sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A voadora de Fernando Henrique


Amigos, as competições da Conmebol são uma selva de gângsteres. Dirão que é exagero meu. Exagero, uma ova. Perdão: exagero, vírgula. Tudo é possível na Copa Sul-Americana, menos uma boa ação.

Vejamos o que aconteceu quarta-feira, no Maracanã. O Cerro Porteño sofreu o segundo gol e, eliminado no futebol, tentou vencer o Fluminense na pancadaria. Os tricolores não têm sangue de barata, e revidaram. Aliás, o revide já era merecido antes, muito antes. Desde a chuva de pedras na batalha de Assunção, para ser mais preciso.

Dirão vocês: "mas é feio!". Ora, ora, quando foi que o bonito venceu a Sul-Americana ou a Libertadores? A verdade é que, na América do Sul, só o brasileiro tem escrúpulos. Uruguaios, argentinos, paraguaios, peruanos, equatorianos e chilenos baixam o pau, fazem horrores, e nunca são punidos.

Os portenhos descem o sarrafo mesmo. Mais: quando um brasileiro vai cobrar um escanteio nos galinheiros que eles chamam de estádios, a polícia precisa protegê-lo da chuva de paus, pedras, pilhas e radinhos. Além disso, as arbitragens toleram toda sorte de ceras, catimbas, e pancadas.

O técnico Cuca está de parabéns: doutrinou o Fluminense para não levar desaforo para casa. Os lorpas e pascácios hão de perguntar: "e a esportividade?". Respondo: nos jogos sul-americanos, a esportividade é uma piada de necrotério. Dirão que, em 2008, o Fluminense foi bonzinho, e quase ganhou a Libertadores. É verdade. Mas os concorrentes fizeram o diabo, e quase perderam.

Temos que denunciar mesmo, em alto e bom som: "o futebol sul-americano é uma carnificina!". Os nossos adversários latinos bebem o nosso sangue como se groselha fosse. Precisamos gritar contra isso. Na arquibancada, a cada falta modesta que um brasileiro sofre, eu berro: "Assassinato! Assassinato!". Se todos fizermos isso, os árbitros ficarão acuados.

João Saldanha, o treinador que montou os alicerces do escrete de 1970, dizia: "Meu jogador não dará o primeiro tiro. Mas, se começarem, nós vamos acabar com a guerra". Esse é o espírito.

No Mário Filho, quarta-feira, um paraguaio se preparava para agredir Diguinho na covardia. O goleiro reserva Fernando Henrique resolveu intervir, seguindo o famoso ditado "amigo bom é aquele que chega na voadora".

A voadora de Fernando Henrique foi de uma plasticidade de personagem de vídeo game. Foi um salto lindo, um golpe espetacular. Os tricolores agradecem, os brasileiros agradecem. O juiz chileno, é claro, expulsou nosso arqueiro suplente. Minha vontade era tomar-lhe o cartão vermelho, e rasgá-lo bem na frente da autoridade.

Jogando futebol, na bola, mas sem levar desaforo para casa, sem fazer jus à fama de bonzinho. É assim que o Fluminense erguerá a Copa Sul-Americana de 2009.

PC

19 comentários:

  1. Também sou contra a violência, mas adorei ver nosso arqueiro batendo tiro de meta com a cabeça do paraguaio!!!
    Parabéns pelo acervo de belos textos que não pára de crescer.

    ST

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  2. foda demais

    "Jogando futebol, na bola, mas sem levar desaforo para casa, sem fazer jus à fama de bonzinho."

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  3. Pela primeira vez na vida , tive vontade de ser PM para poder bater naqueles caras do Cerro , o que eles fizeram foi covardia ¬¬

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  4. Excelente texto!

    Desde moleque, minha mãe que nem é tão ligada assim em futebol me dizia:

    "Brasil vai jogar contra Paraguai/Arg/Uruguai ? Eles são tudo brigão e batem nos jogadores do Brasil ..."

    Quando é que a CONMEBOL vai ter a diginidade de corrigir tais coisas. Péssimo exemplo para os jovensde lá.

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  5. Muito BOM. Gostei da sua visão. Parabéns PC

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  6. Muito bom, os caras disseram que o massagista tricolor que começou provocando os paraguaios, mas a briga ja tava dentro de campo quando esses paraguaios desceram a porrada no nosso time, Boa sorte Fluzão na final e parabens PC

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  7. hmmm ainda não achei nenhum video com a voadora;...

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  8. COmo eu tinha dito anteriormente, melhor atuação de Fernando Henrique com a camisa tricolor.
    E eu ainda tento entender porque o árbitro expulsaria o Diguinho, que pelas imagens vistas, foi que mais apanhou. Ainda bem que depois confirmou-se que apenas FH foi expulso, menos mal.

    Não faço apologia a violência também não, longe de mim, mas se o Flu teve que ficar 30 minutos sob chuva de pedras, eles provocam na nossa casa e saem cobertos de flores?? PelamordiDeus né?!

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  9. Um dos grandes responsáveis pela confusão foi o juiz, sua atuação foi razoável, mas o aspecto disciplinar foi um fiasco...os paraguaios batiam o jogo inteiro, "El Tigre" poderia ter sido expulso umas 5 vezes, não queria saber de futebol, queria dar porrada...nem amarelo levou. Outros exemplos de impunidade não faltaram.

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  10. Olá Paulo,

    Sou tricolor, moro em Conceição de Macabu (90 Km de N. Friburgo), escrevo no site macaenews.com.br, gostaria que você me autorizasse a publicar sua crônica - A Voadora de Fernando Henrique - em minha coluna. Pode ser?
    No mais, parabéns e obrigado.
    ST
    Marcelo

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  11. Marcelo, é claro que pode publicar o meu texto, desde que faça referência ao meu nome e ao Jornalheiros. Obrigado pelo prestígio! :)

    Obrigado a todos pelos comentários!

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  12. Parabens.
    excelente blog.
    excelentes texros.

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  13. Os nossos adversários latinos bebem o nosso sangue como se groselha fosse.


    Valeu PC.... otima cronica...

    e amigo bom mesmo.. é aquele que, numa briga, chega de voadora...

    ST

    Mvtelles

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  14. " Se quer guerra terah e se quer paz eu quero em dobro"

    Mano Brown

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  15. "Meu jogador não dará o primeiro tiro. Mas, se começarem, nós vamos acabar com a guerra". FODA =)

    .. seremos campeões (8).
    ST !

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  16. Nada a declarar.....
    Certíssimo.....

    UP !!!

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