sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Por que votarei nulo (de novo)?


(por Thiago Rachid)

O Fluminense é um grande amor de todos nós, um amor que nos leva a fazer loucuras que talvez só fizéssemos pelas nossas famílias. Quantos amigos tricolores (cúmplices), aliás, não se tornaram como membros das nossas famílias, não é mesmo? Nosso carinho pelo Fluminense é tão grande que às vezes nos causa a reação de querer defendê-lo como quem defende a um filho. E é por aí que explicarei meu ponto de vista pro voto nulo.

É óbvio que uma das chapas vencerá. Escolher a menos pior (tarefa bem difícil no cenário das duas últimas eleições tricolores) é como escolher para um filho entre o destino dele ser um escravo ou o da sua morte. Em ambos os casos a reação de um pai seria a de poupar o filho dos dois caminhos, evitar que ele perdesse a vida em destinos tão duros, e não a de escolher o destino menos pior, ainda que lhe parecesse irremediavelmente decidido que ele seguiria um dos dois destinos.

Não sou pai do Fluminense, mas penso no bem do Clube como se fosse. Não quero o menos pior pra ele, quero a excelência, a glória da permanente luta pelo primeiro lugar e o costume de conquistá-lo. Quero a independência e a decência. Quero a transparência e a organização. Quero a disciplina e o espírito de vanguarda.

Não vou agir estrategicamente na mediocridade. Vou continuar achando que o destino do Fluminense deve ser ainda mais glorioso do que já foi um dia, pois pra isso há potencial no Clube e um enorme espaço no mercado. Quem for eleito entre Deley e Peter devolverá um clube em estado semelhante ao que o outro faria no fim de um eventual mandato em 2016. Em ambos os cenários o que teremos será a mediocridade que nos vem perseguindo há décadas.

Não vou querer para os meus filhos as piores escolas, os piores valores, as piores influências e, pois, os piores destinos. Quero para os meus filhos um futuro digno de quem ao menos lutou e aproveitou as oportunidades que teve.

Nada tenho contra as pessoas dos dois candidatos, inegavelmente apaixonados pelo Fluminense. Mas eles não servem para guiar o Fluminense por representarem modelos falidos e ultrapassados.

Ao invés de fazer a escolha entre a agonia e a morte, fico com uma terceira escolha mais digna: dizer não e lutar por algo melhor.

E se a oposição a esses modelos vem fracassando por falta de engajamento dos associados e torcedores descontentes e, sobretudo, pelo conformismo de quem prefere sempre escolher o menos pior, não serei eu que deixarei de ser um dos chatos que insistem em querer um Fluminense bem diferente do que Deley, Peter e outros que passaram têm ou tiveram pra oferecer.

Por isso continuo dizendo não à mediocridade. Por isso eu voto nulo mais uma vez!

(meu amigo Thiago Rachid já colaborou outras vezes com este blog.)

5 comentários:

  1. Caro PC,

    Entendo o ponto de vista do Thiago Rachid, que infiro seja também o seu.

    Entendo, mas não posso concordar, porque sempre a opção do menos ruim é melhor que a omissãao.

    Não morro de amores pelo Siemsen.

    Acho mesmo que ele fez muitas bobagens: a maior delas foi deixar o futebol a cargo de pessoas incompetentes e que circulam no mercado devido mais a jogadas de marketing do que capacidade.

    Inegável, porém, que ele trabalha na tentativa de reduzir o fardo financeiro deixado pelos aproveitadores que passaram pela administração do clube.

    Deley tem o apoio irrestrito de Horcades, Tote e toda a trupe que deveria ser banida do clube.

    Vc mesmo já me alertou que o Peter já fez parte desse grupo.

    Mas, pelo menos, teve a opção de saltar desse barco nefasto.

    Se foi apenas para usufruir da oportunidade que se apresentou, lamento, mas em minha opinião qualquer coisa será melhor que a volta do cardiologista e seus aliados.

    É claro que se todos votassem nulo seria ótimo, mas isso não acontece em nosso país, cuja maioria do povo, além de despreparada, só pensa sempre em levar alguma vantagem.

    É uma pena, mas é a realidade.

    Entendo o seu idealismo e torço para que no futuro tenhamos algum candidato do porte de Marcos Carneiro de Mendonça.

    Abraços e votos para um Fluminense mais forte em 2014, sem Rodrigo Caetano, Traffic e outras malas.

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  2. Caro Helio,

    Em um trecho de seu comentário, você diz:
    "Inegável, porém, que ele trabalha na tentativa de reduzir o fardo financeiro deixado pelos aproveitadores que passaram pela administração do clube."

    Lamento, mas essa história de "saneamento financeiro" simplesmente não é verdadeira, embora seja um discurso repetido diversas vezes pelo Presidente agora reeleito e por seus apoiadores.

    A dívida do Fluminense, na gestão Siemsen, saltou de 382 milhões para 508 milhões (veja os detalhes na seção de comentários deste post aqui).

    Números não mentem. A gestão Siemsen continuou o caminho das anteriores, afundando o Fluminense ainda mais, numa dívida cada vez mais impagável.

    E veja só: as receitas de TV mais que dobraram em relação às gestões anteriores. Isto torna o aumento da dívida ainda menos justificável.

    Peter Siemsen é mais do mesmo. Sempre foi. Foi eleitor, conselheiro e vice-presidente jurídico de David Fischel. Fez campanha para eleger Roberto Horcades em 2004. Em 2007, teve sua candidatura apoiada pela patota que hoje apoiou Deley.

    Essa dança das cadeiras na política tricolor é que está impedindo o Fluminense de progredir.

    Espero que os sócios um dia entendam isso. E que, quando isso acontecer, ainda haja tempo para salvar o clube.

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