Dois Fla-Flus em um

Amigos, o Fla-Flu foi um jogão, que valeu o ingresso. Fluminense e Flamengo fizeram uma partida cheia de alternativas, com alternância no placar e oito gols. Todos os ingredientes que fazem do futebol a paixão que é.

O Fluminense começou arrasador, senhor do gramado do Maracanã. O amplo domínio logo se converteu em gol. Diguinho deu passe espetacular, e Alan, em condição legal, finalizou para as redes: Fluminense 1 a 0. Os lançamentos de Diguinho e as arrancadas de Maicon levavam a defesa rubro-negra à loucura. Certa hora, o veloz atacante tricolor tocou de cabeça para Júlio César, que acionou Alan. O príncipe pó-de-arroz driblou Ronaldo Angelim, e foi derrubado: pênalti claro. Tão claro que até mesmo Marcelo de Lima Henrique, o mais flamenguista dos árbitros, teve que assinalar. Com precisão, Darío Conca converteu a cobrança: Fluminense 2 a 0. O Tricolor tinha o total controle da partida, contra um Rubro-Negro atarantado, atordoado, quase nocauteado. Até que Juan, o lateral-esquerdo do Flamengo, invadiu a área e se atirou, como sempre. O juiz flamenguista começou a atuar: marcou um pênalti que absolutamente não aconteceu. E com isso ressuscitou o Flamengo, que converteu a cobrança com Adriano. Fluminense 2 a 1.

O Tricolor não se abalou e, logo depois, conseguiu escanteio em grande jogada do zagueiro Cássio. Darío Conca cobrou o córner, e após o bate-rebate, o próprio Cássio chutou para o gol: Fluminense 3 a 1. Assim terminou o primeiro tempo, e o primeiro Fla-Flu da noite. O Fla-Flu tricolor.

No segundo tempo, era outro Flamengo, sem o cansado Petkovic, com o arisco Vinícius Pacheco em seu lugar. Era outro Fluminense, sem a garra e o ímpeto da primeira etapa. Assim, era outro Fla-Flu que começava. O Fla-Flu rubro-negro. Vinícius Pacheco, em seu primeiro lance, já mandou a bola na trave do Fluminense. Na jogada seguinte, novamente o árbitro favoreceu o Flamengo, ao ignorar empurrão de Adriano em Gum. A bola sobrou para Vágner Love, que mandou para o gol. Fluminense 3 a 2.

Logo depois, Vinícius Pacheco mostrava que entrara para mudar o jogo. Em grande jogada pela direita, cruzou para Kleberson empatar. Agora, era o Flamengo que mandava em campo, e o Fluminense que estava atordoado. 3 a 3.

O Tricolor ainda tentou ressuscitar, em belos passes de Darío Conca, mas os atacantes desperdiçaram as chances de gol. Quando o zagueiro rubro-negro Álvaro foi expulso (corretamente), parecia que o Fluminense voltaria de vez para o jogo. Mas o Fla-Flu é imprevisível, e a cada minuto que passa fica mais eletrizante. Vágner Love passou a Vinícius Pacheco, que deixou Adriano na cara do gol. Era a incrível virada rubro-negra: Flamengo 4 a 3.

No finalzinho, quando o Fluminense lançou-se todo para o ataque, Adriano fez o quinto, após receber a bola em condição duvidosa. Era o gol que daria números finais à peleja: Flamengo 5, Fluminense 3.

Não há motivos para maiores preocupações em Laranjeiras. A equipe sofreu, sim, um apagão, e isso deve ser trabalhado pelo técnico Cuca. Mas vale ressaltar que Fred não jogou, e que o Fluminense sem Fred é outro Fluminense. Além disso, houve a arbitragem tendenciosa (esperadíssima, ao menos para os leitores deste blog). A classificação às semifinais da Taça Guanabara está encaminhada, apesar da derrota. E são os clássicos seguintes, não este, que definirão o campeão. A Taça Guanabara ainda há de repousar em Álvaro Chaves.

PC

PS: pela sexta vez seguida, o Flamengo é nitidamente beneficiado pela arbitragem de Marcelo de Lima Henrique em um clássico. Já são seis vitórias em seis jogos, todas contestáveis. Os dirigentes de Fluminense, Botafogo e Vasco precisam abrir o olho: este juiz simplesmente não pode apitar jogos do Flamengo. Pela lisura do campeonato!