo precisando virar a partida, e assim lançou-se todo para o ataque. Em chute de Dênis Marques, a bola sofreu dois desvios e foi parar no ângulo dos arcos defendidos por Rafael, que nada pôde fazer. Era o empate rubro-negro: Flamengo 1, Fluminense 1.

O Flamengo ainda necessitava de um gol, e assim continuou atacando. Porém, deixava espaços para os perigosos contra-ataques tricolores. Em dois deles, o gol do Fluminense sairia, mas os rubro-negros optaram por parar os lances, em troca dos cartões vermelhos. Primeiro David e depois Fierro foram corretamente expulsos por Chandía.

Aos 51 minutos do segundo tempo, veio o apito final. E a torcida tricolor pôde comemorar a doce e santa classificação. Por instantes, nos esquecemos da lanterninha do Brasileirão, e pudemos vibrar com a eliminação do Flamengo.

O adversário do Fluminense sai do confronto entre Alianza Atlético de Sullana, do Peru, e Deportivo Anzoátegui, da Venezuela. Ainda faltam oito jogos para o feliz encontro, mas a Copa Sul-Americana já esboça um sorriso, com a possibilidade de envelhecer para sempre na Rua Álvaro Chaves. (Nas minhas crônicas, as taças sorriem.)

Domingo, tem milagre na Baixada Santista. Já começou hoje, com as três suspensões de jogadores do Santos. Gravatinha avisa que estará na Vila Belmiro.

PC

Melhores momentos:

Ficha técnica: Flamengo 1 x 1 Fluminense - Copa Sul-Americana

Local: Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro.

Data: 26/08/2009.

Fluminense: Rafael, Ruy, Cássio, Luiz Alberto e João Paulo; Fabinho, Diguinho (Marquinho), Diogo e Conca (Alan); Roni e Kieza (Raphael Augusto). Técnico: Renato Gaúcho.

Flamengo: Bruno, Fierro, David, Ronaldo Angelim e Everton; Airton, Willians, Lenon e Petkovic (Camacho); Dênis Marques e Emerson (Zé Roberto). Técnico: Andrade.

Árbitro: Carlos Chandia (CHI).

Auxiliares: Lorenzo Acuña (CHI) e Cristian Julio (CHI).

Gols: Roni, aos 45'/1T (1-0) e Dênis Marques, aos 15'/2T (1-1).

Cartões amarelos: Willians, Airton, David (FLA); João Paulo, Luiz Alberto (FLU).

Cartões vermelhos: Fierro e David (FLA).

Público: 10.539 pagantes / 12.278 presentes.

Renda: R$ 133.228,00.