Fluminense 2 x 1 Palmeiras

Amigos, é muito triste que, numa semifinal de Copa do Brasil, tenhamos que falar da arbitragem, mas temos. A atuação de Leandro Pedro Vuaden no Maracanã foi um incrível show de horrores. O juiz errou até mesmo antes do apito inicial, ao permitir que o Palmeiras usasse um uniforme que se confundia com o do Fluminense. Com oito minutos, teve que se submeter à humilhação de ter que interromper o jogo para que os paulistas trocassem suas camisas. Com a bola voltando a rolar, o árbitro gaúcho seguiu seu critério habitual para jogos do Fluminense: um peso para nós, outro para o adversário. Para o Fluminense, só se marcava o evidente; para o Palmeiras, qualquer mínimo contato já se transformava em infração hedionda, possivelmente com direito a cartão amarelo.

Empurrado por sua pulsante torcida no Maracanã, o Tricolor não quis saber se jogava contra onze, doze, treze ou quatorze, e foi para cima do Palmeiras. Em dois lances de bola parada, conseguiu abrir 2 a 0 no primeiro tempo, gols de Marcos Júnior e Gum, uma vantagem bastante significativa. Se o placar terminasse assim, o duelo estaria praticamente resolvido, uma vez que o Palmeiras precisaria vencer por três gols de diferença na partida de volta. Mas ainda haveria o segundo tempo.

Não satisfeito em minar o Fluminense nos pequenos lances, Leandro Pedro Vuaden resolveu agir de forma mais direta: inventou um pênalti para o Palmeiras, quando Zé Roberto fingiu ser derrubado por Gum dentro da área. Um lance que não seria falta nem aqui, nem na China, mas que o árbitro assinalou, com uma convicção espantosa. Como é que um sujeito pode ter tanta certeza de ter visto algo que não aconteceu? Diego Cavalieri não conseguiu fazer justiça, e a cobrança foi convertida pelo veterano meia e ator palmeirense.

O lance do pênalti me lembrou muito uma jogada ocorrida na partida São Paulo 0 x 0 Fluminense, pelo Campeonato Brasileiro deste ano. Na ocasião, o tricolor Gérson foi claramente empurrado, em um pênalti clamoroso, indiscutível, daqueles de almanaque. "Se o lance de Zé Roberto fosse pênalti, o de Gérson seria uns três ou quatro pênaltis", diriam geraldinos e arquibaldos. O árbitro da ocasião não marcou a falta para o Fluminense, e vocês sabem quem era? Adivinhem... Pois é, acreditem se quiserem: era Leandro Pedro Vuaden. É para rir, ou para chorar?

Com o gol marcado no Maracanã, após a ajuda de Leandro Pedro Vuaden, o Palmeiras ressuscita no confronto. Porém, vale lembrar que o Fluminense venceu, e se classificará com qualquer vitória ou empate em São Paulo. Se retribuirmos o gol fora de casa, na quarta-feira que vem, obrigaremos os paulistas a marcar três gols. Em suma, o Fluminense tem, sim, ótimas chances de chegar à finalíssima da Copa do Brasil.

Na entrada da distante caverna que habita, o Profeta, do alto de sua longa barba branca, contempla o horizonte. Ele está confiante, amigos: nós vamos lutar por mais essa taça!

PCFilho

A melhor narração do gol do Palmeiras, por Luiz Penido: