Quando, no início da peleja, o Chile dominava, tinha mais posse de bola e atacava mais, baixou em mim a certeza da vitória da Seleção. Explico: no jogo anterior, Portugal pouco agredia, satisfeito que estava com o empate, e com isso a Seleção não acordou. Acabamos empatando em 0 a 0. Já o Chile resolveu atacar, e tentar dominar a melhor equipe do planeta. A capitulação chilena era óbvia, mera questão de tempo. Isto porque atacar a Seleção significa acordar a Seleção. Foi isso que o escrete chileno fez: acordar as feras de Dunga.
Examinemos a fera Juan: nosso zagueiro foi um leão em campo. Na defesa, não deixou passar nem pensamento. No ataque, fez o gol que abriu o caminho da vitória, de cabeça, no cruzamento de Maicon. E quanta garra demonstrou, em todos os lances! Tenho certeza: os atacantes chilenos ainda não conseguiram dormir. Fecham o olho e veem Juan, camisa amarela, cara fechada, a destruir suas jogadas. Anuncio já no segundo parágrafo: Juan é o meu personagem da partida.
Ao lado de Juan na defesa, está Lúcio, o capitão, o líder. Amigos, o que caracteriza o futuro campeão, entre tantos, entre todos, não é a classe, não é o futebol: é a sorte. Por exemplo, a Copa de 1954: o melhor futebol foi o da Hungria, todo mundo sabe disso. Mas na final quem teve sorte foi a Alemanha, e foi a Alemanha a campeã. Vocês conhecem a história de Lúcio? Ele jogava num minúsculo time de Brasília, o Guará. Quem olhava para os onze daquele time, sentenciava: estão todos destinados ao fracasso. O sorteio da Copa do Brasil daquele ano colocou o Guará diante do Internacional de Porto Alegre, num daqueles jogos de primeira fase. O time gaúcho enfiou uma daquelas goleadas impiedosas: não sei se foram sete, dez ou doze gols. Mas Lúcio teve boa atuação, nos olhos dos gaúchos, que resolveram contratar o jovem. E foi aí que começou a deslanchar a carreira do capitão. Hoje, Lúcio é um dos melhores zagueiros do mundo, sem sombra de dúvida. Por este episódio, está demonstrada a infinita sorte de Lúcio. E é essa sorte que o fará levantar a Copa do Mundo, na condição de capitão da Seleção. Bellini, Mauro, Carlos Alberto, Dunga e Cafu já sabem: Lúcio é seu legítimo sucessor.
Outra boa atuação diante do Chile foi a de Gilberto Silva, muito seguro na proteção à defesa. Ramires entrou no lugar de Felipe Melo, e também foi esplêndido. Com Juan, Lúcio, Gilberto Silva e Ramires, o Brasil está muito bem representado na defesa. São quatro titãs, dispostos a morrer pela camisa amarela. Sei que temos Júlio César, o melhor goleiro do mundo hoje. Mas, com esses quatro defensores, arrisco-me a dizer que sequer precisamos de um arqueiro a guarnecer as traves.
O ataque, claro, também esteve bem. Depois do gol de Juan, seguiram-se os tentos de Luís Fabiano e Robinho. Os dois atacantes são perigo constante às defesas inimigas: não há como pará-los, simplesmente não há como. Ainda mais quando estão acompanhados de Kaká, o maestro regente da Seleção. Tanto é que os três juntos venceram todas as partidas disputadas pela Seleção. Não há um empatezinho ou uma derrotazinha sequer para contar a história. O trio Kaká-Robinho-Fabuloso só conhece triunfos, só conhece vitórias. E invicto há de continuar.
PC
A seleção foi grande??? Contra esse timinho do Chile??? Ganhar de três era obrigação, nénão?
ResponderExcluirA seleção foi bem sim. Fica o alerta pro mau início de partida.
ResponderExcluirÉ impressão minha, ou essa foi a primeira crônica do PC que não começou com "amigos...."?
ResponderExcluirBoa, PC!
ResponderExcluirSaí do jogo de ontem com um gosto amargo na boca de que nossa vitória poderia ter sido de mais e que não estamos jogando o futebol vistoso que todos gostaríamos. Temia a Holanda.
Após sua crônica sobre a partida estou esperançoso e com a certeza do Hexa. No fundo eu sei que a seleção não é tudo isso, mas suas palavras são incrivelmente capazes de motivar um tricolor e brasileiro de uma forma não convencional, sem apelos e "redeglobices". Fantástico!
Só não deixe de postar sobre o Flu. Estamos carentes do único tricolor do mundo.
Saudações tricolores.
Já se sabia, muito antes da Copa começar, que a seleção do Dunga seria uma seleção que não joga bonito (estaremos nós mal acostumados?), mas é consistente na defesa (JC, Juan e Lucio) e a partir daí, quando não se toma gol basta fazer um. Fizemos três! É uma seleção para ganhar a copa, não para dar show. Continuo não gostando de Felipes Melos, Josués e afins, mas temos dois autênticos laterais / alas (finalmente!), G.Silva jogando para a equipe, o Fabuloso (que joga e decide na área) e dois jogadores que precisam apenas que um jugue bem para desequilibrar (Kaká e Robinho, ontem foi o primeiro). Ramires tem vaga, mas está suspenso, talvez retorne o Elano. Pelo que tenho visto, dá para levar o caneco, mas não será com show. Será sofrido, mais ao estilo alemão, não importa.
ResponderExcluirO Chile não existiu frente ao Brasil, mas dessa vez alguns jogadores nossos jogaram bem e ganhamos. Que venha a Holanda! Osso duríssimo, mas venceremos, nem que seja nos penaltis. Mas se eles vierem pra cima...
Disse o Parreira ontem, antes do jogo, que confia na Seleção porque o time ainda não precisou se dedicar 100% em nenhuma partida... e que, com o tempo e os jogos, chegaria aos 100% SE FOSSE NECESSÁRIO chegar aos 100%. Enquanto isso joga, passa de fase e não sofre um forte desgaste.
ResponderExcluirO Parreira meio que curte uma filosofia, mas ele tá certo...
Leme Lopes, o mesmo "timinho" do Chile foi derrotado por 2 a 1 pela Espanha, campeã européia...
ResponderExcluirSávio, risos!!! Eu costumo mesmo começar com "amigos...". Mas esse não foi o primeiro início diferente!
Renner, obrigado pelas palavras gentis, que me motivam a continuar escrevendo.
Leandro, a Holanda será mesmo osso duro de roer. Mas venceremos.
Vinicius, de futebol, filosofia e pintura o mestre Parreira entende. hehe! (alguns dizem que de bocha ele entende também, né?)