Resenha: Tricolor 2 x 0 Grêmio

Amigos, o Fluminense de Muricy joga com alma de campeão: não há bola perdida para o onze tricolor. O resultado se vê ao final de cada batalha: lá estão as camisas, todas úmidas de um suor épico.

As Laranjeiras, de Marcos de Mendonça, de Batatais, de Castilho, de Félix, de Paulo Victor, quem diria, não conseguiam encontrar um goleiro. Fernando Henrique e Rafael revezavam, um falhando após o outro. Ninguém enxergava uma solução, ninguém. Até que surge das sombras Ricardo Berna. Ele entra no time titular, e os arcos tricolores se transformam em uma muralha intransponível, uma bastilha inexpugnável. Era o que faltava para o Fluminense voltar a vencer.

Foi uma das grandes noites do Estádio Olímpico João Havelange. Durante a quinta-feira, a legião pó-de-arroz teve o sentimento do triunfo. Aconteceu então o seguinte: quinze mil fanáticos, dispostos a vencer ou perecer, caminharam a passos firmes rumo ao Engenho de Dentro. E estava escrito, há sessenta séculos, que a fantástica multidão só sairia de lá com uma vitória monumental.

O triunfo teve, em campo, seu herói: Darío Leonardo Conca. O argentino é um gigante de um metro e sessenta e sete, amigos. O chute do primeiro gol foi uma obra de arte, uma bomba inapelável. Haviam transcorrido dezenove minutos de batalha, quando Conca recebeu, girou, e bateu, de fora da área, no ângulo. Era o gol que abria a porteira do Grêmio: Fluminense 1 a 0.

No segundo tempo, o Grêmio de Renato foi obrigado a se lançar todo ao ataque, expondo seus defensores. O Fluminense, entretanto, não conseguia encaixar o contra-golpe fatal. Eram muitos erros de passe, muita afobação. Sobrava disposição, faltava calma.

Quando Conca achou Washington, o segundo gol se desenhou. O goleiro Victor aguardava uma finalização forte, mas Washington chutou de leve, rasteirinha. A bola passa pelo arqueiro, mas não tem a direção do gol, vai sair pela linha de fundo. Não, não vai sair pela linha de fundo. Lá estava Conca, para empurrar a pelota para as redes: Fluminense 2 a 0.

Era a vitória, era a liderança consolidada. Faltam seis jornadas para o fim do Campeonato Brasileiro, e o Fluminense está na ponta. O tri é uma obsessão: lutaremos por ele até a última gota de suor.

A taça sorri.

O Profeta continua em sua úmida caverna, coçando sua longa barba branca. Sobre seus ombros, pende uma bela manta branca. Ele calmamente repete seu vaticínio: "Fluminense campeão! Fluminense campeão!".

PC