sábado, 13 de fevereiro de 2010

Recordar é viver - A estréia de Rivellino

Rio de Janeiro, 8 de fevereiro de 1975.

Amigos, o sábado de Carnaval foi muito mais feliz para os tricolores que para os outros. Em pleno período momesco, a multidão pó-de-arroz dirigiu-se ao Maracanã, para recepcionar o novo ídolo. Roberto Rivellino veio do Corinthians, e foi exatamente contra os paulistas o primeiro jogo.

Aos 25 do primeiro tempo, Gil dribla o goleiro, que faz pênalti. Mas Rivellino não está disposto a esperar, e fuzila para o gol, antes mesmo de o juiz apitar a falta. Era a primeira patada atômica com a camisa tricolor. A primeira de muitas, a primeira de muitas!

Dez minutos depois, o primeiro golaço. A jogada começa com Rivellino, que lança Cafuringa na direita. Este dribla Wladimir e cruza. O goleiro rebate, e lá está Rivellino, mergulhando de peixinho, completando o lance que ele próprio iniciara. Era o segundo gol do craque: folia nas arquibancadas, gerais e cadeiras. Rivellino é uma força da natureza!, exclama uma testemunha eufórica.

Quando eram decorridos 18 do segundo tempo, veio a consagração final. Zé Mário executa lançamento primoroso para Rivellino. O goleiro Paulo Rogério sai do gol, em desabalada carreira, para tentar impedir o terceiro gol do craque. Em um momento para a eternidade, Rivellino encolhe seus passos, e pisa na linha da grande área, levantando a cal da marcação. O toque por cobertura é perfeito: a pelota morreu mansinha, no fundo das redes do Maracanã.

O Fluminense venceu por 4 a 1. O triunfo apoteótico é o prenúncio das muitas alegrias que virão, dos pés do maior jogador brasileiro para os corações da mais apaixonada torcida do Brasil.

A vitória tricolor rendeu um troféu simbólico: a Taça João Coelho Netto. Nada mais apropriado: homenagem a Preguinho, ídolo antigo, na recepção a Rivellino, ídolo novo.

Foi uma estréia de sonho!

PC


Vídeo com os gols do jogo:

(crônica publicada também no Pavilhão Tricolor)

10 comentários:

  1. É uma pena não ter presenciado um jogador desse calibre vestindo o manto sagrado...

    ResponderExcluir
  2. Eu estava lá, com meu pai, PC!!! E vi o, na época, RIVELINO (com um 'ele') abrir o Carnaval no Rio de Janeiro!!! Apoteótico!!! Leandro Cesar

    ResponderExcluir
  3. Comentário no PavTri:

    1 Sábado, 13 Fevereiro 2010 09:00 Marco Aquino
    E eu estava lá.

    Se a minha memória não falha, também foi a estréia do Mário Sérgio.

    Grande sábado de carnaval.

    Espero que o de hoje seja melhor.

    ST

    ResponderExcluir
  4. 2 Sábado, 13 Fevereiro 2010 20:15 Lucas
    Vasco 6 a 5 nos pênaltis.

    Pela terceira vez seguida uma disputa de pênaltis contra os bacalhaus é feita de frente prá torcida deles. Mais uma prova do tamanho que deixam o Fluminense ter.

    Rafael SE JOGOU em todas as cobranças. Compromisso zero com o resultado.

    Fred errou gols demais. Mas eu faço um desagravo porque, em menos tempo de clube, decidiu muito mais jogos do que o Conca.

    O argentino é bom jogador. Ponto. Longe, MUITO LONGE, de ser um craque decisivo como parte da torcida pensa que ele é. Nao confundo vontade com poder de decisao. Ideal seria um jogador com a vontade do Conca e com a capacidade de decidir do Thiago Neves. Na dúvida?? Melhor quem decide: Thiago Neves.

    Nao precisamos "ameaçar" a diretoria com a possibilidade de vermos o framengo ser tetra. Eles tao pouco se lixando. Mas faço o alerta mesmo assim: ou contratam mais uns 3 jogadores BONS e decisivos, ou vamos para o SEXTO ano na fila do Estadual mais importante dos últimos tempos. E nao estou falando de Marquinho, Thiaguinho ou qualquer outro "inho" de que o Cuca gosta.

    eita time prá maltratar a sua torcida...

    ResponderExcluir
  5. Discordo de quase tudo o que esse Lucas disse.

    ResponderExcluir
  6. O Riva foi um baita craque, sem discussão... mas vendo o vídeo eu lembrei do Cafuringa... esse também era FODA e ninguém lembra dele...

    ResponderExcluir
  7. Vinicius,

    Concordo, o Cafuringa deveria ser bem mais lembrado do que é.

    Conheço "antigos" que dizem que, ali na ponta-direita, só um foi melhor que ele.

    (Evidentemente, nem preciso citar o nome do "campeão")

    ResponderExcluir
  8. 3 Quarta, 17 Fevereiro 2010 23:28 Ivo
    A contratação de Rivelino, Paulo César, Dirceu & Cia ao longo de 75 e 76 foram lances de gênio, mas o convite para a vinda da Fiel na semi-final de 76 e o troca-troca como o Botafogo em 77 foram lances dignos de D. Maria I a Louca. Horta conseguiu ser um gênio e um equivocado ao mesmo tempo. Se em 1975 tivesse sido eleito Manoel Schwartz tendo como vice de futebol Francisco Horta teríamos tirado a sorte grande. Infelizmente não foi assim, e depois viriam os Silvios (Vasconcelos e Kelly) e o menguinho voltou a sorrir.

    ResponderExcluir

Regras para postar comentários:

I. Os comentários devem se ater ao assunto do post, preferencialmente. Pense duas vezes antes de publicar um comentário fora do contexto.

II. Os comentários devem ser relevantes, isto é, devem acrescentar informação útil ao post ou ao debate em questão.

III. Os comentários devem ser sempre respeitosos. É terminantemente proibido debochar, ofender, insultar e/ou caluniar quaisquer pessoas e instituições.

IV. Os nomes dos clubes devem ser escritos sempre da maneira correta. Não serão tolerados apelidos pejorativos para as instituições, sejam quais forem.

V. Não é permitido pedir ou publicar números de telefone/Whatsapp, e-mails, redes sociais, etc.

VI. Respeitem a nossa bela Língua Portuguesa, e evitem escrever em CAIXA ALTA.

Os comentários que não respeitem as regras acima poderão ser excluídos ou não, a critério dos moderadores do blog.