Amigos, eu tenho pena de quem não é Fluminense. Como deve ser monótona, chata mesmo, a vida de um não-tricolor. Escrevi essas palavras uns meses atrás, mas achei que valia repeti-las hoje, após o monumental triunfo de Porto Alegre. Obviamente, os torcedores de todos os clubes consideram suas paixões especiais, únicas. Mas os tricolores sabem que o Fluminense, de fato, é diferente.
O Fluminense é o único clube grande do Brasil - quiçá do mundo - que visitou o último círculo do inferno, encarou o próprio capeta nos olhos, e voltou de lá para o seu devido paraíso de glórias. E nunca caminhou sozinho: nós, tricolores, sempre estivemos ao seu lado, nunca o abandonamos. Nós, os torcedores do Fluminense, demos a maior prova de fidelidade da história do esporte no mundo.
Falo de 1998, quando caímos para a inimaginável terceira divisão. Os rivais zombavam, nas escolas, nos escritórios, nas ruas, nas esquinas, nos bares: "o Fluminense acabou". Mas nós não desistimos. Nós continuamos a exibir o verde, o branco e o grená, como se fossem as cores do maior clube do mundo. E eram mesmo. Hoje, nós colhemos os frutos de nossa teimosia.
Amigos, a camisa do Fluminense pesa, e pesa muito. As provas da grandeza tricolor se acumularam ao longo dos primeiros cento e treze anos de sua eternidade, em forma de taças, em forma de glórias, em forma de gestos, em forma de nobreza.
Alguns supostos especialistas em futebol, no entanto, insistem em menosprezar o Fluminense, contra todas as evidências. Um jornalista gaúcho escreveu, após o 0 a 0 do Maracanã, que "só uma catástrofe tiraria o Grêmio da semifinal", e que "a lógica indicava classificação tranquila na Arena". Pelo amor de Deus, alguém me explique como é que um sujeito pode acreditar que eliminar o Fluminense, o Fluminense!, será uma tarefa fácil. De que galáxia este caboclo veio? (Até mesmo os alienígenas de planetas distantes já devem conhecer a fama e a glória do Fluminense, vale dizer.)
Eu escrevi aqui, na última resenha, que o 0 a 0 do Maracanã não havia sido um resultado ruim, graças ao exótico critério dos gols fora de casa. Afinal, bastaria ao Fluminense marcar um golzinho no paralelo 30, para conquistar a vantagem do empate. E para quem tem em suas fileiras um artilheiro como Fred, marcar um golzinho nem é algo tão complicado assim.
Ah, Fred. Vamos falar de Fred. Em 2014, na Copa do Mundo, todas as outras torcidas do país crucificaram o centroavante tricolor. Não importava que a bola não chegasse a ele: todos os problemas da Seleção Brasileira estavam no camisa 9 (o mesmo que, um ano antes, desmontara a defesa espanhola campeã mundial). Fred passava a ser "O Cone". Acabou a Copa, e "O Cone" voltou a marcar gols aos borbotões pelo Fluminense - foi o artilheiro do Brasileirão, vejam só. Ironia do destino, as torcidas que o crucificaram vão, uma a uma, sendo vítimas do goleador de Teófilo Otoni.
Na Arena do Grêmio, nos minutos finais do primeiro tempo, Marcos Júnior cruzou da direita, na altura certa, e Fred desferiu a cabeçada mortal, fazendo desmoronar a cidadela gremista. Fluminense 1 a 0. Foi o sexto gol de Fred pelo Fluminense contra o Grêmio - com isso, "O Cone" se tornou simplesmente o maior goleador da história do confronto entre os dois clubes. É ou não é uma coisa linda de se ver, amigos?
O Grêmio, que também é um grande clube, ainda lutou bastante, na etapa complementar, mas esbarrou na espetacular atuação do goleiro Diego Cavalieri, herdeiro da linhagem de Marcos Carneiro de Mendonça, Batatais, Carlos Castilho, Félix Venerando, Paulo Victor. Meu Deus do céu, me expliquem como alguém pode, em sã consciência, menosprezar um clube que tem essas lendas em sua história!
O Grêmio até marcou um gol em sua bonita Arena, mas precisava de dois. O critério dos gols fora de casa é estúpido, como estúpidas também são as malditas disputas de pênalti. Não é porque a regra beneficiou o Fluminense que negarei o óbvio. Mas é o regulamento vigente, e não há como negar que o Fluminense mereceu a classificação, porque jogou melhor que o Grêmio na soma dos dois jogos.
Na semifinal da Copa do Brasil, o adversário será o Palmeiras, outro rival histórico. Na Taça Brasil de 1960, os dois clubes se enfrentaram na mesma fase semifinal. Após um empate por 0 a 0 em São Paulo, o Palmeiras venceu por 1 a 0 no Maracanã, e partiu para ser campeão contra o Fortaleza. Que 55 anos depois, o Fluminense devolva na mesma moeda.
Na entrada da distante caverna que habita, o Profeta, do alto de sua longa barba branca, contempla o horizonte. Ele está confiante, amigos: nós vamos lutar por mais essa taça!
PCFilho
Neeeeeense! Esse time só me dá alegrias!
ResponderExcluirDiscordo que a regra do gol fora de casa seja estupida! Essa regra serve para dinamizar os minutos finais do confronto e evitar que os times fiquem 'enrolando' para levar a partida para os penaltis! O futebol não agradeceria que Gremio e Fluminense fizessem isso após o tento gremista! O jogo foi eletrizante nos minutos finais em virtude desse item do regulamento!
Se o regulamento não valorizasse o gol fora de casa, o Fluminense teria jogado menos fechado no Maracanã, e também o Grêmio terai jogado mais aberto na Arena. Os jogos seriam melhores.
ExcluirMas não importa. Às vezes, um pouco de "estupidez" faz bem. hahahaha!
PS: não atribuí notas às atuações dos jogadores com medo da reação geral quando vissem a nota dez do Gum. :)
ResponderExcluirFred tornou-se o maior artilheiro do confronto isoladamente, com 6 gols, um a mais do que Romário (Flu) e Alcindo (Grê).
ResponderExcluirExatamente, Alexandre.
ExcluirCom o gol nesta quarta-feira, Fred chegou a 6 no confronto, superando os 5 de Romário e Alcindo.
Assinado: Alexandre Berwanger,
ResponderExcluirTodos jogaram muito! Só não gostei da substituição, o Osvaldo não tem rendido. De resto, todos foram muito bem!
ResponderExcluirSobre o post, faço minhas a palavra do Alexandre Berwanger.
Concordo, Leandro. Osvaldo não tem rendido, e o time como um todo jogou muito bem.
ExcluirMinhas três notas dez neste jogo vão para Diego Cavalieri, Gum e Fred.