"Vence o Fluminense, usando a fidalguia, branco é paz e harmonia... Brilha ao sol da manhã ou à luz do refletor, salve o Tricolor!"
Assim se encerra o hino do Fluminense Football Club. Lamartine Babo, o autor da bela letra, captou com perfeição o espírito que reina em Álvaro Chaves. Ao Fluminense não basta vencer; é preciso vencer jogando limpo, é preciso vencer com fidalguia. Fidalguia, palavrinha difícil, desconhecida por muita gente. Cabe defini-la, como se estivéssemos num dicionário: "qualidade de fidalgo, generosidade, nobreza de caráter".
Agora que os leitores sabem exatamente o significado da palavra que é o tema da minha redação, podemos prosseguir. O Fluminense sempre foi, ao longo de sua centenária história, exemplo de fidalguia. Foram raros os desvios de conduta na instituição. O maior deles, o estouro do
champagne em 1996, foi cruelmente explorado pela imprensa, de forma a demonizar o Tricolor. Tudo isso justo no ano em que, valendo-se de sua tradicional fidalguia, o clube preferiu ser rebaixado a recorrer aos tribunais (
para ganhar os pontos do Santos pela escalação irregular do colombiano Usuriaga).
Cito agora um exemplo mais recente, mais vivo na memória dos leitores: a Taça Libertadores de 2008. O torneio é tido como o mais violento do mundo: o clima de guerra impera. Em cada escanteio, o cobrador é intimidado pela torcida ali pertinho. Nos jogos, os jogadores são tão ríspidos que pontapés parecem valer tanto quanto gols. Eu dizia a todos, com o orgulho de ser tricolor vazando dos meus olhos: "Vamos jogar esse campeonato com fidalguia. Vamos vencer a guerra sem precisar dar botinadas". Quase todos, inclusive tricolores, me retorquiam: "Assim o Fluminense não vencerá a Libertadores". Pois bem, eis que os meus diálogos anteciparam exatamente o que seria o campeonato: o Tricolor exibiu uma fidalguia inexcedível, foi o time mais disciplinado de toda a competição, e acabou perdendo a taça. Com um agravante: na finalíssima, a Liga de Quito não foi nada fidalga, apelando para todos os tipos de atitudes anti-desportivas, do minuto inicial até a disputa de pênaltis.
No último domingo, tivemos mais um exemplo de nossa eterna fidalguia. O Fluminense entra no Maracanã para enfrentar o Flamengo, e é garfado do primeiro ao último minuto pelo Marcelo de Lima Henrique, árbitro que reconhecidamente torce para o clube da Gávea. Em tempo: isso não seria problema algum, se não influenciasse na sua arbitragem. Pois bem, e o que fazem jogadores, técnico e dirigentes? Simplesmente não reclamam da arbitragem, nem antes nem depois da partida. O Botafogo, sem obrigação com a tal "fidalguia", fez um barulhento escarcéu contra o mesmo juiz-ladrão no ano passado. Como resultado, o Campeonato Carioca é mais uma taça que não irá para a abarrotada sala de troféus do Fluminense.
A questão que levanto para discussão é: a fidalguia está nos atrapalhando? Se quiser retomar o caminho de glórias, o Fluminense precisará abandonar a fidalguia? Ou é o cenário que está errado, e precisa mudar? Aguardo vossas opiniões.
PC
Não. O Fluminense nunca deve deixar de lado a fidalguia.
ResponderExcluirÉ uma das coisas que mais me orgulham no meu time.
Entretanto, acho que tem que brigar pelo que é certo e direito, como no caso do jogador do Santos.
Mas na Libertadores, não. Não deve apelar ele mesmo para o lado anti-desportivo, sujo, para poder ganhar.
Sou totalmente contra ganhar de qualquer forma e a qualquer custo e ficar marcado como um clube que vence por desonestidades.
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=28077&tid=5324202139143640278
ResponderExcluirRelato BRILHANTE do Pedro Henrique, da comunidade do Fluminense:
ResponderExcluirO conceito de fidalguia foi, aos poucos, pelos tempos, mudando. Principalmente no esporte. Hoje, todos atos em que prevaleça o beneficio próprio são praticados, mesmo sendo anti-desportivos e exemplos de falta de amor não ao próximo, mas sim ao esporte, ao futebol.
O Fluminense infelizmente prende-se ao antigo conceito de fidalguia. Fidalguia de uma época já não mais vista na atualidade. Conceitos irreverentes, que se desfazem com os passares de tempos. Destrói-se o caráter e respeito mútuo. Faz-se da guerra e da raiva o conceito vencedor. E isso faz bem! Faz bem quando se visa o melhor para o esporte; para o futebol.
Exemplos não faltam. Caros colegas, vos pergunto: Quem é o time mais temido, o maior vencer, o maior conquistador das Américas? Sim, o Boca Juniors. Um clube onde reina, por crescimento do futebol, a garra, a luta, a forca, o medo. O conceito, hoje, vencedor. Devemos então mudar de acordo com a sociedade futbolística ou seguir nossos conceitos e ideais?
Somente o próprio Fluminense sabe esta resposta. Uma briga de conceitos, que, se aplicados corretamente, geram os mesmo fruto: um bom futebol, vencedor, conquistador. Podemos comparar então, ate mesmo com a antiga briga de ideais entre socialismo e capitalismo. Dois conceitos totalmente opostos, mas, que se bem aplicados, geram, no caso, um bem mútuo a uma sociedade. E é isso que queremos. Quereremos um bem não só ao Fluminense, mas também a todos os clubes que prezam pela conquista correta e limpa, para que possamos aprimorar essa loucura de paixão ao esporte desta nação.
ST
Ah a Fidalguia jamais deve morrer. É marca registrada do Fluminense Football Club, é aquilo que nos faz diferentes. Está para o Fluminense como o sal está para o mar. Você até pode colocar sal na água doce, mas vai torna-la água salgada e não mar.
ResponderExcluirOs ataques da mídia só tornam isso mais evidente. Não importa quantos campeonatos você me roube, eu continuarei sendo melhor do você.
Não. O Fluminense nunca deve deixar de lado a fidalguia.
ResponderExcluirÉ uma das coisas que mais me orgulham no meu time.
Entretanto, acho que tem que brigar pelo que é certo e direito. [2]
PC, PC, prometa que as palavras "penalty" e "LDU" não serão mais pronunciadas num mesmo post
ResponderExcluirNo dia que o Fluminense perder a fidalguia ele deixa de existir
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