quinta-feira, 24 de março de 2016

Johan Cruijff, descanse em paz


Faleceu nesta quinta-feira 24, em Barcelona, na Espanha, vítima de câncer, um dos maiores mitos do futebol mundial, o craque holandês Johan Cruijff (68), lenda do Ajax, do Barcelona e da seleção nacional.

Hendrik Johannes Cruijff nasceu em Amsterdã, a capital da Holanda, no dia 25 de abril de 1947. Começou nas categorias de base do Ajax, principal clube de Amsterdã, para tentar superar uma grave deficiência que tinha nos pés, que o obrigava a utilizar aparelhos ortopédicos. Quem diria: o deficiente, que mal conseguia andar sem ajuda, se transformou em um dos maiores craques de todos os tempos.

Com a chegada de Rinus Michels ao comando do Ajax, o futebol de Cruijff evoluiu muito, e o clube holandês ganhou sua primeira Liga dos Campeões da Europa. Nos dois anos seguintes, repetiria a façanha para chegar a um fantástico tricampeonato, já sem Michels, que se transferira para o Barcelona (caminho que Cruijff também seguiu, em 1973, na maior transferência da história do futebol até então - 5 milhões de florins). No clube da Catalunha, ele não conquistou tantos títulos, provavelmente por causa da violência que o perseguia nos gramados espanhóis.


Johan Cruijff com a camisa do Barcelona.

Cruijff aposentou-se em 1978, mas voltou à ativa nos Estados Unidos, um ano depois. Em 1981, retornou à Espanha, para jogar pelo Levante. Depois, retornou ao Ajax, e encerrou a carreira no Feijenoord. Se me pedissem para preencher o campo "posição" em um formulário descrevendo Johan Cruijff, eu escreveria: "todas, menos o gol".

Como treinador, trabalhou também no Ajax e no Barcelona, clube no qual revolucionou a maneira de jogar, implementando a estratégia da manutenção da posse de bola a qualquer custo. "Se eu tenho a posse de bola, o adversário não tem", dizia ele. Com essa estratégia, ele levou o clube catalão a conquistar um tetracampeonato espanhol (entre 1991 e 1994) e a sua primeira Liga dos Campeões da Europa (em 1992). Mesmo depois de sua aposentadoria, o Barcelona manteve a filosofia implantada por Cruijff, transformando-se no clube mais vitorioso da Europa na década seguinte.

Cruijff na partida Holanda 2 x 0 Uruguai, Copa do Mundo de 1974.


Cruijff em ação no jogo Holanda 4 x 0 Argentina, Copa do Mundo de 1974.

Na sua única presença em uma Copa do Mundo, em 1974, na Alemanha Ocidental, Johan Cruijff encantou o planeta liderando o "futebol total" do famoso Carrossel Holandês, um timaço, cantado como uma das equipes mais perfeitas da história, que atropelou favoritos como Uruguai, Argentina e Brasil, mas acabou perdendo a decisão para a poderosa seleção anfitriã, por 2 a 1. Nos 7 jogos daquele Mundial, a seleção da Holanda marcou 15 gols e sofreu apenas 3, mesmo tendo enfrentado oponentes fortíssimos. Até os dias de hoje, a derrota da Holanda naquela final é difícil de se explicar.

É, num destes insondáveis mistérios do esporte, Johan Cruijff não pôde levantar a Copa do Mundo. Pior para ela.

PCFilho

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