segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Eleição do Fluminense: quem ganhou, quem perdeu



Após a abertura das urnas e a retumbante vitória de Peter Siemsen, seguem abaixo as nossas impressões sobre o pleito, seu resultado, suas causas e seus efeitos.

Vitoriosos:

- Peter Siemsen: no plano pessoal, Peter consolida a realização do seu sonho de ser Presidente do seu clube de coração com uma segunda vitória ainda mais estrondosa que a primeira em 2010. Do ponto de vista administrativo, é uma segunda chance de realizar pelo menos algumas de suas promessas da primeira campanha. Se neste primeiro mandato Peter podia culpar a "herança maldita", a partir de agora a conversa tem que mudar. É hora de realizar.

- Flusócio: o grupo político Flusócio mostrou coesão e conseguiu arregimentar forças para dar o capote. Irá junto com Peter para o segundo mandato com ainda mais força que no primeiro e deve ampliar sua fatia no espólio pós-campanha.

- Deley: indiscutivelmente, correu para não chegar. Deley aproveitou o vácuo deixado pela oposição e juntou o útil ao mais útil ainda. Vinculou seu nome ao clube ainda mais e teve uma grande exposição na mídia com um ano de antecedência pra eleição de deputado federal. Com uma legislação eleitoral cada vez mais rigorosa, aproveitar uma oportunidade dessa foi algo muito proveitoso para Deley. Em contrapartida também serviu aos interesses do grupo ligado ao ex-Presidente Horcades e ao Secretário Julio Bueno, que não tinha um nome para concorrer e corria o risco de se dispersar.

Derrotados:

- O Fluminense: a derrota do Fluminense não se ilustra apenas com a vitória de Peter, pois o revés do clube também seria protagonista numa eventual vitória do outro candidato. A derrota do Fluminense é obra coletiva de todos os atores desse imenso cenário que compõe a vida do Tricolor. Associados e torcedores conformados com a mediocridade política e administrativa não conseguem apresentar alternativas às forças que se revezam no poder do clube há tempos. Um Fluminense forte no futuro é cada vez mais um sonho distante.

- A verdadeira oposição: aqueles que realmente querem uma alternativa política baseada em princípios como transparência, gestão profissional e excelência, por exemplo, fracassaram retumbantemente. Ao não conseguir se fazer compreender por se comunicar mal junto ao grande público torcedor e associado, perdemos a oportunidade de ver nascer uma terceira via para, ao menos, suscitar nesta campanha um debate mais maduro sobre a condução do Tricolor.

- Parte das forças políticas mais arcaicas: alguns poucos setores mais arcaicos da política tricolor, que dizem representar a verdadeira tradição do Clube, e que durante décadas se mantiveram no poder através das eleições indiretas, cada vez mais fazem parte apenas da história do clube. Obviamente que há uma outra parte dessa "nobreza" de lata que ainda se mantém no poder, por estar com Peter, mas os que apostaram em Deley naufragaram.

A política do Fluminense tem a sua complexidade e não é nossa intenção esgotar toda análise possível em um simples artigo. Essas são as linhas gerais que denunciam que estamos longe de uma situação cômoda. A reeleição do presidente revela uma falta de opção e não a sua competência. Peter não foi um bom presidente e não há muito o que esperar do seu segundo mandato. Paralelamente a este segundo mandato, os tricolores que realmente acreditam que o destino do Fluminense é a grandeza e a glória devem correr para apresentar alternativa pra 2016, quando teremos um quadro eleitoral inédito e que precisa ser estudado.

Particularmente, o que eu quero dizer aos associados, torcedores e sócios-futebol do clube é que quem construirá o Fluminense do futuro somos nós. Não devemos esperar um messias vindo do céu ou um mecenas cheio de dinheiro. O Fluminense tem que ser forte, caminhar com as próprias pernas para colher os louros das vitórias que sempre sonhamos. Saudações Tricolores. 

(meu amigo Thiago Rachid já colaborou outras vezes com este blog.)

Um comentário:

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