sexta-feira, 19 de junho de 2009

Copa das Confederações - Segunda Rodada

Por: Marcos Chaves.

ESPANHA 1 x 0 IRAQUE
Esperava-se uma vitória fácil e um placar elástico neste embate - o que não ocorreu. A Fúria demonstrou bastante eficiência e brigou muito para superar a retranca iraquiana, o que só aconteceu no segundo tempo. Com cinco jogadores de defesa e apenas um atacante, o Iraque defendia sua meta como se os espanhóis fossem soldados norte-americanos (OK, foi podre...). O técnico Bora Milutinovic realmente realizou um feito digno de nota, conseguindo postar de forma bastante organizada os jogadores iraquianos ao longo do campo, que marcavam bem e não davam espaços para a seleção espanhola.

Como não conseguiam chegar à área iraquiana, os espanhóis passaram a apelar para os chutes de fora da área, o que não deu muito resultado, já que não conseguiam acertar o alvo. Mesmo assim, os espanhóis não desistiram. Voltaram para o 2º tempo com a mesma formação e mentalidade, e conseguiram sua recompensa logo aos 9 minutos de jogo. Depois de jogada pela esquerda, Capdevilla cruzou para área e David Villa cabeceou firme para o gol iraquiano.

O gol deu tranquilidade à Espanha e a sensação de jogo ganho, já que o Iraque não atacava (nem tinha como). A Fúria passou a cadenciar o jogo e ocasionalmente buscar a ampliação do placar, o que quase aconteceu com Xabi Alonso, em chute de fora da área, e David Villa.

A vitória classificou os espanhóis para as semi-finais. Eles jogam no sábado, contra a África do Sul, enquanto os iraquianos enfrentam a Nova Zelândia, no que promete ser um jogaço.

ÁFRICA DO SUL 2 x 0 NOVA ZELÂNDIA
A África do Sul finalmente desencantou e, com uma boa exibição contra a Nova Zelândia (o saco de pancadas da Copa das Confederações), conseguiu sua primeira vitória, para orgulho dos sul-africanos. Diante de um adversário fraquíssimo, a seleção do pressionado Joel Santana apresentou bom toque de bola e relativa consistência tática, atacando e defendendo bem, mas pecando nas finalizações. A exceção foi o atacante Parker, que guardou os dois gols dos anfitriões.

Os sul-africanos começaram pressionando a Nova Zelândia, que não conseguia se defender, muito menos atacar. Entretanto, os anfitriões não atacavam com objetividade, e finalizavam sem muita precisão. O gol só saiu aos 20 minutos do 1º tempo. Masilela fez jogada individual pela esquerda e cruzou para Parker, que pegou de primeira e anotou o 1º gol da África do Sul nessa Copa das Confederações.

Mesmo com a vantagem, a África do Sul continuou atacando, determinada a provar o seu valor para os seus conterrâneos. Aos 31 minutos, Parker quase marcou outro gol, mas o goleiro Moss espalmou. Nesse meio-tempo, a Nova Zelândia conseguiu finalizar algumas bolas paradas, mas nada que preocupasse a meta do goleiro Khune.

Os sul-africanos voltaram para o 2º tempo com o mesmo espírito do primeiro, e aumentaram a vantagem logo aos seis minutos. Em jogada similar à do primeiro gol, Masilela desceu pela esquerda e cruzou para Parker completar: 2x0. Com a vitória praticamente assegurada, os sul-africanos passaram a administrar o jogo, tocando a bola no meio-campo, mas sem deixar espaços. Foi assim que Parker quase fez o 3º dele no jogo, em finalização de cabeça que o goleiro Moss defendeu bem.

Os sul-africanos enfrentam a Espanha na próxima rodada, enquanto a Nova Zelândia, desolada, encara o Iraque.

BRASIL 3 x 0 EUA
Com time "misto", o Brasil entrou em campo contra os Estados Unidos disposto a mudar as opiniões sobre o resultado no minímo inquietante contra os egípcios, pela primeira rodada. André Santos, no lugar de Kléber; Miranda, no lugar de Juan; Maicon, no lugar de Daniel Alves, e Ramires no lugar de Elano (sendo que estas duas últimas foram fundamentais para o desenrolar da partida).

Um time bem mais "coerente", por assim dizer, foi o que os Estados Unidos enfrentaram. As características investidas surpresas de Ramires pegavam a defesa norte-americana de surpresa, mas foi de bola parada o primeiro gol da seleção. Maicon alçou bola na área. Felipe Melo correu por trás da zaga e apareceu na frente do goleiro Howard, testando firme, sem chances de defesa.

O segundo gol veio aos 20 minutos, após uma série de chances perdidas por Kaká, Robinho e Luís Fabiano. Ramires praticou uma das investidas citadas anteriormente, e foi bem visto por Kaká, que o lançou. O ex-cruzeirense (e agora benfiquense) avançou por um largo espaço do campo e rolou para Robinho, que chutou firme para marcar o 2º gol da seleção.

Até mesmo o volante Gilberto Silva tentou deixar o seu e, após receber bom cruzamento de Maicon, cabeceou por cima do travessão. Já Luís Fabiano deixou a desejar, perdendo boas oportunidades de deixar a sua marca.

Já Maicon provou que está recuperado da sua lesão. Ele começou e terminou a jogada do 3º gol brasileiro. Acompanhe: passou a bola para Ramires, que passou para Kaká, que passou de primeira para o lateral dar um toque sutil na saída do goleiro Howard.

Já diria Galvão Bueno: os brasileiros querem ser felizes com a Seleção. E com essa seleção de ontem, eu fui feliz.

O Brasil enfrenta a Itália no domingo, com a vaga para as semi-finais praticamente assegurada, enquanto os EUA enfrentam o Egito.

EGITO 1 x 0 ITÁLIA
Zebra das mais listradas! Quem poderia imaginar que em um jogo onde a Itália teve mais posse de bola, atacou mais, defendeu melhor - enfim, foi muito superior em campo - a equipe vitoriosa seria o Egito?

Pois foi.

Em uma exibição primorosa do goleiro egípcio El Hadary, o Egito viu a Itália dominar o jogo inteiro, e também viu a Itália errar - e muito - nas finalizações, o que lhes custou a vitória. No primeiro tempo, a Azurra disparou nove bolas em direção ao gol, mas apenas duas fizeram El Hadary trabalhar. Primeiro, aos 23 minutos, em bomba de Iaquinta de fora da área; e depois, aos 25, quando o egípcio voou em direção a belo chute de Rossi. A Itália, jogando com três atacantes, só conseguia finalizar de fora da área.

As investidas egípcias eram facilmente dissolvidas pela zaga italiana. Mas a bola parada é um perigo para qualquer equipe. E, após cobrança de escanteio, aos 40 minutos do primeiro tempo, a testa de Homos colocou dramaticidade no fim do primeiro tempo da partida.

"Ah, é o Egito! Vamos voltar lá e acabar com a raça deles!", podem ter pensado os italianos. Mas eles não contavam com o dia iluminado de El Hadary. O goleiro, que poderia muito bem estar projetando uma espécie de luz divina no vão entre as traves, parecia desdenhar de cada finalização italiana. Voltaram para o 2º tempo com os mesmos três atacantes, e logo aos oito minutos, Quagliarella lançou Iaquinta. O gigante italiano dominou livre, na marca de penalidade máxima, mas foi abafado pela muralha egípcia.

O técnico italiano, Marcelo Lippi, decidiu investir pesado e inseriu Montolivo, Pepe e Luca Toni, deixando a defesa italiana um tanto quanto exposta. Esses espaços eram aproveitados (ou pelo menos, tentava-se) pelos egípcios, em rápidos contra-ataques, mas eles não conseguiam finalizar. Aos 28 minutos, Montolivo apareceu na cara de El Hadary. Mas quem, quem poderia transpor o personagem da partida? Não seria Montolivo. Aos 32, Pirlo cruzou para Iaquinta, que pegou de primeira na entrada da pequena área. Cruzamento, de primeira, pequena área... você pensa: gol! El Hadary te responde: NÃO! Em cima da linha, o goleiro egípcio operou mais um milagre, encaminhando a partida para um final dramático. Aos 40, novamente Iaquinta: o italiano tentou cruzar e, num lance de prender a respiração, a bola viajou em direção ao gol. Os italianos, os egípcios, os sul-africanos, os brasileiros como eu, levantaram-se, com os punhos cerrados, empurrando a bola para dentro ou para fora. Mas os céus escolheram El Hadary, amigos. A bola de Iaquinta acertou a trave, para alívio dos egípcios e desespero dos italianos.

O último suspiro da Azurra foi nos acréscimos, em escanteio. Pirlo lançou para a área, e lá estava o goleiro Buffon, tentando salvar sua pátria. Em vão. A noite era do Egito. A noite, amigos, era de El Hadary.

Agora, tanto Itália quanto Egito, com 3 pontos cada, têm chances de classificação. A Azurra tem de ir com tudo para cima do Brasil, no domingo, se quiser se classificar. Enquanto isso, o Egito pega os EUA, torcendo para o Brasil.

3 comentários:

  1. Marcos "Goten" Chaves, excelente texto! Muito bom mesmo!

    (salve os celulares com TV, e salve nossos amigos que os têm!)

    Meus palpites: no outro grupo, passam Espanha e África do Sul. No nosso grupo, o Brasil vence a Itália, os EUA vencem o Egito, e passam Brasil e Itália. :D

    OK,
    PC

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  2. Valeu, PC!

    (salve salve rsrs, ontem vimos jogo de volêi na aula de Português haiuhauiahuiahuiah)

    Meus palpites são: Brasil 4x2 Itália e Egito 1x1 EUA.

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  3. Imprevisível quem passa no nosso grupo...
    Mas pra mim passam Brasil e Egito.

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