Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo. |
Há dez dias, logo antes de o Fluminense iniciar a sequência de clássicos contra Cruzeiro, Flamengo e Botafogo, perguntei no Twitter se o treinador Eduardo Baptista deveria ser demitido. Mesmo com 63% dos tricolores já apoiando a dispensa na ocasião, escrevi aqui o post 5 razões pelas quais o Fluminense NÃO deveria demitir Eduardo Baptista (opinião que ainda mantenho - caso o leitor queira entender meu posicionamento, clique e leia o post).
Após os clássicos, com uma vitória por 4 a 3 sobre o Cruzeiro no Mineirão, uma derrota por 2 a 1 para o Flamengo no Mané Garrincha e uma derrota por 2 a 0 para o Botafogo no Kléber Andrade, repeti a enquete no Twitter, e o apoio à demissão já beira os 90%:
Repetindo a enquete após os clássicos: o Fluminense deveria demitir Eduardo Baptista?— PC Filho ★★★★ (@pcfilho) February 25, 2016
Bom, além das cinco razões que já expus na semana passada, acrescentarei mais uma agora: mesmo que o treinador do Fluminense fosse um esquimó que nunca viu uma partida de futebol na vida, este não seria o principal problema tricolor hoje.
O Fluminense precisa de uma mudança generalizada de pensamento. E eu não escrevo isso me aproveitando dos últimos três anos de insucessos: já defendo a refundação do Fluminense desde o período em que estávamos no topo do futebol nacional, quando levantamos dois Campeonatos Brasileiros em três anos. Já ali, quando tínhamos o melhor time do país, eu alertava para a necessidade de o Tricolor se reinventar. Então, não posso, de forma alguma, ser acusado de oportunista.
Vejam só: nosso time profissional treina em um local cuja última reforma de fato aconteceu há 94 anos; nossa dívida total é estimada em meio bilhão de reais; nosso contrato de televisão nos relega ao terceiro escalão do futebol brasileiro, a despeito de sermos indiscutivelmente uma das cinco maiores potências dos últimos anos; trocamos de treinador a cada cinco meses; nossos elencos são montados sem critério, de modo que já em fevereiro a improvisação de nosso melhor apoiador na lateral nos parece uma opção defensável; não sabemos sequer em que estádio atuaremos como mandantes nos próximos sete meses, apesar de esta situação ter sido absolutamente previsível; não temos um patrocinador para o espaço mais valioso da camisa; enfim, eu poderia continuar listando nossos dramas por páginas e mais páginas.
Algum tricolor em sã consciência realmente acredita que nosso problema é somente Eduardo Baptista? Que a troca do treinador nos fará favoritos a alguma coisa? Que este time passará a jogar por música? Nem com Guardiola, amigos, nem com Guardiola em carne, osso e cérebro no comando técnico do plantel.
Querem uma mudança que seria 10 vezes mais efetiva que a demissão de Eduardo Baptista? As cartas de renúncia dos principais responsáveis pelo caos tricolor, a começar por Peter Siemsen, o presidente reeleito em meio a uma campanha de rebaixamento em 2013, a terminar por Mário Bittencourt, o advogado que também faz as vezes de vice-presidente de futebol, em um evidente conflito de interesses. Infelizmente, não vai acontecer.
Querem pedir a demissão de Eduardo Baptista, incentivando esta bizarra ciranda de treinadores do Fluminense, o clube que mais troca de técnico no mundo? Peçam, é direito inalienável de todo torcedor, e não serei eu a impedi-los.
Só não me peçam para acreditar que isto melhorará o Fluminense de alguma forma, porque estou convicto de que isto não ocorrerá. E o mais provável é que, daqui a cinco meses, estaremos aqui novamente discutindo se o sucessor de Eduardo Baptista deveria ou não ser demitido.
PCFilho
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